ZECA AFONSO
Como se faz um canalha
Conheci-te ainda moço Ou como tal eu te via Habitavas o Procópio Ias ao Napoleão Mas ninguém sabia ao certo Como se faz um canalha Se a memória me não falha Tinhas o mundo na mão Alguma gente enganaste (A fé da muita amizade Tem também as suas falhas Hoje fazes alianças A bem da Santa União Em abono da verdade A tua Universidade Tem mesmo um nome: Traição Um social-democrata Não foge ao Grão-Timoneiro Basta citar o paleio O major psicopata Já são tantos namorados Só falta o Holden Roberto Devagar se vai ao longe Nunca te vimos tão perto | Nunca te vimos tão longe Daquilo que tens pregado Nunca te vimos tão fora Da vida do Zé Soldado Ninguém mais te peça meças No folgor dos gabinetes Hás-de acabar às avessas Barricado até aos dentes És um produto de sala Rasputim cá dos Cabrais Estas sempre em traje de gala A brincar aos carnavais Nos anais do mundanismo A nossa história recente Falará com saudosismo Dum grande Lugar-Tenente São tudo favas-contadas No país da verborreia Uma brilhante carreira Dá produto todo o ano Digamos pra ser exacto Assim se faz um canalha Se a memória não me falha Já te mandei prò Caetano |
2 comentários:
Zeca e o seu humor crítico!Zeca sempre actual!(Ou será a classe de " Rasputines cá dos Cabrais",inesgotável?)Bjo
Esta parece que foi feita ontem! E dentro do carnaval que atravessamos...
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