quarta-feira, fevereiro 17, 2016

A próxima "cimeira decisiva" e as aparências para um referendo

Aproxima-se mais uma "decisiva cimeira" (que já assim se chamaram e hoje têm o nome de "Conselho Europeu").
Desta vez, dizem..., por causa das negociações entre o governo BRitânico e as instâncias da União Europeia. Mas, como Paul de Grawe titulou um esclarecedor artigo publicado a 6 de Fevereiro no caderno Economia do Expresso, que tinha ali de reserva, cuidado com as aparências! (http://expresso.sapo.pt/opiniao/opiniao_paul_de_grauwe/2016-02-06-Cuidado-com-as-aparencias).
É que, para além de todas as que este professor universitário belga justamente aponta, e com que nos pretendem enganar, há uma aparência que tudo condiciona que é a de que se está a fazer uma aparente negociação para inglês ver. Porque o que é "decisivo" não é que se chegue a acordo na "cimeira", é mostrar aos que vão votar no referendo que não vale a pena dizer não à UE, provocar o BRexit, porque Cameron já conseguiu, após estas duras negociações e peregrinações, tudo o que levaria a BRexitar!
O que é aparente não é o que é fácil mostrar-se que é aparente, é a democracia. O que se pretende evitar com esta panóplia de negociações e aparentes resultados, é a complicação que iria acrescer na complicada situação existente e criada pela dinâmica capitalista desta integração de Estados-membros aparentemente democráticos a terem de coexistir em estratégias decididas à margem de quaisquer resquícios de democracia. Decididas e executadas por "instituições" ademocráticas que de ademocraticidade se vangloriam por se afirmarem não dependentes de escolhas em que os povos participem e alheias a controlos e avaliações de outras instâncias onde essa participação possa assomar.
Com estas aparências, o que se pretende evitar, para além dos resultados perturbadores em tão perturbada conjuntura, é terem de se vir a encontrar artifícios que anulem os efeitos do voto popular, como já tanta vez tiveram de fazer depois de Maastrich (na Dinamarca, na França, na Holanda, na Irlanda, na Grécia, e por essa Europa dentro).
E tantas vezes o cântaro vai à fonte!  

2 comentários:

Olinda disse...

Manobras para ingleses e outros basbaques verem.A decisão já está mais que decidida.Bjo

Sérgio Ribeiro disse...

...mas é necessário dar a aparência que foi difícil de alcançar e que os british conquistaram o que já têm e não váo perder o que nunca tiveram. Obrigado pelo teu estímulo, camarada