sábado, fevereiro 13, 2016

Uma obsessão temporã



Os comunistas
                                          

(artigo de “opinião”
de António Barreto
          no Diário de Notícias)

Está de novo a criar-se um ambiente mitológico de branqueamento dos comunistas. A fazer lembrar os anos 1950: eram, ao mesmo tempo, os heróis e as vítimas. Os únicos heróis e as principais vítimas.
Hoje, ser adversário dos comunistas, não desejar os comunistas no poder e lutar contra eles é mau, é primário e é reaccionário... Pelo contrário, ser adversário dos fascistas e da direita em geral é bom, é honroso, é democrata e é progressista...
Não querer os comunistas no governo, nem sozinhos nem acompanhados, é preconceito, é considerar que há partidos de segunda e é censura... Ao invés, não querer fascistas nem a direita no governo é patriótico.
Detestar os capitalistas, a direita, os sociais-democratas e mesmo alguns socialistas é honroso e patriótico. Detestar os comunistas é pior do que racismo.
Colocar no mesmo pé comunistas, fascistas e nazis, atitude justa e de bom senso, é considerado primário e grosseiro.
Os comunistas portugueses, últimos abencerragens de obscura utopia, derradeiros exemplares de raça quase extinta, estão aí, para preocupação maior, a exibir o nosso atávico atraso perante o mundo, a economia, a sociedade, a liberdade e a cultura! Chegámos atrasados a quase tudo, até à liberdade. E ainda tivemos de sofrer a última revolução comunista, felizmente abortada. Tivemos a última revolução industrial na Europa, o último fascismo, o último colonialismo, a última descolonização, a última revolução socialista e agora os últimos comunistas.
O mais curioso é que os comunistas conseguiram convencer grande número dos seus adversários, a começar pelos seus mais abominados rivais, os socialistas, a serem complacentes e a pensar como eles. São estes os responsáveis pelo resgate moral e político dos comunistas.
Os comunistas fazem tudo o que se lhes permite, permitem tudo o que se lhes faz. Dizia De Gaulle. Só conhecem uma regra, a da relação de forças. E uma lei: a do mais forte!
Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo o novo Acordo.


Há ódios de estimação que fazem alguns homens tão pequeninos...
E quantos mais os centímetros acima do metro e meio, maior é a pequenez

Notas do diário:

Chega a assustar como um homem pode ser tão… obcecadamente ilúcido, sendo tão aparentemente cult(ivad)o.

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E vale a pena transcrever, para fazer reflectir sobre a origem (e ao serviço de quê e quem) de tão desbragado ódio a quem personaliza uma ideia e uma postura coerente com uma concepção de vida e de ser humano. 

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Na verdade, reconhecemos a regra da (cor)relação de forças... e sabemos bem de que lado ele escolheu estar ao serviço.

2 comentários:

Unknown disse...

Grande FDP
Facilitador de poderes

Justine disse...

E que "senhora opinião"!
A merecer reflexão a partir da tua...