O
programa é o que é, na televisão que é o que é, na comunicação social que é o
que é. Na correlação de forças que é o que é. Na luta em que estamos. Para
mudar o que está. Para que nada continue – o programa, a televisão, a
comunicação social – a ser o que é, como é e ao serviço do que está.
O “prós
e contras” de ontem, no rescaldo/ressaca das eleições para o PE, devia ter
sido (deveria ter sido) “ouvisto” neste estado… de espírito. Assim o procurámos fazer, dominando a quase irreprimível vontade de partir qualquer coisa ou, mais
moderadamente, tirar o som ou apagar a imagem, quando a D. Ana Gomes tomava (ou
assaltava) a palavra, quando o dr. Marinho amarinhava com o seu discurso de
advogado barato mas eficaz (precariamente). Os outros dois – do lado contra/pró – foram mais contidos, comedidos, um – como é que ele se chamava? – porque
estava ali de mandat(ári)o precisamente para amaciar a amaciada derrota do
coligação AP e do governo; outro, o João Ferreira, porque é de uma outra
história e de outros métodos, embora tivesse tido de mostrar, com firmeza, que não
aceita o que não é aceitável, o ataque desbragado e sem fundamento, os clichés
e os preconceitos, e afirmasse, com clareza e sem aparente mossa, a verdade básica, essencial, que esta União Europeia não é a Europa.
Três
aponta mentes talvez úteis, para que contribuíram as intervenções de
convidados, quer de “constitucionalistas”, quer do “politólogo”:
·
A questão
da governabilidade é o que parece mais preocupar. Ora é preciso dizer
que será a da governabilidade dentro do sistema, sem alternativas, que será
a da governabilidade no quadro dos arranjos inter-partidários, dos consensos
e compromissos, das alternâncias para que nada verdadeiramente mude nas relações sociais, de exploração do "trabalho pelo "capital".
· Fez-se soar o alarme do risco
de guerra se a União Europeia se afundar, como se esta fosse o garante da
paz, paz que seria devida ao processo de integração em curso. A obsessão da
segurança, o espantalho acenado pela D. Ana Gomes, é uma falácia a partir da leitura
da História recente (das últimas décadas) porque pretende passar em branco as
páginas dedicadas à Jugoslávia e aos contributos do crescente papel militarista
e agressivo da U.E., braço armado da NATO/EUA, ao que está por detrás da
dramática situação na Ucrânia. A D. Ana Gomes é coerente com a sua posição policial/militarizada,
que defende (algo excitadamente) dever ser assumida pela “Europa”, tomada como
repositório de valores e direitos humanos. Pois se até advoga (a propósito da requalificação
da indústria naval portuguesa, imagine-se!) que se ponha “a Base da
Lajes, sem prejudicar (claro!) os acordos que temos com os Estados
Unidos, no centro de uma política de Segurança e Defesa exatamente para a vigilância
de toda a zona do Golfo da Guiné e da imensa zona que passará a ter implicações
com o alargamento do Canal do Panamá”. Uma espécie de Guevarismo às
avessas: um, dois, muitos Iraques e Afeganistões!
·
O
povo é quem mais ordena, ou seja, são as
massas que determinam, em última instância, os passos no caminho da História.
Os resultados eleitorais devem ser vistos como os reflexos da “estado das
massas”, o lado subjectivo mais relevante da realidade. As massas estão em
rotura com as soluções procuradas pelo capitalismo para ultrapassar as suas
inultrapassáveis contradições (e crise larvar e intrínseca) – as soluções “ao
centro”, social-democratas e neoliberais – e avança para posições, ou de consciência
de classe em luta por uma real mudança, ou manipulável para radicalismos de
direita, contra o "inimigo" que é o vizinho,o próximo, ou o outro conhecido e alardeado, radicalismos xenófobos, racistas, fascistas.
· Já
agora, e ainda do ”prós e contras” de ontem, uma pergunta que vamos repetir
em várias oportunidades: em que grupo do PE irão inscrever-se os dois deputados
MPT/Marinho Pinho?
4 comentários:
MPT (Marinho Pinto da Terra) já começou a abrir o jogo. «a CDU não conquistou um deputdo. A CDU e o BE perderam um deputado. É conversa rançosa de advogado manhoso.
A Ana Gomes mete nojo a qualquer peixeira. O Marinho Pinto celebrizou-se por todas as televisões á disposição para insultar juízes, delegado do Ministério Público quando responsáveis do PS estavam na mira da justiça.
O Marinho Pinto é outro que sabe aproveitar-se dos momentos e com a sua conversa de advogado manhoso lá vai arrebatando votos de indecisos e ignorantes. Eu até já o vi de cravo vermelho na lapela numa homenagem que se fez a Arnaldo Mesquita. Para mim ele é um fogo fátuo. Rapidamente se extinguirá.
A CDU ,sim, faz realmente a diferença.
Um beijo.
Quase impossível ouvir seja o que for quando está a "peixeira" Ana Gomes, asquerosa e com olhar cada vez mais louco!
O Marinho lentamente faz o sua caminhada para lugares muito mais altos. Bem podia ir para uma feira até peixe podre vendia por, pescado fresco.
O João Ferreira esteve muito bem.
Bjs,
GR
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