sexta-feira, novembro 28, 2008

adenda

Neste período de andanças e desandanças quase sem paranças, enquanto corro de um lado para o outro procuro não perder o treino da auto-crítica, e vou avaliando o que me vai acontecendo, ou o que vai acontecendo comigo dentro. Ao parar aqui, ao computador, alguns episódios vêm ao de cima.
No Porto, no debate sobre os 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, uma pessoa amiga pôs a questão do ambiente. Ripostei da forma que a "inspiração" do momento me ajudou, que sim senhor que a preservação do ambiente é um direito humano, mas, depois, sozinho comigo e a fazer balanço... "veio-me à memória uma frase batida" e quase consensual - poluidor, pagador! - , e fiquei com pena que tão tarde me tivesse chegado.
Reconhecido que poluir é um atentado contra a natureza, considerado por nós que o ser humano faz parte da natureza pelo que esse atentado é também, e inequivocamente, contra o ser humano e os seus direitos... desde que se pague, tantas vezes após um cálculo de custo-beneficio para o capital investido em que se inclui nos custos o pagamento da poluição provocada, aceita-se ou tolera-se que se polua. E, depois, até se faz da despoluição mais um negócio...
É difícil encontrar fórmula que tão bem sintetize a desumanidade em que vivemos.

5 comentários:

Anónimo disse...

pois é isso. Poluidor/pagador. Dá mais margem para negócios capitalistas. É ver o que nós já pagamos pelo lixo doméstico. Contudo, as grandes empresas industriais, agrícolas,etc. continuam a poluir em grande escala e quem paga é o contribuinte, isto é, o que já paga demasiado caro o seu lixinho doméstico.

miguel disse...

http://imperiobarbaro.blogspot.com/2005/11/marxismo-e-ambiente.html

http://www.dorl.pcp.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=1746&Itemid=77

alguns pensamentos sobre o "dogma ambientalista" que tudo tem justificado.

miguel disse...

http://imperiobarbaro.blogspot.com/2008/05/quando-os-paradoxos-explicam-realidade.html

também este tem umas notas.

sérgio, é normal que não nos lembremos de tudo o que é importante no momento certo. particularmente quando o tema surge espontaneamente. ainda assim, quem dera a muitos de nós lembrarem-se e saberem tantas coisas quantas as que tu lembras e sabes.


abraço

Fernando Samuel disse...

No capitalismo tudo é negócio... e o negócio é tudo...


Um abraço grande.

samuel disse...

è uma espécie de justiça à filme americano... com aqueles advogados sempre muito bons que resolvem quase tudo sem sequer pôr os pés num tribunal, a troco de dinheiro.