terça-feira, fevereiro 02, 2016

Sondagem (ou amostra) após resultados

Insisto, persisto (e assino, dizia o Brel) que as eleições formais, neste estádio da organização social em que nos encontramos, são "o termómetro das massas". Pela percentagem de votantes, por onde se distribuem os votos expressos, os números saídos das (e os não entrados nas) urnas dão-nos informações, em cada tipo de eleição à sua maneira, a cada um dos que trabalham essas informações com os objectivos que motivam esses trabalhos. Para fins académicos, para exercício profissional, para preparar as eleições seguintes, para melhor se entender o nível de (in)formação e consciência dos cidadãos.
Se há área em que o trabalho com os resultados eleitorais (antes e depois de resultados serem) surge e surde é na comunicação social, num retorno de informação (de sondagens e de resultados obtidos), e em que esta está bem longe de ser neutra, pois é manipulada para ser manipuladora.
Vou apenas fazer um breve exercício a partir de um facto que não mereceu (ao que avalio pelo que defrontei e confrontei) destaque: as simultaneidade das eleições presidenciais e autárquicas em São João da Madeira. Exercício que pode servir de sondagem a posteriori ou de amostra interessante. E única em 24 de Janeiro.
Foram duas votações diferentes. No mesmo dia, no mesmo momento, dos pouco mais de 20 mil inscritos foram votantes perto de 12 mil, o que representa uma abstenção de 42,5%, e fizeram-no para as presidenciais e para as autárquica intercalares.
Na votação para as presidenciais foi notório o voto no candidato personalizado, com muitos votantes indiferentes ao posicionamento no xadrez político-partidário, e MRS teve mais 11,5% que a soma dos votos na lista PSD/CDS para as autárquicas; na situação (estatisticamente) antagónica, a lista PCP-PEV teve o nível dos de 2013, ou seja, o dobro dos votos do candidato proposto numa clara migração de votos naquele lugar e naquele momento.                       
Achas para uma reflexão contínua. Como a luta

                                                                                    


2 comentários:

Victor Nogueira disse...

Aqui tens uma análise a outra situação, ocorrida em intercalares em 2015. Disseram-me lá na altura que a tendência nas freguesias é votar na lista que é maioritária na Câmara, no caso, Vila do Conde.http://mundophonographo.blogspot.pt/2015/10/eleicoes-legislativas-e-intercalares.html.

Olinda disse...

Muito interessante o que este gráfico nos mostra,camarada,de certa forma,reconfortou-me!Obrigada