Da intervenção de Catarina Pires no lançamento do livro "Encontro do PCP sobre os direitos das mulheres", retiro, com prazer e proveito, o (grand) final:
.«... Temos, portanto, que mudar o mundo primeiro. Esta ideia não me desgosta, já que o mundo, tal como está, não está bem. Mas enquanto ele não muda e o homem novo - e já agora a mulher nova - não chegam, é preciso mudar as mentalidades. Bem sei, porque li e ouvi, Rui Fernandes, do Secretariado e da Comissão Política do PCP, afirmar que remeter tudo para aqui é outra das linhas de ofensiva ideológica contra os direitos das mulheres. Será. Mas como o próprio reconhece é necessário alterar as mentalidades.
Passo-lhe a palavra: "Temo-lo afirmado e afirmamos não só no que respeita aos vários aspectos de índole social, mas também, com a frontalidade e a fraternidade que nos caracteriza, no que respeita a aspectos do nosso trabalho partidário. Mas não nos iludamos, a alteração de mentalidades é que conduz à consciência de que é no sistema de exploração que está o problema e que sem a sua substituição perdurarão as condições de perpetuação da discriminação e da desigualdade." É um facto, mas pelo sim, pelo não, vou continuar a ensinar o meu filho João, de quatro anos a cozinhar e a fazer a cama e a arrumar os brinquedos. E a olhar para a irmã Rita, de dois anos, como sua companheira de luta por um outro mundo. E vice-versa. Porque a luta tem de continuar. »
Passo-lhe a palavra: "Temo-lo afirmado e afirmamos não só no que respeita aos vários aspectos de índole social, mas também, com a frontalidade e a fraternidade que nos caracteriza, no que respeita a aspectos do nosso trabalho partidário. Mas não nos iludamos, a alteração de mentalidades é que conduz à consciência de que é no sistema de exploração que está o problema e que sem a sua substituição perdurarão as condições de perpetuação da discriminação e da desigualdade." É um facto, mas pelo sim, pelo não, vou continuar a ensinar o meu filho João, de quatro anos a cozinhar e a fazer a cama e a arrumar os brinquedos. E a olhar para a irmã Rita, de dois anos, como sua companheira de luta por um outro mundo. E vice-versa. Porque a luta tem de continuar. »
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É a dialéctica na vida, camaradas, ou a vida na dialéctica!
10 comentários:
Muito bonito! É o caminho...
Temos que mudar as mentalidades. Todavia, com a educação deste governo que pretende fabricar pessoas incultas e irracionais a coisa torna-se mais difícil. Mas a luta continua.
Se os pais deste País fizessem uso dos seus direitos relativamente á licença de maternidade/paternidade,se fossem com os filhos ás consultas,se ficassem metade do tempo em casa quando eles estão doentes,se fossem dia sim dia não buscar as crianças ao infantário,podem crer que a discriminação das mulheres nas empresas e em determinados cargos diminuiam bastante.Lá nas reuniões do seu partido podiam começar a mudar a mentalidade dos homens e das mulheres no que se refere ás suas responsabilidades familiares,era um bom começo.
Excelente. E mudando as mentalidades muda-se o mundo, não é?
-Lá nas reuniões do seu partido: Pois claro lá no partido que não é o meu partido lá é que poderiam podiam começar a mudar a mentalidade dos homens e das mulheres no que se refere ás suas responsabilidades familiares,era um bom começo.
A histórinha é antiga: "os comunistas que vão a frente..." E não é que vão mesmo!
Patrícia - estamos fazendo por isso, faz parte da luta... às vezes connosco próprios/as!
aferreira parece que eu não escrevi lá no seu partido que não é o meu,decerto que leu mal.Seja ou não seja o meu partido parece que os comentários não precisam de ter uma certidão partidária.Agora uma coisa lhe digo os comunistas vivem com as outras pessoas na mesma sociedade e portanto não será estranho que alguns tenham os mesmos preconceitos,que cometam erros,que por vezes se enganem,que tentem corrigir aquilo que pensam que não fizeram bem,é normal faz parte da natureza humana.Sabe a humildade é uma grande virtude e a arrogancia um péssimo defeito
Ó meus amigos, temos tanto e tantos com quem nos abespinhar... Não nos abespinhemos por pequenos mal entendidos, mal escritos ou mal lidos.
E claro que os comunistas não são nem melhores nem piores que os que o não são, como dizia a minha referência mais humana de todas, Joaquim Pires Jorge, temos coisas boas e más como todos, temos é a obrigação de pôr as coisas boas ao de cima. Pelo menos, de fazer por isso.
Saudações amigas
"mudar de mentalidades..." sim! Mas leva tanto tempo quanto dentro de uma fossa lavar alguém com água-de-colónoa para lhe eliminar o mau cheiro. A tarefa é árdua mas não podemos baixar os braços.
Não posso deixar de colocar aqui uma das minhas dicas preferidas: "As mentalidades só mudam de dentro para fora"... ou seja; temos que colocar toda a atenção e força a mudar a NOSSA própria mentalidade nomeadamente no que toca à forma como vemos os ooutros e como nos vemos em relação aos outros. Na minha modesta opinião, é essa a única forma que temos para mudar o mundo.
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