sexta-feira, novembro 06, 2009

O verniz técnico que tapa a unha suja da exploração

Entre os vários "blogs" em que vou (a)postando, este é o de charneira. Por isso, algumas coisas que noutros saem, porque a eles serão adequados, talvez faltem aqui. Dada a sua importância relativa (para mim, claro...).
Como este, sobre afirmações rádio e televisivas, em que meus colegas de profissão têm abundado, numa perspectiva que, com toda a frontalidade, tem o meu completo desacordo.
Vitor Constâncio e Silva Lopes, nessa "qualidade", têm aparecido como "pontas de lança" de verniz técnico a tapar a unha suja que Van Zellers & Cia. não se cansam de mostrar na tentativa de justificar um "modelo" económico desvalorizador do mercado interno, voltado para as exportações e, por isso, justificando o ataque aos salários (e aos trabalhadores que dele vivem) prosseguindo a estratégia baseada na vantagem comparativa dos custos do trabalho com roupagens linguísticas de produtividade e competitividade.
Assim sendo, refiro o "post" do sempre acutilante samuel-cantigueiro, que se pode ler aqui, e transcrevo parte do "post" que coloquei - e por razões locais - em PorOurem, com o título "Ah é? A bem da economia portuguesa os trabalhadores não devem aumentar os salários? :
.
(...) à pergunta do título, segue-se uma outra: e os bancos e os grupos transnacionais que por cá andam ou passam - de passagem - devem aumentar os lucros... a bem da economia portuguesa?... como aliás vêm fazendo sempre... para mal da economia dos portugueses!
O colega e conterrâneo Silva Lopes é pessoa que, ao longo da vida, me tem merecido toda a simpatia, mas está a descarrilar. Na minha opinião, como é óbvio.
Para não entrar em tipo de campanhas que rejeito, poupei-o a transcrever, recentemente, comentários que a seu respeito me chegaram, sobre a sua escolha para administrador de uma empresa pública (ou para-pública), aos 77 anos, com decerto chorudo salário para somar às suas diversas e avultadas reformas, mas - agora! - pergunto se não é provocatório dizer o que diz quando desfruta dos réditos mensais que lhe entram em casa todos os meses?
Quererá ele viver aí um anito com o salário mínimo... para benefício da economia portuguesa, por via da exportação das energias renováveis que lhe pagam um saláriozito mais para arredondar o orçamento?
Haja decoro!

4 comentários:

Unknown disse...

Começo a duvidar do meu espírito revolucionário. É que, se a paciência é revolucionária, não sei que fazer para arranjar mais alguma para aturar esta corja de marmanjos.Estou farta de tanta malandragem. E todos a viver à nossa custa.
Pronto! Já disse. Ao menos desabafei.

Campaniça

Sérgio Ribeiro disse...

Desabafa que te faz bem! Até podes usar algum vernáculo...
E vamos à luta!

Beijos

Antuã disse...

Decoro é coisa que não existe em pessoas como Silva Lopes ou Vitinho.

José Rodrigues disse...

"Quando alguém abre uma torneira em Mafra ou em Ourém,é em Paris que a maior empresa mundial de água está matar a sede financeira"In Finanças/pessoais-J.N.dia 06/11/2009.Como já deves beber dela (água)talvez possas desenvolver!

Abraço