No regresso de um périplo em que saltei de Lisboa, à tarde, para Viseu, à noite, preenchi o tempo de "expresso" a ler jornais. Os ditos de referência...
Passo por tanto que me convida a comentar - o tempo não dá para tudo... -, e pelo que nem por isso, como a prioridade dos critérios jornalísticos que são as orientações sexuais do fascista austríaco que morreu alcoolizado em acidente de automóvel, e fixo-me em dois apontamentos.
O Público consegue ignorar a iniciativa do PCP de um debate sobre o actual pico de crise, com 4 dos seus membros, o secretário-geral, o anterior secretário-geral, que é economista, e mais dois, sendo ambos doutorados em economia e que tiveram muitos anos de tarefa no Parlamento Europeu, e com o vice-reitor da Universidade de Coimbra. É simplesmente vergonhosa a omissão.
Já o Diário de Notícias dá notícia do acontecimento, cumprindo o que é a sua obrigação. Mas fá-lo à sua maneira e, sob fotografia de três dos intervenientes e o título PCP debate resposta à actual crise, consegue escamotear o mais significativo dessa resposta que é a necessidade e urgência de ruptura com a política de direita que há muito o PCP vem exigindo, prevendo e prevenindo o que está a acontecer, e a luta pelo socialismo. Esta palavra, qual espectro, não aparece no texto.
Depois, ainda acho curioso e merecedor de comentário (leve) a coluna de Ferreira Fernandes. hoje com o título A coisa está preta para os vermelhos, em que, pretendendo fazer graça com as eleições nos Estados Unidos, onde os "republicanos" têm a cor vermelha e os "democratas" a cor azul, termina reforçando a intenção de ter graça com outra conotação implícita na cor repetindo o título, e fechando com a tirada de que isso da coisa estar preta para os vermelhos "é tradição na América".
Na América?, mas qual América?, ou os Estados Unidos são a América? E para quem é que a coisa está preta neste momento de grave pico de crise do capitalismo? Para os vermelhos do espectro político?
13 comentários:
-É caso para dizer tudo como dantes no quartel general dos de referência, Aberrante.
aferreira
Fome e fartura
00h30m
Portugal está em risco de ser ultrapassado pela Ucrânia no ranking da UEFA mas, ao menos, continuamos no topo, logo abaixo do México e da Turquia, do ranking dos países com maiores desigualdades sociais. Segundo a OCDE, se houve em Portugal uma melhoria da distribuição de rendimentos entre os anos 70 e 80 (o período "gonçalvista", origem, como se sabe, de todos os nossos males), a partir daí, durante 30 anos de governos de partidos com "socialista" e "social" no nome, nunca mais pararam de crescer as desigualdades, com os ricos sempre mais ricos e os pobres sempre mais pobres.
Hoje até famílias das classes médias pedem, em número cada vez maior, ajuda ao Banco Alimentar contra a Fome. Mas nem tudo são más notícias: se os portugueses (os que têm trabalho) ganham pouco mais de metade (55%) do que se ganha na zona euro, os nossos gestores recebem, em média, mais 32,1% que os americanos, mais 22,5% que os franceses, mais 53,5% que os finlandeses e mais 56,5% que os suecos. Portanto, como Cesariny diria (cito de cor), "se há gente com fome,/ assim como assim ainda há muita gente que come".
-Não é bem como diz.
Anónimos
É o anticomunismo a esconder as iniciativas do PCP, é a ignorância a fazer opinião, é (continua a ser) a media a pôr-se de cócoras perante o capital.
... é a luta de classes...
Abreijos
Camarada para aparecer uma notícia que dê destaque ao PCP no Público e quejandos é bastante fácil e eles de imediato abrem portas e janelas, basta escrevermos que estamos descontentes com o Partido que de imediato é publicado, com direito a destaque de 1ª página, pois isso é fundamental para a estratégia deles, o receio do Partido da alternativa se afirmar perante os partidos da alternância é demasiado, pois a inevitável ruptura com a política de direita colocará a ridículo as qualidades dos “Fernandes”.
Se os Camaradas intervenientes fossem falar mal do Partido e do comunismo, não tenhamos dúvidas que a imprensa burguesa iria dar primeiras páginas, abertura de noticiários, etc. Como os intervenientes são comunistas e, muito bem, defendem uma ruptura política com este sistema social assente na pobreza e na exploração, os meios de comunicação social da burguesia escusam-se a cobrir quem, de facto e na prática, está do lado dos trabalhadores: o PCP, os seus dirigentes e militantes.
Um abraço
Razão maior para ler e divulgar o "Avante!".
A Comissão de Censura está lá instalada e isto é necessário entrar dentro da nossa compreensão para melhor a atacar e vencer.
A tristeza que tudo isto é não apaga o facto de terem (teres) aparecido na TV, já não sei em que canal, nas notícias. Estavam todos muito bem na imagem. Durante um cagagésimo de segundo... mas muito bem! :)))
Haja pachorra!...
Abraço
Vamos, então, ler o Avante! - e continuar a luta pela ruptura.
Um abraço.
Há pouco, fazendo zapping na tv, acabei por cair nos comentários do prof. sabe tudo, Marcelo, que sabendo tudo foge de tudo que o responsabilize, que teve a ousadia de dizer que de todos os líderes partidários só Louçã falou da crise internacional. Não sei se devo classificá-lo como distraido ou desonesto. Na passada 5ª Feira houve um debate em Lisboa em que tu participaste assim como o Sec. Geral do PCP Jerónimo de Sousa. Na próxima 2ª Feira reune o CC do PCP para discutir a crise. Que outro partido político se preocupou em discutir a crise, as suas causas e consequências. Já agora aproveito para te dizer que com o Pedro Carvalho estive em dois debates na Póvoa de Varzim e em Vila do Conde sobre a crise, neste fim de semana, com excelente participação quer em quantidade quer em conteúdo, promovidos pelas respectivas comissões concelhias do PCP. Quem não discute? Certamente os outros. Nós há muito, mesmo há muito, vinhamos alertando para a situação que está a ocorrer. Mas que interessa isso aos comentadores pagos para venderem o peixe que lhes encomendam.
claro que "eles" têm receio de dar muito protagonismo ao PCP porque encosta qualquer um ou "quaisquer uns" à parede...e têm tanto azar que desde as bases ao topo, discutem-se as teses do congresso e inevitavelmente, a grande parte dos temas, claro, são os braços com que o capitalismo manipula o sociedade. distraídos? não, tenho a certeza que partilhas da minha ideia em como são mesmo desonestos.
eulália - sejas bem aparecida! Claro que são desonetos, como tu dizes. Naturalmente... porque é a natureza da sua natureza de classe, ou da classe que servem.
Bom trabalho
-Eu não percebo nada disto de informática mas dá me a impressão que não a usamos devidamente em massa utilizando até ao osso esta arma de arremesso com textos num fórum ou blogue gerido um grupo.... comum ...a todos onde se pudesse ler os artigos dos camaradas e ver os vídeos que não passam nas TVs um jornal radical e rebelde.
Seguindo em combate.
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