Olho para a capa (e as páginas interiores) de uma revista semanal e fico a saber que 8 dos “homens mais ricos de Portugal", em poucos meses ganharam €3,6 mais oito zeros (três mil e 600 seiscentos milhões de euros).
Como fiquei também a saber que todos esses zeros se somaram ao dinheiro que já tinham através da sua “habilidade para, em pouco tempo, o multiplicar (o muito dinheiro que têm...) em Bolsa”, deduzi, igualmente, que não foi criando riqueza, produtos, apropriando-se de mais-valias reais... essas coisas.
Isto é, foi transferindo riqueza líquida – em dinheiro – que estava noutras mãos, isto é, mais-valias já existentes, já resultantes de produção e exploração, por aqui ou por algures.
Não será isto especulação?
O mais pesporrento (e se calhar o único exclusivamente especulador) daqueles homens – por incrível que pareça iguaizinhos a todos nós – não se considera especulador porque, à pergunta, responde “o que é um especulador?”
Porque é que não mete explicador?...
Como fiquei também a saber que todos esses zeros se somaram ao dinheiro que já tinham através da sua “habilidade para, em pouco tempo, o multiplicar (o muito dinheiro que têm...) em Bolsa”, deduzi, igualmente, que não foi criando riqueza, produtos, apropriando-se de mais-valias reais... essas coisas.
Isto é, foi transferindo riqueza líquida – em dinheiro – que estava noutras mãos, isto é, mais-valias já existentes, já resultantes de produção e exploração, por aqui ou por algures.
Não será isto especulação?
O mais pesporrento (e se calhar o único exclusivamente especulador) daqueles homens – por incrível que pareça iguaizinhos a todos nós – não se considera especulador porque, à pergunta, responde “o que é um especulador?”
Porque é que não mete explicador?...
14 comentários:
«E eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à demoralização, à infância, à ignorância crapulosa, à desgraça invencivel, à penúria absoluta, para produzir um rico?» Almeida Garrett
Enquanto 8 alarves (há mais) sugam o povo, este vai morrendo à fome!
Porque há fome em Portugal!
Há contas abertas nas farmácias, dívidas por pagar nos hospitais e nas mercearias.
Quanto custa um Ferrari ou um Lamborghini ou um mais baratito como o Jaguar? Porsche são para os putos! Vemos estes milhões, nas mãos dos meninos que nunca fizeram nada. Contudo, fazem o favor aos papás e vão votar!
Também não sabem o que é um especulador!
Mas nós sabemos quem nos está a explorar!
GR
Sempre a cortarem na casaca dos que por um ou outro motivo têm sucesso...mesmo se esse sucesso porvenha de uma actividade legal, como sejam investimentos em activos financeiros ou noutros de outra natureza.
Sempre custou a todos vermos uns com tanto e outros com tão pouco, mas neste caso penso que não devemos criticar os especuladores/investidore/tomadores de risco, pois apesar do conforto financeiro que têm e lhes permite aventurar em tais operações não podemos apenas dizer que roubam, exploram etc, etc...já estava na alutra de virar o disco.
Existem nações onde se ganha na especulação e as outras coisas também funcionam...(as tais contas de farmácia são menores...)
A culpa não será também do povo!
É sempre dos políticos (sem dúvida que é!), é sempre dos capitalistas...o Sr. enquanto político profissional (acho?) poderia ajudar a mudar (não querendo com isto dizer que não tenha ajudado já e em muito - o que respeito e admiro), nem que fosse na nossa terrinha, candidatando-se a algo mais relevante e decisivo (tirando aí do sítio um Sr. chato e aborrecido...teria o meu apoio!). Deste modo, poderia pôr em prática algumas das suas teorias com as quais também partilho...
O que podemos pôr em causa, neste caso do especulador, é aplicação dos enormes lucros gerados, e questionar, aí sim, se esses especuladores são movidos apenas pelo seu interesse prórpio? (na esmagadora maioria dos casos sim...)
este senhor não o era:
http://www.soros.org/about/bios/a_soros
Peço perdão pelo desabafo meio à pressão e em cima do joelho...
Apesar de longa, a prosa de mysteron não responde à pergunta feita, no século XIX, por Almeida Garrett.
MysterOn,
Anda muito distraído.
Diz: -“…nem que fosse na nossa terrinha, candidatando-se a algo mais relevante e decisivo”
Então o Dr. Sérgio Ribeiro - Resistente e Lutador (com muitas provas dadas), corajoso militante, preso pela PIDE, membro do Comité Central do PCP, economista, professor, ex-deputado da Assembleia da República e do Parlamento Europeu, Presidente da Assembleia Municipal, Presidente do Juventude Ouriense, escritor, encenador, orador, entre tantas outras coisas.
“…Algo mais relevante”? Concordo!
Só falta a S.R. candidatar-se a 1º Ministro ou Presidente da República. Acredite, Portugal tinha um outro futuro.
“Deste modo, poderia pôr em prática algumas das suas teorias…”
Mais? S.R. sempre esclarecendo, ensinando, lutando, trabalhando por um Portugal e um Mundo melhor, mais justo! Mais do que isto, não sei o que possa ser!
“…Algo mais relevante”? Finalmente concordo!
Só falta a S.R. candidatar-se a 1º Ministro ou Presidente da República. Acredite, Portugal tinha um outro futuro.
Quanto ao “cortarem na casaca”!
Como pensa que estes 8 senhores conseguiram tais fortunas?
Um destes patrões, desde 1995 que não aumenta os operários, estando estes a ganhar o ordenado mínimo. Trabalhando alguns há mais de 30 anos na empresa.
Chama a isto o quê?
Claro que é, Exploração vergonhosa e 3º mundista! Não permite que se constitua na empresa Com. de Trabalhadores, nem que se faça Greves, nem contestações, etc, etc… A isto denominámos, Repressão!
O dito patrão designa, Lucro!
Sem esquecer que uma das muitas empresas deste patrão, contaminou as águas subterrâneas das freguesias envolventes. Apesar de muita contestação por parte das populações, nada foi feito! continuando a contaminar, não se podendo plantar uma única couve nas terras, devido à poluição!
Temos perto de 3 milhões de pobres, milhares e milhares de desempregados, a emigração é equivalente aos anos 60.
MysterOn,
Anda mesmo muito distraído!
GR
A Mysteron,
Li, em diagonal, o seu comentário. Como primeira reacção, acho qye é um bom começo de conversa. Terei todo o gosto em ripostar, até esclarecendo algumas minudências da minha vida pessoal e pública, mas agora, neste momento falta-me o tempo pois tenho de ir a correr para o festival de natação do Juventude Ouriense, onde o excelente trabalho de um ano vai ser culminado e eu sinto a obrigação (e o gosto!) de estar presente.
Mas voltaremos à fala porque, se me não enganei na primeira impressão, temos matéria para troca de impressões...
Não queria é que ficasse sem resposta imediata
Saudações.
Nota prévia: o assunto em causa merece uma análise muito mais profunda.
Antes de mais Mr. Gr. quando refiro "a nossa terrinha" faço-o apenas com a intenção de dar relevo à quesatão local, e, com o propósito de dar a entender que o papel do Sr. Sérgio Ribeiro poderia ser ainda mais relevante "na nossa terrinha". Para além disto quero também clarificar que nunca quis pôr em causa o trabalho e "a luta" que o Sr. Sérgio Ribeiro teve e vai tendo. - Acho que isso é facilmente interpretado Sr. GR...e daí talvez não!? - se calhar sou eu que de tão distra+ido ser, ler tudo ao contrário...
Logo não ando tão distraído como possa parecer...tenho bem a noção do que o Sr. Sérgio Ribeiro fez e vai fazendo "na nossa terrinha" e não só.
Quanto ao modo de como os 8 Srs. ganahram fortuna, não sei!? Acredito que 1 deles não lhes suba os ordenados desde de 1995 (o que ainda assim me custa acreditar...mas é possível!).
No entatno, a maoria dos trabalhadores, ou melhor todos os trabalhadores, em principio vendem trabalho em troca de salário, salário esse, que sendo aceite o poderemos considerar justo (não me parece que andem a apontar armas ao pessoal e vá, siga, trabalhem!), logo são muitas as vezes que na maioria dos casos me custa aceitar a palavra exploração, nos dias de hoje. Bem sei que isto tem muito de "imoral" e outras coisas mais (com as quais também não me identifico), diria que é apenas uma análise muito simplista de uma teoria de emprego básica, onde apenas duas varáveis da questão estão em jogo...Sei que a coisa não é tão simples! (só que se já assim a conversa estica...ui onde iríamos parar!). Vou ficar por aqui. Poderemos continuar pessoalmente se preferir...
Concluíndo, apesar da "prosa" realativamente extensa do meu comentário anterior, aquilo que basicamente queria trasnmitir era:
que o Sr. Sérgio Ribeiro poderia tentar ou ter tentado um cargo "mais relevante" em Ourém, ou melhor um cargo com mais possibilidade de decisão (e mais uma vez sem lhe tirar todos os méritos merecidos e certamente esforçados!), e penso que sabem qual o lugar a que me refiro.
(Podem me dizer que é complicado, mas se é de luta e combate de que se trata, o Sr. Sérgio Riebeiro iria adorar. Só uma piadinha para desanuviar! ehehehe)
...e que o especulador e os mercados são uma coisa que nos dias de hoje exitem, irão existir, não são ilegais, e que há casos em que as fortunas ganahs podem de facto ser "canalizadas" para o bem-estar de terceiros (George Soros... - ou o Berardo ehehheh, mas só se comprar o Benfica e o fechar logo a seguir!). O desejável seria haver mais casos desses...mas o individuo e o seu interesse próprio não o permitem. Na maioria dos casos o Homem é um ser "egoísta". As nossas acções em última instância são egoístas...há experiências que vão confirmando que os agentes mudam (em maioria), e as suas opções também, quando expostos a situações de escolha... e quando entra o dinheiro ao barulho muito mais!
...e nem nós próprios, em última instância, sabemos como poderiamos reagir. Podemos ter uma ideia da nossa escolha, mas no limite, we never know!
Talvez continue distraído! mas sou assim! E no meio disto tudo há sempre muita coisa que por aquilo que li e estudei (que deveria ter sido muito mais) parece que só funciona em teoria e com análises Ceteris Paribus e em modelos perfeitos...chega a desiludir um bocadinho. Pode ser que o professor de Economia me acrescente mais algum conhecimento e prespectiva. Estou receptivo.
Fui!
Continuação... (o festival de natação correu muito bem!)
As Bolsas foram criadas, segundo se dizia e ensinava nas escolas, para serem o lugar onde se faz o encontro de quem quer comprar ou vender com quem quer vender ou comprar mercadorias ou títulos de valores mobiliários, através de operações financeiras que materializam as transações.
Usar esse lugar para especular (auferir lucros ilícitos, diz o dicionário)... é fazer das Bolsas lugar de especulação. Assim se cria artificialmente riqueza, ou melhor: não se criando riqueza (valores de uso) transfere-se de umas para outras mãos a riqueza criada. E é, sempre, ao fim das contas, transferência das mãos de quem produziu para as de quem especulou, por ter passado a dispor de mais capital na forma dinheiro.
Que haja quem ganhe dinheiro na Bolsa comprando e vendendo mercadorias ou títulos de valores imobiliários, e sem outra intenção que não seja comprar e/ou vender mercadorias e titulos de valores imobiliários, é outra coisa... Embora, por vezes, as fronteiras se ultrapassem quase sem se dar por isso. E o que o especulador faça com o produto da especulação não releva a ilicitude da especulação. Desculpa-se o criminoso pela aplicação que o criminoso dá ao que produto do crime que cometeu vendo em todos os criminosos potenciais Robins dos Bosques? Roubam-se milhões aos trabalhadores, dão-se milhares a obras de caridade... e ganha-se o ceu?
(Estou a ir longe de mais e vou pôr isto em "post")
Continuação (2) em resposta directa a MysterOn... e desculpando os exageros a que a amizade e a camaradagem da GR a levam.
Se o MysterOn é, como parece, da mesma terrinha que eu deveria saber que desde 1976 me candidato a lugares autárquicos relevantes no município de Ourém, com uma única excepção no ano de 1979 em que fui candidato a autarca (e eleito) na Amadora. 1976, 82, 85, 89, 93, 97, 2001, 2005, chega? Não tenho tido é votos relevantes... só em 1997 e em 2005 fui eleito para a Assembleia Municipal, onde estou e faço o melhor que posso.
De qualquer modo, não acho que seja pouco relevante (à minha medida) o que tenho feito, desde praticante a dirigente desportivo, como articulista nos jornais "da terra" (desde 1948, com 12 anos!) e animador e interventor cultural, como empresário (veja lá...) que sou sócio de três empresas oureenses (embora sem intuitos de me apropriar de lucros, muito menos, evidentemente, de especular).
De novo, adiante (estou prolixo hoje...).
Para terminar, apenas lhe quero dizer, MysterON, que nunca fui político profissional e que não me considero mais político que qualquer outro cidadão (como você, por exemplo), e que é como tal me assumo, com as minhas convicções e tendo tomado partido, o Partido Comunista Português.
Saudações.
Quero esclarecer que a minha resposta a MysterOn foi anterior ao seu comentário que só agora li.
Talvez depois de reler volte à carga. Gosto de luta, não é?
Sim gosta de luta...e isso foi coisa que eu não quis trazer para aqui apenas discussão, apesar do fosso de idades, de experiência e de conhecimento - gost sempre de aprender.
Aguardo então por mais esclarecimentos caso releia e "volte à carga".
Kind Regards
Entendamo-nos. Gosto de luta. Mas desta. De discussão. De troca de ideias. E por esclarecimento. E por tomada de consciência (minha e do interlocutor). E - nunca tendo fugido a estas lutas - sou um homem de paz, de convivência. Às vezes difícil.
Alguns apontamentos:
Salários e exploração - pois a exploração tem a origem num sistema em que uns homens compram uma mercadoria de que outros homens dispõem, a sua força de trabalho, em condições impostas por aqueles que compram, não em absoluto. claro mas no estádio de relações de forças sociais presentes.
Homem ser naturalmente egoísta - discussão tão antiga como a reflexão do homem sobre o homem. Rousseau dizia que o homem é naturalmente bom - "o bom selvagem" - e eu, nas minhas convicções profundas, acho-o um ser naturalmente social, naturalmente solidário mas que as circunstâncias sociais podem fazer "lobo do homem".
Modelo perfeito de sociedade - sempre recusei modelos e nunca acreditei em perfeições. Há que lutar por convicções, princípios, valores, nas condições concretas com os meios (as "armas")concretas.
Cargo mais relevante em Ourém que eu poderia ter - ninguém vi essas possibilidades, nas condições objectivas e nas virtualidades subjectivas, como questão de escolha pessoal. Sempre dependeu de outros e da avaliação que façam de mim, com o conhecimento (ou o desconhecimento, ou a desvirtuação do que sou) que de mim tenham os outros.
Saudações (e também gosto do Bob Dilan, sobretudo o dos anos 60...)
Quem é o patrão que não aumenta os trabalhadores desde 1995???
A conversa vai animada...no entatno eu tenho de trocar o meu trabalho nas próximas horas pelo tal salário. Voltarei assim que possa, pois ainda tenho uma ou outra questão.
Aproveito para fazer a mesma questão que o Photman fez.
um bom dia a todos.
Enviar um comentário