GMR
- Euro e eurozona
O sinal mais evidente da desunião da dita União Europeia é o da moeda única, do euro. É que enquanto a União Europeia é composta por 28 Estados-membros, a Eurozona, que é o conjunto dos países têm como sua moeda a moeda única, o euro, é de apenas 18. O que é evidência que se procura que evidente não seja, ou até se esconde. E nem se argumente, como há quem o faça, dizendo que são Estados recém-entrados, que estão a preparar-se e no "bom caminho". Logo quando criada, sendo então 15 os Estados-membros, 3 (Dinamarca, Reino Unido e Suécia) optaram por ficar de fora (opting-out) e 1 (Grécia) ficou à porta à espera de ter condições para entrar, do que os gregos estarão ainda mais arrependidos que os portugueses. Em resumo: o mais emblemático passo da U.E., a União Económica e Monetária, está longe de ter o passo único e certo
- E seria passo decisivo para quê, e vindo de onde? A história, cheia de estórias*, seria longa. Apenas se deixa o aponta mentes de que a U.E.M. (com o euro e o BCE) veio na esteira da decisão do mercado interno, com a tal libertinagem da circulação dos capitais, foi acelerado com a queda dos países socialistas e após a ratificação de Maastrich (com "prolongamento e penalties" por causa da Dinamarca), e atropelando tudo, sobretudo a referida coesão económica e social criada para atenuar as consequências sociais e regionais do mercado interno. E seria passo decisivo, também, para a passagem à União Política, federal e militarista.
- No entanto, a "democracia" - mesmo com aspas - é um travão a estes processos. Eles têm avançado mas com muitas dificuldades (e "crises") porque a correlação de forças, a vários níveis, a isso obriga. O Tratado de Maastrich teve um primeiro e enorme percalço dinamarquês, que expedientes jurídicos safaram de acidente maior com o referido opting out,que transformou um não num sim à segunda tentativa, também as condições técnicas para a criação de uma moeda única não existiam (a dita zona monetária óptima nem medíocre poderia ser) e, depois, a tentativa de avançar com uma Constituição Europeia ficou-se (dados nãos da França e da Holanda) por um artificioso Tratado de Lisboa** (que ainda teve de passar por outra transformação de um não - desta vez seria irlandês - num difícil yes)
- Isto tudo antes da "crise"... que era tão fácil de adivinhar como difícil de acabar.
* - algumas dessas estórias foram por nós vividas "ao vivo" e de algumas delas escreverei em próximos episódios
** - o do "porreiro, pá!" dançado por Durão Barroso e José Sócrates
Sumário
(sujeito a inevitáveis alterações)
2ª feira – Nota prévia sobre aponta mentes
Europa e U.E.
Quantos são?, por quê e contra quem?
3ª feira – União ou desunião
Meados dos anos 70
A “construção” com periferia
O desaparecimento dos países socialistas
O desaparecimento dos países socialistas
4ª feira – Euro e eurozona
Passo decisivo… para quê?
A “democracia” e as suas contingências
5ª feira – A crise da Europa e a crise na U.E.
A D.I.E.T.
A armadilha da dívida externa
6ª feira – Os locais menos os muros
As saídas nacionais num quadro global
As massas, a luta e os votos
Sábado – Reflexão pré-voto
As várias candidaturas e “arranjos”
A composição do PE
Domingo – Uma decisão partilhada por milhões
Só!, de cada um… informada/consciente
6 comentários:
Lembro-me bem destes acontecimentos. Um beijo.
ESTÁ TUDO TÃO CLARO. AGORA SÓ NÃO VÊ QUEM NÃO QUER.
A moeda ûnica,impös-se com tantas contradicoes,e comecando torta,nunca se hâ-de indireitar.Nao vejo a hora do seu fim.
Um beijo
À partida, depois dos resultados vistos, sou contra a moeda única. No entanto, se voltarmos ao escudo, penso que será inevitável a desvalorização da moeda! O que acontecerá com a dívida e as inevitáveis importações que temos, como por exemplo a energia eléctrica? Não ficaremos sufocados? A questão é: no fim de nos terem metido num buraco destes será possível sair dele? Esta é uma dúvida que me assola e que gostaria de esclarecer com a ajuda de pessoas mais esclarecidas do que eu! Aguardo opiniões! Obrigado!
Não se pode continuar toda vida num buraco ou saimos dele a todo o custo ou sucumbimos e para dele sair é necessária coragem e determinação.
A primeira etapa está em escorraçar quem lá nos meteu.
O que é mesmo preciso écorrer com a gente que nos meteu nisto.
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