segunda-feira, junho 27, 2016

Já agora, sobre o referendo na Reino Unido uma nota

Na sequência do "post" anterior, ou melhor, do que o alimentava, Valdemar Cruz deixa uma nota (e outras informações que vale a pena serem lidas) que se quer aqui deixar, pela sua pertinência:

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2.      Sobre os resultados do referendo na Grã Bretanha, apenas uma nota, face ao verdadeiro golpe em curso no Partido Trabalhista para desalojar Jeremy Corbyn, eleito há sete meses pelas bases com o triplo dos votos dos seus oponentes. Corbyn teve de enfrentar desde início um verdadeiro boicote de um importante grupo de deputados identificados com a ala direita do partido. Não apenas eles, mas também eles, aproveitam agora para tentar dar a estocada final num homem claramente situado à esquerda por não ter conseguido fazer a quadratura do círculo. Isto é, Corbyn, dizem, não teria mostrado grande empenho no voto pela permanência. Como se tivesse sido o dirigente do Partido Trabalhista a convocar ou desejar o referendo. Por isso, como dizia ontem um importante editorial do Guardian, "é preverso culpá-lo pela derrota de David Cameron". Ora cá está uma questão interessante para ser debatida nos próximos tempos: a União Europeia não é uma entidade neutra. Aplica políticas concretas, que exprimem a visão do mundo do dominante Partido Popular Europeu, executadas com a conivência de vários partidos/governos social-democratas. A dúvida, que se materializa na atitude de Corbyn, passa em perceber como é possível, hoje, na Europa, ter uma atitude crítica em relação à UE a partir de um ponto de vista de esquerda sem que, para o discurso dominante nos media, isso não signifique uma de duas coisas, ou as duas em simultâneo: ser colocado no mesmo saco de xenófobos ou neofascistas, ou ser acusado de pretender a implosão da Comunidade com uma visão radical, extremista, por assim a novilíngua ter passado a nomear tudo quanto esteja para lá dos tradicionais partidos da social-democracia, representados em Portugal pelo PS.

(...)»




1 comentário:

Olinda disse...

É a função dos média,ao serviço da classe dominante:Desinformar,confundir,criar o caos.O que me parece, é que o povo do RU,deu-nos uma grande lição de democracia e não cedeu a chantagens.Bjo