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Estamos em fim-de-semana.
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De uma semana que, segundo li e leio, ouvi e “ouvejo”, teria sido o
fim de muita coisa após um trambolhão com enorme estrondo ou uma “morte
anunciada” e adiada ou escondida enquanto possível.
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“Fim de regime”, “queda de um anjo”. “derrocada de um império”, e
mais coisas destas se disseram e nos foram atiradas aos olhos.
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Todos os comentadores “de serviço” (todos não… porque alguns, por perturbação
e razões “familiares”, se eximiram a ser comenta dores que suas são) e mais
alguns… estiveram de serviço num massacre informativo e opinioso.
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Já publiquei um ”post” directamente sobre o assunto, posterior a um
outro em que “contarolara” o “meu BESCL”:
De graus e patamares, de
regimes e sistemas
Na fase em que queria perceber tudo muito
bem – de que aliás ainda não terei saído – a metodologia que se me foi impondo
foi a de procurar palavras simples que me ajudassem a tornar as cousas mais claras e simples.
No tempo do fascismo, com que coexisti 38
anos, ao querer entender o que isso era, para além do que ele se fazia notar e
do que ia lendo e intelectualizando, achei adequado chamar-lhe regime. O que o simplificava sem
o desvalorizar, embora o colocasse nas suas relativas dimensões pois queria eu
significar que, sendo ele muito – e se o era! – não era tudo.
Sendo muito, podia dar lugar a situações
bem penosas, quer pessoais (para não dizer mais… e eu que o diga!), quer bem
colectivas como a guerra colonial (“para Angola e em
força…” e correlativos massacres); não sendo
tudo, descobri (à minha deficiente maneira) que havia o sistema (nome que atribui ao que
outro nome tinha: capitalismo), cousa mais larga e abrangente, e que, aliás, sustentava e sustentava-se do regime, embora fizesse de conta que nada tinha a ver com este ou que até o
condenava… pelos seus excessos.
Vem
isto a propósito de quê? Do escandalizado alarido que por aí grassa sobre
alguns grupos tentaculares económico-bancário-financeiros que de tal modo se
comportaram e comportam que, ao ruírem, levam a que se clame que se está no fim
de um regime.
Pois estará… mas não chega a verborreia para se falar do sistema,
que criou o regime,
que o alimentou e dele se alimenta e que, como este, está em degradação e
ruína.
E o sistema lá vai tentando sobreviver, com os regimes que engendra no seu bojo, não recuando perante nada, antes sempre com
recurso à violência e à brutalidade que lhe está na massa do sangue.
Ao que só as massas, conscientes e organizadas,
poderão responder. E responderão, como a História nos ensina
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Foi no começo da semana, dois dias antes da detenção (e posterior
caução) de Ricardo Salgado e, depois de uma semana de massacre, persisto e
assino.
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No entanto, sinto cada vez mais falta de “ouver” o que acho
indispensável dizer, no aproveitamento da oportunidade para fazer verdadeira
informação e esclarecimento, tomada de consciência para além da crónica da
“espuma dos dias” e dos casos que são mediáticos e/ou se mediatizam.
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O
caso do sr. “Dono Disto
Tudo"/família/grupo
pode (deve!) ser escalpelizado, mas tem de, sobretudo (sobre tudo!) ser
aproveitado para se mostrar que não se trata de um acidente de percurso (ainda que de mais um, como se as parcelas pudessem
ser independentes)
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Várias
vezes vi referida a expressão “má gestão”, ou de que se trataria do caso
de um mau gestor que falhou, que se excedeu, que cometeu falhas e erros e quiçá
crimes, até para as leis que ele e os seus mandavam outros fazer, num vai-vem e
promiscuidade poder económico/poder político.
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Não!,
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não se trata de um acidente de percurso havendo quem reclame
apuramento de responsabilidades e penalização de responsáveis
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Trata-se de percurso que inevitavelmente provoca acidentes destes,
todos eles com consequências sociais gravíssimas que é preciso lutar para minorar…
mas na necessária convicção de que os acidentes são intrínsecos ao percurso e
não eventuais (e reguláveis) percalços, erros de gestão, desvarios individuais,
de família, de grupos isolados.
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Não
se fuja às palavras: é o capitalismo nesta sua fase (de sobrevivência).
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Assim como não se devem
transformar em slogans, ou configurar como medidas, o que a correlação de
forças não permite.
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A privatização da banca foi essencial para a contra-revolução, para
os objectivos de uma classe que não é homogénea, que contraditoriamente se une
e se dizima.
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Nacionalizar
a banca será necessário (como foi, embora não suficiente).
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Não como medida num contexto, mas como resultado de um outro
contexto, numa outra correlação de forças.
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A criar, aqui e onde.
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Como e quando.
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Sempre com as pessoas, com as massas.
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Falemos mais de socialismo
que de esquerda, mais de capitalismo que de direita!
4 comentários:
Gostei!
Tenhamos a coragem de falar das coisas. Obrigada Amigo!
Gostei muito.
Um abraço.
Gostei muito.
Um abraço.
Abaixo o Capitalismo! Viva o Socialismo!
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