"O capitalista - e ainda mais o seu tradutor teórico, o economista político -, porém, só dificilmente pode desistir da imaginação de que o dinheiro pago ao operário continua a ser dinheiro do capitalista."
(pág. 477, Tomo V, edições avante!, tradução de José Barata Moura)
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E até parece fácil quando se entra no âmago do funcionamento do capitalismo, tal como Marx o dissecou (falar em autópsia foi, é e ainda é muito prematuro).
O capitalista troca capital-dinheiro por capital-mercadoria (força de trabalho), o trabalhador recebe dinheiro, que deixa de ser capital variável ao ser trocado por horas de utilização da força de trabalho, e é essa mercadoria-dinheiro, e não o capital variável que o capitalista já trocou pela mercadoria (força de trabalho), que o trabalhador vai trocar pelas mercadorias que lhe vão satisfazer necessidades.
Assim, o trabalhador passa de vendedor (de força de trabalho) a comprador (de mercadorias que produziu e/ou distribuiu). Comprador, com o seu dinheiro, produto da sua venda. Dinheiro que, desta (e nesta) forma, devolve ao capitalista, proprietário das mercadorias por o ser dos meios de produção e de distribuição. Dinheiro que, depois, o capitalista pode metamorfosear, enquanto capital sob essa forma (D), em capital sob a forma de mercadoria (M), constante se para trocar por meios de produção (M), variável se para trocar por força de trabalho (FT), também mercadoria.
2 comentários:
Macacos me mordam se um dia "isto" não vai ser claro como água para mim. Tenho é de insistir, insistir...paciência e capacidade de transmitir não te falta a ti!
Faz-me tanto pensar no "OPERÁRIO EM CONSTRUÇÃO" de VINICIUS de MORAIS. Mas é um bocadinho mais difícil. Defeito meu. Um abraço.
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