Já sei que “vou levar nas orelhas”, que amigos que me aconselharam me irão recriminar, eu próprio queria parar com “isto”, queria tornar definitivo o que definitivo afirmei e reafirmei… mas não sou capaz! Não sou capaz de deixar as coisas assim. Mas, acrescento, não estou irritado, nem nada disso, e estou muito tranquilo. Só não sou é capaz de calar.
Resumo:
- Há um blogueiro que aproveita um post num blog de um deputado italiano, fechado por razões que desconheço, em que se ordenaram (ordenharam?) os deputados europeus por “prestações” quantitativas entre Julho de 2004 e final de 2008.
- Estou incluído nesse ordenamento, num 718º lugar em 920 deputados, o que é perfeitamente natural pois apenas estive no PE até 11 de Janeiro de 2005, quando transmiti o mandato recebido após as eleições de 2004.
- Fazendo do quadro a quinta-essência da “avaliação” – se o deputado italiano o patenteou como tal, desconhece-se em que se baseou e que critérios usou –, o blogueiro permitiu-se, com base nele, fazer apreciações depreciativas sobre a minha “prestação” e referir o embaraço que ela criaria e em que eu estaria.
- Dominando quanto possível a irritação, esclareci que não me sentia nada embaraçado e que aquele ordenamento só se podia basear em dados publicados no “site” do PE, que conheço bem e que, em toda a evidência, o meu posicionamente apenas se podia dever ao curto período em que cumpri o mandato depois prosseguido por Pedro Guerreiro, e a correcção mínima exigiria que se juntasse a minha “prestação” à do meu camarada, tal como a de António Costa à de Manuel dos Santos e a de Fausto Correia à de Hasse Ferreira, pois só assim haveria comparabilidade.
- O cavalheiro insistiu que não, no pressuposto que o quadro fantasma ponderara tempos, o que seria possível mas incorrectíssimo, além da apreciação susceptível de se fazer do quadro demonstrar que tal não seria o caso e revelar erros apesar de se ignorarem critérios (?)…
- Apesar de alguma natural crispação, a discussão continuava, por eu pressupor (como sempre faço) existir ao menos réstia de boa-fé, o que disse com a transparência que uso e, também, para me justificar perante quem me aconselhava a “ignorar o homem” e a questão, que, na verdade, não vale os pauzinhos de um caracol.
- Então não é o cavalheiro traz para a discussão pretensas declarações do Bernardino Soares de aqui há uns anos, sobre a Coreia do Norte, e faz "extrapolações" de que sou alvo?!
- Ora, não sendo o camarada Bernardino Soares deputado europeu, nem nunca tendo sido, e não estando as posições sobre a Coreia do Norte entre as que se incluam nas”prestações” factuais no europeico areópago, achei comprovada a ausência de boa-fé do senhor, e dei por finda a querela.
- Reacção do cavalheiro: apaga, precavidamente, os dois últimos comentários – o dele da Coreia do Norte, e o meu de ponto final – diz mais umas coisecas lá no blog dele e, veja-se o desplante!, instala-se no meu blog com um comentário, decerto no intuito de, aqui, continuar a puxar pela discussão, se calhar até me “extrapolar” para "as terríveis malfeitorias" de José Staline, ou para "as tareias que Lenine daria na Krupskaia", ou para o modo como Marx trataria a empregada doméstica".
Acho exemplar. Por isso, fiz o resumo.
E adianto resolução: ignoro o fulano, pode vir aqui comentar o que quiser, concluir o que lhe aprouver, extrapolar o que lhe apetecer… até ao momento em que incomodar outros visitantes do meu cantinho, mais sensíveis a cheiros e ruídos. Quando isso acontecer (avisem-me por favor!), passo a apagar os seus comentários. Em nome da liberdade de expressão que não se dá bem com libertinagem de procedimentos.
Disse.