Informa, hoje, a Agência Lusa que
«Decorre hoje em Bruxelas a cerimónia de assinatura da declaração conjunta de lançamento da Conferência sobre o Futuro da Europa, com a presença dos presidentes do Parlamento Europeu, David Sassoli, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do primeiro-ministro português, António Costa, na qualidade de presidente do Conselho da União Europeia. O ato inicia o processo que permite aos cidadãos participarem na reconstrução das políticas e instituições da UE, incluindo o compromisso das instituições de "ouvir os europeus e dar seguimento às recomendações da Conferência", em conformidade com as respetivas competências consagradas nos Tratados.»
https://youtu.be/BanVetquQ7w
entre-aplaudindo-se
(o Conselho, a Comissão, o Parlamento, da esq. para a dir.)
O Expresso-curto (que todas as manhãs leio) transcreve-o, acrescentando:
«Já está
cheio de vontade de participar, certo? Na realidade, há mais de um ano que
Parlamento Europeu e Estados-membros tentavam chegar a um acordo a respeito da
Conferência sobre o Futuro da Europa e falta
"operacionalizar a passagem da Declaração à prática, para garantir que não
é mais uma iniciativa de boas vontades sem consequências práticas",
explica a Susana Frexes.»
Sinto-me convocado a responder à pergunta-provocação do autor do Expresso-curto de hoje, sobre a vontade de participar.
É sempre oportuno lembrar que a participação é uma condição da democracia, porque há muitos "esquecidos" e muitos que, lembrados ou não, reduzem a democracia à sua vertente representativa, ao voto periódico. Pelo que participar é um direito!
Não se trata, portanto de ter ou não ter vontade, e o caminho percorrido pela associação de Estados-membros que trouxe à União Europeia, em várias etapas afirmou coisas parecidas com as hoje ditas, fez apelos à participação dos cidadãos e, na prática, obedecendo a interesses dominantes, face à expressão que resultava dessa participação ou não fez o que resultava dessa expressão, ou encontrou maneira de repetir o acto até ter o resultado pretendido para que apenas se queria homologação exigida pelos Tratados, ou foi adiada a concretização que derivaria da expressão dessa vertente da democracia.
Foi assim desde 1965 (crise da cadeira vazia) até ao Tratado de Lisboa de 2007 para substituir a Constituição, saída de iniciativa semelhante a esta Conferência, e chumbada na pretendida homologação por consulta aos cidadãos dos Estados-membros.
Começaria por uma questão sobre o título: em vez de fazer Conferência sobre o Futuro da Europa não deveria promover-se um verdadeiro debate sobre se esta União Europeia poderá ter futuro na Europa.
e depois...
1 comentário:
Pertinente pergunta deixada no último parágrafo.Bjo
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