(artigo de “opinião”
de António Barreto
no Diário de Notícias)
Está de novo a criar-se um ambiente
mitológico de branqueamento dos comunistas. A fazer lembrar os anos 1950: eram,
ao mesmo tempo, os heróis e as vítimas. Os únicos heróis e as principais
vítimas.
Hoje, ser adversário dos comunistas, não
desejar os comunistas no poder e lutar contra eles é mau, é primário e é
reaccionário... Pelo contrário, ser adversário dos fascistas e da direita em
geral é bom, é honroso, é democrata e é progressista...
Não querer os comunistas no governo, nem
sozinhos nem acompanhados, é preconceito, é considerar que há partidos de
segunda e é censura... Ao invés, não querer fascistas nem a direita no governo
é patriótico.
Detestar os capitalistas, a direita, os
sociais-democratas e mesmo alguns socialistas é honroso e patriótico. Detestar
os comunistas é pior do que racismo.
Colocar no mesmo pé comunistas,
fascistas e nazis, atitude justa e de bom senso, é considerado primário e
grosseiro.
Os comunistas portugueses, últimos
abencerragens de obscura utopia, derradeiros exemplares de raça quase extinta,
estão aí, para preocupação maior, a exibir o nosso atávico atraso perante o
mundo, a economia, a sociedade, a liberdade e a cultura! Chegámos atrasados a
quase tudo, até à liberdade. E ainda tivemos de sofrer a última revolução
comunista, felizmente abortada. Tivemos a última revolução industrial na
Europa, o último fascismo, o último colonialismo, a última descolonização, a
última revolução socialista e agora os últimos comunistas.
Os comunistas fazem tudo o que se lhes
permite, permitem tudo o que se lhes faz. Dizia De Gaulle. Só conhecem uma
regra, a da relação de forças. E uma lei: a do mais forte!
Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo o novo Acordo.
Há ódios de estimação que fazem alguns homens tão pequeninos...
E quantos mais os centímetros acima do metro e meio, maior é a pequenez
Notas do diário:
Chega
a assustar como um homem pode ser tão… obcecadamente ilúcido, sendo tão
aparentemente cult(ivad)o.
&-----&-----&
E
vale a pena transcrever, para fazer reflectir sobre a origem (e ao serviço de
quê e quem) de tão desbragado ódio a quem personaliza uma ideia e uma postura
coerente com uma concepção de vida e de ser humano.
&-----&-----&
Na verdade, reconhecemos a regra da (cor)relação de forças... e sabemos bem de que lado ele escolheu estar ao serviço.
2 comentários:
Grande FDP
Facilitador de poderes
E que "senhora opinião"!
A merecer reflexão a partir da tua...
Enviar um comentário