quinta-feira, janeiro 14, 2021

Extracto de um quase-diário

12-13.01.2021

 

Voltei aos dias a pares?, ou ampar(elh)ados em quase-diário?

 

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Parece que sim… o facto é que, ontem ao serão, no final do debate a 7 (ou 6 + o Marcelo-de-máscara-e-tudo), não me apeteceu nada comentar (não disse reflectir, sublinhe-se… que isso não está à mercê de humores) nem fazer o diário do dia.

 

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Mas hoje está a apetecer-me escrever qualquer coisa – pequena que seja – sobre o dito debate a 7, que foi um ver se te avias… como é que havia de ser?

 

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A pequenina (!?) questão é sobre o que é e o que não é ideológico.

 

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Partindo de que se pretende, às escancaras ou à sorrelfa, consensualizar que é ideológico dizer que a Constituição define o direito à saúde (universal e tendencialmente gratuito).  

 

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Que é ideológico citar a Constituição da República Portuguesa (depois de todas as 7 revisões) e repetir que “todos têm direito à protecção da saúde e o dever de a defender e promover” e que “O direito à protecção da saúde é realizado através de um serviço nacional de saúde universal e geral e, tendo em conta as condições económicas e sociais dos cidadãos, tendencialmente gratuito”.

 

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 Em contrapartida já não será ideológico (por enquanto…) dizer que “a vida humana é inviolável”, como não será ideológico dizer que os privados gerem melhor que o Estado (veja-se a banca, por exemplo), e que a concorrência garante o fim das desigualdades…

 

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Ora toda a História prova o contrário (desde que, naturalmente, não seja “a crónica dos poderosos”, isto é, ideologicamente escrita).

 

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Suponhamos um aquário (ou um oceano) com peixes graúdos, peixes médios e peixes miúdos e deixemo-los em livre concorrência e veremos que desigualdades vão acabar… na maioria dos casos com a extinção dos peixinhos mais pequeninos, coitadinhos… valha-lhes a caridadezinha.

 

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Anatematize-se a ideologia dos colectivismos, do interesse geral a prevalecer sobre os interesses pessoais, de grupo, de classe… salvaguarde-se a ideologia dos que se afirmam sem ideologia.

 

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Deixando-me de metáforas, apenas lembro (para uso interno) que, no que respeita a saúde, o capital só investe na área desde que possa, ou preveja que possa – legalmente ou não pode não vir ao caso – reproduzir-se alargadamente mais e mais rapidamente no negócio da doença (muito valorizado com a extensão do tempo de vida ao nascer das populações) do que em outra área vizinha ou próxima, ou pura e simplesmente especular financeiramente, na Bolsa ou na Vida.  

 

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Por aqui me fico, porque não estou para grandes conversas… nem comigo.

(...)

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2 comentários:

Anónimo disse...

Comentar será ideológico, mas assinar será a liberdade e independência.?. Assim se jornaliza e debate.
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Votos de boas reflexões

Olinda disse...

Defender o direito à saúde como um direito humano faz parte de uma ideologia de esquerda,o contrário não está desideologisado (nem sei se a palavra existe),embora nos queiram convencer da ideia de direita que a saúde é um negócio.Como sempre não faltou a pontinha de humor neste quase-diário bem ideológico.Bjo