Esta era a composição do Parlamento Europeu de que se partia para as eleições de 25 de Maio.
A leitura das alterações provocadas pelas votações em 28 países é importante, sobretudo para se "tomar o pulso" ao "estado das massas",. o primeiro dado é o da diversa mas em geral significativa abstenção, que justificaria uma análise mais fina.
Entre as muitas dezenas de milhões de votos expressos, estaria o que cada um de nós "botou", e aqui terminaria o roteiro do votozinho (valendo exactamente o mesmo que qualquer outro e sendo insubstituível) que foi contado na mesa nº 1 da freguesia da Atouguia.
Tinha ele a intenção de chegar ao escrutínio total e de contribuir para reforçar a frente de luta que é protagonizada pelos deputados eleitos pela CDU, em derradeiro passo do seu roteiro ser um contributo para que o grupo em que esses deputados se integram se fortalecesse (lembrar que fiz parte dele - ou do que o antecedia - com 13 deputados de 3 Estados membros, que então eram 15!).
A última previsão da nova composição, de 2 de Junho, é a que segue
Releva-se a queda do número de deputados no PPE (onde estarão os 7 do PSD/CDS) de 273 para 214, dos "socialistas" de 196 para 189 (onde estarão os 8 do PS), do ALDE ("liberais") de 83 para 65, dos Verdes de 57 para 52 (não sei se já lá se contando Marinho Pinto & Cia. ou não), do ECR ("conservadores"), enquanto já aumentaram o número de componentes o EFD (extrema-direita) de 31 para 38 e o NI (não-inscritos fascistas) de 33 para 41, e GUE/INGL (onde estarão os 3 deputados eleitos nas listas da CDU e a deputada eleita pelo BE) já terá assegurada a passagem de 35 para 45, faltando ainda saber onde se irão colocar 61 deputados não definidos e de cuja associação pode vir a resultar, em termos de previsão arriscada, um acréscimo, ou até formação de grupo, nos NI, o que seria muito negativo e sinal perigoso, ou a subida do GUE de 6º para 5º ou mesmo 4º grupo o que seria ainda mais positivo e sinal esperançoso.
De qualquer modo, deixa-se um apontamento sobre as votações em Espanha, na Grécia e na Irlanda (os nossos companheiros PIGS), que pareceram interessantes (e complexas..) ao pequenino voto que da Atouguia chegou ao GUE.
· Em Espanha, os dois maiores partidos sofreram uma hecatombe eleitoral perdendo mais
de 5,2 milhões de votos e ficando juntos abaixo dos 50 por cento. O PP
conseguiu 26 por cento e 16 deputados (42,2 por cento e 23 lugares em 2009) e o
PSOE 23 por cento e 14 deputados (38,5 por cento e 21 deputados em 2009). Como terceira força mais votada
surge a Esquerda Plural, constituída pela Esquerda Unida, Verdes e outras
formações, com dez por cento dos votos e seis deputados (3,7% e dois deputados
em 2009). Outra novidade foi a emergência do partido «Podemos», nascido
do movimento dos indignados, que conquistou oito por cento e cinco deputados.
Também a União Progresso e Democracia (UPyD) teve um progresso assinalável
duplicando a votação para 6,4 por cento e elegendo quatro deputados (2,9 e um
deputado em 2009). A Coligação pela Europa, que junta os partidos nacionalistas
da Catalunha, País Basco, Canárias e outros, teve um ligeiro crescimento
percentual (de 5,1% para 5,4%), mantendo os três deputados. A coligação
«Esquerda pelo Direito a Decidir» (EPDD), que inclui, entre outros, a Esquerda Republicana
(ERC), a mais votada na Catalunha, obteve quatro por cento e dois deputados. A
coligação «Os Povos Decidem» (LPD), que inclui entre outros a força basca
Euskal Herria Bilu (HE Bildu) e o Bloco Nacionalista Galego (BNG) elegeu um deputado com dois por cento
dos votos. Finalmente a Primavera Europeia (ecologista) recolheu 1,9 por
cento e elegeu um deputado.
- Na Grécia, o Syriza venceu as eleições, afirmando-se
igualmente como a formação mais votada na região de Ática, que engloba
Atenas e um terço do eleitorado grego, com 26,6 por cento dos votos e seis
deputados. Os conservadores da Nova Democracia, no governo,
obtiveram 22,7 por cento e cinco deputados (32,3% e oito deputados em
2009). Em terceiro lugar ficou o partido neonazi Aurora Dourada com 9,4
por cento e três deputados (7,15% e dois deputados em 2009), à frente dos
sociais-democratas do Pasok, rebatizados de Elia (8% e dois assentos
contra 36,6% e oito deputados em 2009) e do novo partido social-democrata
Potami (6,6% e dois assentos). Os comunistas do KKE desceram de 8,4 para seis por cento, mas
mantiveram os seus dois deputados. Por último, o partido populista
e nacionalista «Gregos Independentes» obteve 3,4 por cento e um deputado.
- Na Irlanda, uma lista de independentes liderou a votação, com 24 por cento, embora só tenha eleito um deputado. Seguiram-se os liberais-democratas do Fianna Fáil e conservadores do Fine Gael. Ambos obtiveram 22 por cento dos votos, mas o primerio elegeu dois deputados enquanto o segundo elegeu quatro. Por seu turno o Sinn Féin teve uma assinalável subida, passando de 11,2 por cento e um deputado para 17 por cento e três deputados. O Partido Verde alcançou seis por cento e um deputado
1 comentário:
E assim vou ficando a ter uma ideia do que vai por esta UE, que continua a ser um pouco triste. Mas houve algumas melhorias!!!!!
Um beijo.
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