Li
ontem, com atenção e agrado, o post do Cid Simões Assinei o protesto, mas… e
concordo inteiramente que
(…) (m)useu necessário é o do salazarismo da miséria, que obrigou milhões de portugueses a emigrar para fugir à fome, dos mortos e estropiados da guerra colonial, do país sem infraestruturas e o mais atrasado da Europa.
(…) (m)useu necessário é o do salazarismo da miséria, que obrigou milhões de portugueses a emigrar para fugir à fome, dos mortos e estropiados da guerra colonial, do país sem infraestruturas e o mais atrasado da Europa.
Um museu itinerante,
documentado com filmes, fotos, documentos e testemunhos vivos, país de gente
descalça e analfabeta abençoado pela Igreja os EUA e as “democracias”
ocidentais.
Esse é o museu que
devemos promover com urgência para que os turistas também possam ter acesso e
recordar o que nos seus países fazem por esquecer.(…)»
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E é o que se está a
fazer, com as dificuldades (mal) conhecidas, em Peniche, no Aljube de Lisboa,
no Porto, com ainda maiores dificuldades na República de Cabo Verde, no
Tarrafal.
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Ontem mesmo
confirmei a minha assinatura na petição Museu
Salazar, NÃO!, e esta manhã li o Expresso-curto, assinado pelo Valdemar
Cruz, S. o fantasma está de volta.
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Neste dia de quase-diário cheio de parênteses, deixo mais um em
resposta (?) a quem se admira que continue fiel (salvo seja…) aos “Expressos”, apenas com dois nomes que (por diferentes razões) me prendem, compulsivamente, à leitura do semanário e apensos: Valdemar Cruz e Ana Leonardo.
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Diz V.C.:
Está a tornar-se cada vez mais
premente – e presente – o debate à volta da
construção do abreviadamente chamado “Museu Salazar”. A Câmara Municipal de
Santa Comba Dão, dirigida por um autarca do PS a quem a democracia deu poder
local, pretende concluir até depois do verão o que apelida de Centro
Interpretativo do Estado Novo. (…)
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E aqui está o (ou vários)
busilis da questão.
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Não se pode aceitar
que se adopte, quase consensualmente, a designação de Estado Novo para o período
de 1926 a 1974, que, até constitucionalmente (no preâmbulo da CRP) se define,
sem ambiguidades e resistindo a todas as revisões, como um “Portugal da ditadura, da opressão e do colonialismo”, de que se teria libertado em Abril de 1974.
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Por vezes, parece que me prendo às palavras, às designações.
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Pois o que mais me choca é o ovo da serpente que está incubado na
designação Estado Novo, na aceitação tácita de que o fascismo não foi fascismo
que o colonialismo não foi colonianismo, que a tortura não foi tortura, que os
assassinatos não foram assassinatos.
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Indo mais longe, que o nazismo foi nacional-socialismo, que o fascismo
foi nacionalista e populista, que o franquismo de "viva la muerte" foi falangismo...
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Museu Salazar? Não!, porque interpretação falsificadora (e muito
perigosa) do "nosso" fascismo-colonialista" que, sob a designação de Estado Novo, é claramente - para quem não for
cego - a máscara que esconde e branqueia a ditadura, a opressão, o colonialismo,
ou, dito o mesmo de outra maneira, a violência brutal, a tortura, a guerra
colonial, a morte (“viva la muerte”).
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1 comentário:
E eu diria como Unamuno:Poderão vencer mas sempre pela força,porque a razão está do lado dos que se opõem a esse projecto fascista ."Interessante verificar que o responsável autárquico de S. Comba é de um partido que se assume democrático.Bjo.
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