O trabalho de um Jornalista!
(JAG)
Esta foto aérea mostra duas frentes de incêndio rigorosamente paralelas, entre Aveiro e Figueira da Foz. A extensão era de duas ou três dezenas de quilómetros. Esta estranha ocorrência, só por si, dá azo a muitas perguntas. Acontece que o cenário repetia-se mais abaixo, entre a Figueira da Foz e a Nazaré. Na zona onde se situa (ou situava) o Pinhal de Leiria.
Os jornais e as televisões andaram muito entretidos, durante e depois dos incêndios, a pedir a demissão de ministros, o que não lhes deixou muito tempo para fazerem o trabalho jornalístico básico. Em que concelhos houve ignições, quantas e com que intervalo de tempo? Em que local tiveram início e como se propagaram as chamas? Etc.
Ainda ontem à noite, uma jornalista admitia, num canal de televisão, que não se sabe ao certo quantos incêndios houve e onde. Também ninguém se preocupou muito com isso. E no meio da conversa lá vieram à baila as queimadas e as faltas de cuidado dos cidadãos.
As polícias prenderam ou identificaram miúdos, domésticas e incendiários avulsos. Pergunto eu: um incêndio como o da foto resulta de uma queimada? De um acto intencional de um incendiário isolado?
Lembro que se trata de frentes de fogo rectilíneas com dezenas de quilómetros. Não é preciso ser especialista para ter uma ideia do que aconteceu. Nas duas imagens abaixo, fica uma indicação das distâncias entre os pontos mencionados e uma perspectiva aérea da distribuição da floresta.
Em todas as medidas de prevenção de incêndios florestais preconizadas, não vejo nenhuma que admita uma acção deliberada de terrorismo incendiário. E no entanto ele move-se.
João Alferes Gonçalves
2 comentários:
Muito importante mostrar isto, é incrível. Mas já houve quem, com responsabilidade, falasse de acções criminosas deliberadas e concertadas, como o presidente da liga dos bombeiros, não foi ninguém das autoridades.
Mas uma coisa não houve: pedidos de demissões de ministroS. Foi só da ministra da AI, que nem deveria ter passado o verão, tivessem as coisas sido tomadas com atenção. Porque não se ouviu pedido nenhum em relação ao ministro das florestas!! que já lá andou antes, nem em relação ao ICN. Ora, o Pinhal de Leiria é da sua responsabilidade, e foi denunciado, semanas antes, o estado de abandono a que era votado, e deveria ter havido verdadeira prevenção. Há muita falta de clareza por todo o lado.
Estamos ,realmente,perante um caso de terrorismo incendiário!Os interesses ocultos nos incêndios estão ainda à espreita.Para já,o aproveitamento infame por parte da direita reaccionária,sem o mínimo pudor!Bjo
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