segunda-feira, agosto 26, 2019

COMENTA DOR(es) de trazer por casa


O facto político mais relevante – e mais revelado – nestes dias de agora é a entrevista de António Costa, ou as suas declarações nessa entrevista.
Por acaso, embora nada seja por acaso particularmente na dita política, todos os comentários (se não todos, a esmagadora maioria) se centram nas apreciações que o Presidente da Comissão Política do Partido Socialista (e 1º ministro) faz do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista Português. Desde a mediática distinção entre um partido mass média (BE) e um partido de massas (PCP), que António Costa habilidosamente atribuiu a “um amigo” (o que os comentadores, capciosamente, ignoraram, e a que bloquistas reagiram humilhados e ofendidos), até ao resumo simplório  de que António Costa gostava mais de um do que do outro, como se o calejadíssimo e hábil “político” tivesse gostos e preferências afectivas a condicionarem as suas declarações… político-partidárias.
O caso, e não o acaso!..., é que, feitas as análises (e as contas), António Costa terá sentido que o seu projecto e programa (não o apresentado publicamente) estão muito mais dificultados ou em risco de inviabilidade por excesso de BE, que foi criado e alimentado para conter e combater o PCP, e por excessiva fragilidade do PCP do que por combate da "direita".
A tal chamada geringonça só por canhestrice (ou outras características…) dos analistas políticas pode ser desligada da sua raiz (a declaração histórica de Jerónimo de Sousa de há 4 anos, coincidente com os cumprimentos de António Costa a Passos Coelho) e da presença de um PCP que, quando foi o momento, resistiu – como partido comunista –, e não foi na “onda” de orfandade e desesperança de outros por Franças e Araganças.
Pelo que todas as analogias com situações onde não haja um partido comunista como é, e tem sido, o PCP também são reveladoras da superficialidade e carência de qualidade das análises e comentários, ou da recusa a ver a História como a luta de classes nas correlação de forças imanente (ou sempre emergente, o que não é a mesma coisa porque esta inclui a dimensão dinâmica).

O facto é que, e não por acaso, é que o momento é particularmente interessante, e por diversas circunstâncias e espaços.


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