Circunstâncias pessoais (aquilo de que somos feitos...) levaram a que tivesse começado a observar o "processo CIMPOR e OPA da CNS brasileira" a partir da comunicação social brasileira... É curioso ver as duas faces da mesma moeda... ou negócio. Para aqu,i trouxe algumas notas. Hoje, trago uma outra nota publicada no avante!, Afinidades, de Vasco Cardoso, que, além de "novidades", faz uma útil recapitulação. Recapitulemos, então:
«Há um ano atrás, o País ficava a saber que o banco público – Caixa Geral dos Depósitos – havia realizado um negócio com o Sr. Manuel Fino – ilustre capitalista – em que lhe comprava acções da empresa cimenteira CIMPOR por um valor superior em 25% ao chamado valor de mercado das ditas acções. Este negócio representou na altura para o erário público uma perda de mais de 60 milhões de euros.
Acrescente-se que as acções da CIMPOR a MF pela CGD, correspondentes a 9,5% do capital social, são acções de uma empresa que já tinha pertencido ao Estado e que foi sendo privatizada por governos do PS e do PSD entre 1994 e 2001 por valores bastante inferiores aos seus lucros e ao seu valor estratégico.
Esta semana ficámos a saber que, apesar da CGD ter comprado as acções da CIMPOR pertencentes a MF, o direito de voto dentro da cimenteira, isto é, a capacidade de decisão junto dos restantes accionistas, permaneceu nas mãos do capitalista MF. Querem mais? E se ficámos de posse dessas informações podemos "agradecer" à OPA lançada pelo grande capital brasileiro, que se preparava para deitar a mão a esta empresa estratégica para os interesses nacionais, e ao facto de cada um dos actuais accionistas – Teixeira dos Santos, Soares da Costa, BCP, etc. – se estarem a posicionar em função dos seus próprios interesses.
Recapitulemos então: a CIMPOR é uma empresa estratégica para o País, que produz uma matéria-prima vital – o cimento; o Estado vendeu a CIMPOR a MF por um valor aos lucros que esta proporciona; a CGD, que é do Estado, comprou acções da CIMPOR a MF por um valor superior ao "de mercado"; MF ficou com o direito de voto dentro da CIMPOR, mesmo depois de ter vendido a bom preço as acções ao Estado (CGD).
Tal como na situação do BPN – onde o Estado, também por via da CGD, assumiu mais de 3000 milhões de euros de prejuízos para, depois de “limpo”, entregar o banco novamente ao grande capital –, este negócio em torno das acções da CIMPOR e dos interesses de MF, é revelador do papel que tem sido reservado ao Estado enquanto instrumento ao serviço da acumulação e concentração capitalista.
Bem podemos dizer que aquilo que falta em transparência nestes negócios entre interesses privados e recursos públicos sobra em descaramento e na impunidade com que o grande capital – cuja afinidade com o PSD e CDS não se distingue do que vai tendo com o PS – vai saqueando os trabalhadores, o povo e o País.»
Acrescente-se que as acções da CIMPOR a MF pela CGD, correspondentes a 9,5% do capital social, são acções de uma empresa que já tinha pertencido ao Estado e que foi sendo privatizada por governos do PS e do PSD entre 1994 e 2001 por valores bastante inferiores aos seus lucros e ao seu valor estratégico.
Esta semana ficámos a saber que, apesar da CGD ter comprado as acções da CIMPOR pertencentes a MF, o direito de voto dentro da cimenteira, isto é, a capacidade de decisão junto dos restantes accionistas, permaneceu nas mãos do capitalista MF. Querem mais? E se ficámos de posse dessas informações podemos "agradecer" à OPA lançada pelo grande capital brasileiro, que se preparava para deitar a mão a esta empresa estratégica para os interesses nacionais, e ao facto de cada um dos actuais accionistas – Teixeira dos Santos, Soares da Costa, BCP, etc. – se estarem a posicionar em função dos seus próprios interesses.
Recapitulemos então: a CIMPOR é uma empresa estratégica para o País, que produz uma matéria-prima vital – o cimento; o Estado vendeu a CIMPOR a MF por um valor aos lucros que esta proporciona; a CGD, que é do Estado, comprou acções da CIMPOR a MF por um valor superior ao "de mercado"; MF ficou com o direito de voto dentro da CIMPOR, mesmo depois de ter vendido a bom preço as acções ao Estado (CGD).
Tal como na situação do BPN – onde o Estado, também por via da CGD, assumiu mais de 3000 milhões de euros de prejuízos para, depois de “limpo”, entregar o banco novamente ao grande capital –, este negócio em torno das acções da CIMPOR e dos interesses de MF, é revelador do papel que tem sido reservado ao Estado enquanto instrumento ao serviço da acumulação e concentração capitalista.
Bem podemos dizer que aquilo que falta em transparência nestes negócios entre interesses privados e recursos públicos sobra em descaramento e na impunidade com que o grande capital – cuja afinidade com o PSD e CDS não se distingue do que vai tendo com o PS – vai saqueando os trabalhadores, o povo e o País.»
2 comentários:
Apetece-me dizer "É este o Estado a que chegámos"...
Um abraço
Nestas confusões todas quem fica a perder? Os que trabalham, os que criam a riqueza.Que mundo mais injusto é o mundo capitalista!!!!!
Beijos.
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