GMR
- União ou desUnião?
A União Europeia, assim chamada desde o Tratado de Maastrich (1992), se nos primeiros passos, na continuidade do "mercado comum" ("a 6"), foi tentada como união económica e monetária por via do aprofundamento, este falhou e avançou-se pelo alargamento, com um salto para 9 Estados-membros - que não foram 10 porque o povo norueguês recusou, por referendo, o negociado pelo seu governo -, e as perspectivas da integração tornaram-se evidentemente diferentes entre os iniciais 6 (França, RFA, Itália e BENELUX) e os "novos", pouco propensos para uniões, Reino Unido, Irlanda e Dinamarca.
- No meio de uma situação de crise (monetária, do petróleo) e em condições novas de confrontação na luta de classes, o processo de integração capitalista procurou, nos meados da década de 70 e ainda na via do alargamento, reforçar a posição da classe dominante, como o mostra um relatório muito elucidativo - de Tindemans -, em que se defende a criação de um núcleo super-integrado e uma periferia, prefigurando uma "Europa a duas velocidades", ao mesmo tempo que criava um Parlamento Europeu eleito (1979), num arremedo de democracia.
- Assim se terá delineado a chamada (abusivamente) "construção europeia", com a adesão, nos anos 80, da Grécia e da Espanha e de Portugal, configurando uma orla sul-mediterrânica (incluindo o sul da Itália), subindo até ao norte do Reino Unido em desindustrialização e a Irlanda, futuras regiões-alvo de uma coesão afirmada como necessária para acompanhar e compensar a passagem da união aduaneira ao mercado interno, com 4 liberdades de circulação - sendo a única efectiva a de capitais, em começo de libertina circulação -, o que, inevitavelmente, agravaria as assimetrias regionais e as desigualdades sociais.
- A esta dinâmica e estratégia vieram juntar-se as condições criadas pelo desaparecimento dos Estados socialistas europeus - e do seu próprio processo de integração económica, o CAME -, numa outra etapa da luta de classes, acelerando a que foi chamada globalização, com o "imperial(ista)" sistema capitalista a procurar aproveitar o apagamento de alguns constrangimentos na correlação de forças, forçando o rumo para a União Económica e Monetária e para a União Política. Em força!, e esquecendo (ou fazendo esquecida) a coesão económica e social.
Sumário
(sujeito a inevitáveis alterações)
2ª feira – Nota prévia sobre aponta mentes
Europa e U.E.
Quantos são?, por quê e contra quem?
3ª feira – União ou desunião
Meados dos anos 70
A “construção” com periferia
O desaparecimento dos países socialistas
O desaparecimento dos países socialistas
4ª feira – Euro e eurozona
Passo decisivo… para quê?
A “democracia” e as suas contingências
5ª feira – A crise da Europa e a crise na U.E.
A D.I.E.T.
A armadilha da dívida externa
6ª feira – Os locais menos os muros
As saídas nacionais num quadro global
As massas, a luta e os votos
Sábado – Reflexão pré-voto
As várias candidaturas e “arranjos”
A composição do PE
Domingo – Uma decisão partilhada por milhões
Só!, de cada um… informada/consciente
2 comentários:
O que a vida tem demonstrado para nôs e para as economias mais frâgeis,ê que a UEM tem servido para agravar ainda mais as assimetrias e aprofundado os problemas sociais.O povo,na sua grande maioria,tem essa percepcao,e irâ reflectir-se na elevada abstencao no prôximo Domingo.
Um beijo
União em torno do GRANDE CAPITAL.
Um beijo.
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