O facto político mais relevante – e mais revelado –
nestes dias de agora é a entrevista de António Costa, ou as suas declarações
nessa entrevista.
Por acaso, embora nada seja por acaso
particularmente na dita política, todos os comentários (se não todos, a
esmagadora maioria) se centram nas apreciações que o Presidente da Comissão
Política do Partido Socialista (e 1º ministro) faz do Bloco de Esquerda e do
Partido Comunista Português. Desde a mediática distinção entre um partido mass média (BE) e um partido de massas (PCP), que António
Costa habilidosamente atribuiu a “um amigo” (o que os comentadores,
capciosamente, ignoraram, e a que bloquistas reagiram humilhados e ofendidos), até
ao resumo simplório de que António Costa gostava mais de um do que do outro,
como se o calejadíssimo e hábil “político” tivesse gostos e preferências
afectivas a condicionarem as suas declarações… político-partidárias.
O caso, e não o acaso!..., é que, feitas as análises (e
as contas), António Costa terá sentido que o seu projecto e programa (não o
apresentado publicamente) estão muito mais dificultados ou em risco de
inviabilidade por excesso de BE, que foi criado e alimentado para conter e
combater o PCP, e por excessiva fragilidade do PCP do que por combate da "direita".
A tal chamada geringonça só por canhestrice (ou outras
características…) dos analistas políticas pode ser desligada da sua raiz (a
declaração histórica de Jerónimo de Sousa de há 4 anos, coincidente com os cumprimentos de António
Costa a Passos Coelho) e da presença de um PCP que, quando foi o momento, resistiu
– como partido comunista –, e não foi na “onda” de orfandade e desesperança de
outros por Franças e Araganças.
Pelo que todas as analogias com situações onde não haja um partido comunista como é, e tem sido, o PCP também são reveladoras da superficialidade
e carência de qualidade das análises e comentários, ou da recusa a ver a História
como a luta de classes nas correlação de forças imanente (ou sempre emergente, o que
não é a mesma coisa porque esta inclui a dimensão dinâmica).
O facto é que, e não por acaso, é que o momento é particularmente interessante, e por diversas circunstâncias e espaços.
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