Querem reduzir a Festa ao ritual dos regressos de férias da política. Procuram metê-la no "pacote das rentrés partidárias". Desde logo, há quem não faça férias de exercício de cidadania (na etimologia séria e exigente) e etiquetar a Festa de redutora "rentré" partiária é, como ironizou Jerónimo de Sousa na abertura da festa-2018, impossível. Ela, a Festa, não tem semelhanças com outras manifestações partidárias em que bem bronzeados dirigentes regressados das praias, ou em intervalo estival, fazem discursos "à maneira". Não tem semelhanças, por muito que algumas iniciativas ridiculamente a queiram arremedar.
A Festa é um acontecimento cultural, de concertos, exposições e espectáculos, de encontros e convívio, de debates e solidariedade, de esclarecimento e informação, de gastronomia e desporto, de internacionalismo e inclusão. Por isso, político. Sendo partidário. Desde 1976.
Todos os anos, muitas reflexões se me suscitam enquanto calcorreio as sempre melhoradas veredas do espaço aumentado e alindado. Com críticas a pedirem necessárias melhorias (por exemplo, o som... ou os sons sobrepondo-se, mormente na Festa do Livro). Este ano, tocou-me a impressionante variedade (e coexistência) etária. Tanto jovem e tanto velhote (como eu)! E o excelente espaço criança (e pais e avós...).
Idílica a perspectiva? Não! Talvez, e felizmente, esperançosa, optimista. Mas com pés assentes naquele chão.
A percorrer a cidade internacional na universalidade das referências, nalguns locais me perguntei se, neste momento histórico, aquele ou aqueloutro partido terá existência para além da Festa do Avante.
Vivemos um tempo incerto e perigoso, disse Jerónimo de Sousa entre muita outra cousa onde a comunicação social pescou à linha o que lhe serviria (e a quem ela serve) para o espaço a conceder à "rentré do PCP".
Uma frase guardei, reconfortado por me identificar com a "luta que abriu uma fissura no fosso das inevitabilidades". Luta que tem de continuar (e de se aprofundar) para sanear esse fosso/fossa em que tantos se perdem, atolados em falsas inevitabilidades.
VIVA A FESTA!
2 comentários:
Boa análise camarada.Reentrada é para quem saíu e volta a entrar.Ora,o PCP nunca saíu,pelo que,o vocábulo é completamente despropositado.Viva esta Festa,que só poderia ser do PCP!(E é isso que lhes dói.)Bjo.
Por muito que não falem dela, ela, a Festa, está aí, todos os anos! E este ano teve lugar de destaque no canal 3 da rtp, que transmitiu em directo o discurso de encerramento da Festa. Foi pouco, mas soube-me tão bem!
Abraço
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