Está uma manhã magnífica. Magnificente. Silenciosa. Ou com os ruidos que o silêncio consente.
Dou uma volta pelo quintal. Encho os olhos - encho-me - de pequena beleza, da forma desta planta que para aqui nasceu, das cores deste arranjo de flores que a Zé acarinhou e que, noutra manhã que não esta, me passariam desapercebidas.
De repente, lá do cimo, daquela casa que sempre ali vi e que, há muitas muitas décadas, sabia que era do José Gameiro, como Gameiros eram o Joaquim sapateiro e o Manuel, que viviam lá em baixo, na curva para a estrada e S.Sebastião, daquela casa dali do cimo vem o cantar de um galo incorporando-se neste silêncio feito de chilreares e de sons que a leve breve brisa me traz. Tenho a sensação que é o galo de sempre, que é o mesmo galo - e o seu cantar - que há mais de sessenta anos, sempre que aqui estou, aqui sentado neste degrau da soleira da porta, faz questão em me saudar e em me ajudar a sentir este bem-estar, esta paz comigo e com a vida.
O mundo, tal como está - louco, louco -, segue dentro de momentos.
5 comentários:
São estes pequenos mas, riquíssimos e cúmplices momentos que nos dão alegria para continuarmos.
Uns segredam os pensamentos com a imensidão do mar, tu tens o privilégio de o fazeres com a com a natureza tão bela, tão cheia de cor e sons!
Continuação de um dia feliz.
GR
Faltou a fotografia deste momento tão poético!
Tu sentado na soleira da porta...com o Mounty ao lado!
Gosto de te ver assim feliz e acordado como sempre.
Abraço
Obrigado pelos votos e pela sempre tão reconfortante presença, amiga GR!
Amiga das ventanias, o Mounti devia andar a ver como chegar-se ao galo... o encantador predador não se mede!
Amigo lavrador marítimo (de vez em quando ainda me rio - e faço rir - ao lembrar-me de aventuras nossas lá pelos reinos das Dinamarcas), cá vamos andando, felizes quase sempre, acordados e sonhando... mesmo quando dormindo.
Abraços para todos.
Apesar do egoismo desenfreado, quase com toques de irracionalidade,das notícias com que o "grande surdo" nos bombardeia, o mundo,saudável, aí está. E, já se sabe, a vida é feita de (pequenos?)nadas.Além disso, nós de "mudos" não temos nada.
Obrigada pelas fotos e pelas palavras, ajudam a dar a volta a estes tempos que estão a ficar cada vez mais pesados.
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