De
graus e patamares, de regimes e sistemas
Na fase em que queria perceber tudo muito bem – de que
aliás ainda não terei saído – a metodologia que se me foi impondo foi a de
procurar palavras simples que me ajudassem a tornar as cousas mais
claras e simples.
No tempo do fascismo, com que coexisti 38 anos, ao
querer entender o que isso era, para além do que ele se fazia notar e do que ia
lendo e intelectualizando, achei adequado chamar-lhe regime. O
que o simplificava sem o desvalorizar, embora o colocasse nas suas relativas
dimensões pois queria eu significar que, sendo ele muito – e se o era! – não
era tudo.
Sendo muito, podia dar lugar a situações bem penosas,
quer pessoais (para não dizer mais… e eu que o diga!), quer bem colectivas como
a guerra colonial (“para Angola e em força…” e correlativos massacres); não sendo tudo, descobri
(à minha deficiente maneira) que havia o sistema (nome que atribui
ao que outro nome tinha: capitalismo), cousa mais larga e abrangente, e que,
aliás, sustentava e sustentava-se do regime, embora fizesse de conta
que nada tinha a ver com este ou que até o condenava… pelos seus excessos.
Vem isto a propósito de quê? Do escandalizado alarido
que por aí grassa sobre alguns grupos tentaculares
económico-bancário-financeiros que de tal modo se comportaram e comportam que, ao
ruírem, levam a que se clame que se está no fim de um regime.
Pois estará… mas não chega a verborreia para se falar do sistema,
que criou o regime, que o alimentou e dele se alimenta e que, como
este, está em degradação e ruína.
E o sistema lá vai tentando sobreviver,
com os regimes que engendra no seu bojo, não recuando perante
nada, antes sempre com recurso à violência e à brutalidade que lhe está na
massa do sangue.
Ao que só as massas, conscientes e organizadas,
poderão responder. E responderão, como a História nos ensina sem dizer nem como
nem quando.
3 comentários:
Obrigada , por mais esta lição de cidadania.
O Mundo salvar-se-á destes crimes nazis que o capitalismo gera.
O pior ê que o sistema com a sua tendencia de autodestruicao,tem tendencia,tambêm, para destruir o mundo onde vivemos.
Um beijo
Enviar um comentário