1. Há partidos que são do Poder e partidos que o não são?
2. Não é o PCP um partido do poder?
.....a. Este PCP (O Partido com paredes de vidro)… e não outro
3. O Poder aparente e o real Poder
4. A governabilidade como Poder aparente ao serviço do Poder real
5. Ser Poder no Poder Local não conota como poder?
6. Partido e Poder – lutar contra a promiscuidade
.....a. Os maus exemplos
..........i. Dos outros – hoje, aqui: PS no Poder Central/PSD no Local
..........ii. Dos "nossos" – o mau exemplo dos últimos anos da URSS
7. O XIII Congresso (Extraordinário) 1990 – a lição que mais retive
.....a. A coragem e a lucidez
2. Não é o PCP um partido do poder?
.....a. Este PCP (O Partido com paredes de vidro)… e não outro
3. O Poder aparente e o real Poder
4. A governabilidade como Poder aparente ao serviço do Poder real
5. Ser Poder no Poder Local não conota como poder?
6. Partido e Poder – lutar contra a promiscuidade
.....a. Os maus exemplos
..........i. Dos outros – hoje, aqui: PS no Poder Central/PSD no Local
..........ii. Dos "nossos" – o mau exemplo dos últimos anos da URSS
7. O XIII Congresso (Extraordinário) 1990 – a lição que mais retive
.....a. A coragem e a lucidez
.....b. Uma das causas – Partido/Poder.
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Este é o último episódio desta série. Tendo ela sido programada, como o mostra o sumário acima, não o foi ao ponto de pensar que iria cair nesta altura, mais: neste dia 7 de Novembro. Que pontaria!
No congresso (extraordinário) de 1990, em que estive presente, um pouco em estado de choque mas muito atento e lúcido, retive a referência a uma das causas de degenerescência da situação no País pátria do socialismo como tendo sido a confusão, a partir de certa altura, entre Partido e Estado.
Sendo as causas do descalabro que estávamos a viver de origem externa e de origem interna, sendo as primeiras as da luta de classes no plano planetário, e as segundas as do modo como se concretizava, internamente, a construção de uma sociedade socialista a caminho do comunismo, entre estas avultava a de se ter amalgamado Partido e Poder. O Partido fora deixando de ser a vanguarda de uma classe no Poder, capaz de tomar consciência da evolução da sociedade e de a procurar reflectir mobilizando e organizando, de ser a ligação ao Povo e seu devir, para se confundir na prática da governação e da competição internacional, tarefa do Estado.
O Partido não é a sociedade, o Estado é a sociedade/nação politicamente organizada. O papel do Partido não pode ser o de se substituir ao Estado. Se o faz, mal vão as coisas, ou irão…
Retive essa ideia-causa. Marcou-me. Decerto mal a exprimo. Mas irei melhorando… Até pelos exemplos com que por aqui – e hoje – convivo, embora numa organização da sociedade em que tais vícios estão nos seus genes, enquanto no socialismo eram doença, talvez por contágio e imitação como se podem caracterizar as últimas décadas do “socialismo real” na Europa, em que Partido terá “esquecido” as suas tarefas de organização e consciencialização, assoberbado pelas que eram do Estado, sobre as quais, distanciado, deveria exercer vigilância revolucionária, para que o Estado não perdesse a sua natureza (e expressão) de classe.
.
Exemplificando num outro plano, em Estado com outra classe no Poder, hoje o governo Sócrates apresenta, como programa do governo, o programa do PS, tal como o apresentou enquanto programa de campanha eleitoral; o executivo eleito para a Câmara de Ourém mostra querer que o PS seja o Poder (local) como o foi o PSD, tentando ignorar que a sociedade vai muito para além do partido que ganhou eleições, e mostrando só admitir absorver o que considera “franjas”, integrando-as na sua “gestão dos negócios públicos” e nas suas reflexões estratégicas, negando-lhes autonomia e independência numa sociedade complexa e compósita*.
Assim, aqui regresso, sem de aqui ter saído.
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Este é o último episódio desta série. Tendo ela sido programada, como o mostra o sumário acima, não o foi ao ponto de pensar que iria cair nesta altura, mais: neste dia 7 de Novembro. Que pontaria!
No congresso (extraordinário) de 1990, em que estive presente, um pouco em estado de choque mas muito atento e lúcido, retive a referência a uma das causas de degenerescência da situação no País pátria do socialismo como tendo sido a confusão, a partir de certa altura, entre Partido e Estado.
Sendo as causas do descalabro que estávamos a viver de origem externa e de origem interna, sendo as primeiras as da luta de classes no plano planetário, e as segundas as do modo como se concretizava, internamente, a construção de uma sociedade socialista a caminho do comunismo, entre estas avultava a de se ter amalgamado Partido e Poder. O Partido fora deixando de ser a vanguarda de uma classe no Poder, capaz de tomar consciência da evolução da sociedade e de a procurar reflectir mobilizando e organizando, de ser a ligação ao Povo e seu devir, para se confundir na prática da governação e da competição internacional, tarefa do Estado.
O Partido não é a sociedade, o Estado é a sociedade/nação politicamente organizada. O papel do Partido não pode ser o de se substituir ao Estado. Se o faz, mal vão as coisas, ou irão…
Retive essa ideia-causa. Marcou-me. Decerto mal a exprimo. Mas irei melhorando… Até pelos exemplos com que por aqui – e hoje – convivo, embora numa organização da sociedade em que tais vícios estão nos seus genes, enquanto no socialismo eram doença, talvez por contágio e imitação como se podem caracterizar as últimas décadas do “socialismo real” na Europa, em que Partido terá “esquecido” as suas tarefas de organização e consciencialização, assoberbado pelas que eram do Estado, sobre as quais, distanciado, deveria exercer vigilância revolucionária, para que o Estado não perdesse a sua natureza (e expressão) de classe.
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Exemplificando num outro plano, em Estado com outra classe no Poder, hoje o governo Sócrates apresenta, como programa do governo, o programa do PS, tal como o apresentou enquanto programa de campanha eleitoral; o executivo eleito para a Câmara de Ourém mostra querer que o PS seja o Poder (local) como o foi o PSD, tentando ignorar que a sociedade vai muito para além do partido que ganhou eleições, e mostrando só admitir absorver o que considera “franjas”, integrando-as na sua “gestão dos negócios públicos” e nas suas reflexões estratégicas, negando-lhes autonomia e independência numa sociedade complexa e compósita*.
Assim, aqui regresso, sem de aqui ter saído.
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* - dicionário: adj. 2 gén. diz-se de uma ordem arqutectónica em que entram elementos das ordens jónia e coríntia.
1 comentário:
Este é um assunto de enorme importância. Está escrito com uma clareza tão grande que até apetece dizer: "mas, como é que eles cometeram um erro tão grosseiro!". No entanto, nós sabemos como a vida e os seres humanos são complexos. Além disso, num país tão grande e tão diverso as coisas ainda se complicaram mais.Como se costuma dizer "grande nau, grande tormenta". Precisamos de extrair as devidas lições e nunca esquecer, como dizes bem, a vigilância revolucionária.
Campaniça
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