Mão amiga fez-me chegar esta informação com o comentário isto está a entrarem ebulição!
Rússia e Turquia renunciam ao dólar
Na opinião de peritos, uma das razões do afastamento do dólar é
a posição da administração dos EUA, ou seja suas decisões imprevisíveis de
introduzir sanções unilaterais contra participantes do mercado
internacional.
O chefe da cátedra de relações internacionais da Universidade de Ufuk
em Ancara, doutor em ciências políticas e professor Oya Akgonenc Mugisuddin
compartilhou com a Voz da Rússia sua opinião sobre a influência de tais sanções
unilaterais na situação no mundo:
Mugisuddin: As sanções são um
instrumento jurídico internacional teoricamente admissível nas relações entre os
Estados. Mas sua aplicação é admitida por uma série de condições. É necessário
argumentá-las nitidamente. Por quem, contra quem e que sanções serão declaradas?
À base de que e com que objetivo?
Em outras palavras, devemos falar em cada caso concreto não apenas
das próprias sanções, mas também da competência do árbitro que autorizou sua
aplicação. A tensão em todo o sistema das relações internacionais está crescendo
imediatamente no caso da declaração arbitrária unilateral das sanções. A ordem
mundial torna-se mais vulnerável, estruturas econômicas são sujeitas à pressão.
O ambiente negativo universal não pode deixar de atingir em resultado os
interesses do autor das sanções.
Voz da Rússia: Pelo visto,
muitos países europeus recusaram-se por esta causa de aplicar sanções contra a
Rússia?
Mugisuddin: Sem dúvida! No
processo de tomada de resoluções na área da política externa, cada país
considera em primeiro lugar seus próprios interesses. Inicialmente, Bruxelas
havia apoiado as sanções americanas contra a Rússia, mas, posteriormente,
renunciou a elas, porque essas sanções contrariaram abertamente os interesses
dos países da UE.
Os europeus são ligados à Rússia por relações econômicas, políticas e
históricas profundas. Destaque-se que não teve o último papel nisso a crescente
desconfiança em relação aos americanos que estão vigiando constantemente seus
parceiros europeus. Além disso, a América exige que os europeus lhe sejam
subordinados incondicionalmente, inclusive em relação às sanções. Tal atitude
irrita os países da União Europeia.
Voz da Rússia: No contexto da política de sanções imprevisível dos
EUA, cada vez mais países preferem utilizar moedas nacionais em seus pagamentos
recíprocos. A Turquia não é uma exceção. Isso foi declarado pelo ministro da
Economia, Nihat Zeybekci, que propôs usar rublos e liras turcas em pagamentos
russo-turcos. Como o Sr. avalia tal perspetiva?
Mugisuddin: Ultimamente, o
mundo sobreviveu a uma série de crises financeiro-econômicas que atingiram tanto
os EUA, como os países europeus. Esses acontecimentos tornaram-se possíveis
inclusive em resultado da ineficiência das existentes instituições financeiras
internacionais e da utilização da divisa única no comércio externo. Não todos os
países têm uma economia igualmente potente e dispõem de sua própria moeda forte.
A ligação à única divisa encerra consequências nefastas. Bastaria mencionar os
problemas com que periodicamente deparavam vários países europeus só porque eles
se juntaram da zona do euro.
A crise, contudo, contornou a Turquia em primeiro lugar porque o
nosso país não faz parte da UE e não utiliza o euro no comércio externo. A
Turquia ganhou em resultado da utilização da moeda nacional nas suas transações
econômico-comerciais com vizinhos, inclusive com a Rússia, e agora tenta fixar
esse mecanismo de pagamentos recíprocos. Não pode haver nada de mais natural.
Hoje, para nós é vantajoso utilizar as divisas nacionais e não depender do dólar
ou do euro.
1 comentário:
Estas "ebuluicoes"agradam-me bastante.
Um abraco
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