segunda-feira, julho 30, 2007

No cavalo de pau com Sancho Pança - antecipação 4

Assim se chega, passo a passo, ao penúltimo passo. Nesta antecipação a que nos trouxe uma recente provocação que mais oportunas tornaram estas páginas do ensaio de Aquilino sobre D. Quixote . Talvez amanhá se publique a última (nota e página) para, depois, no blog Som-da-Tinta se retomar a tranquila que até aqui, depois nos trará de novo. E não será viajar estar sempre à procura dos lugares em que já estivemos ou quisemos ter estado?
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Adeus, de Espanha nem bom vento nem bom casamento. O vento são as ideias particularistas, de alor filipino, as opiniões próprias o modo de ver o mundo. Não nos convém. Somos um povo pacato, incaracterístico, inimigo do absoluto, ao contrário do espanhol. Tudo entre nós é comedido, se quiserem, água de rosas e papas de linhaça. A Espanha é o D. Quixote, um homem eminentemente perigoso, como dizia o Canhoto estalajadeiro. Nada de tirar palhinha nem fraguar com ele. Exclamava Unamuno, num hotel vesgo de Hendaia: Temos de matar D. Quixote para que viva Alonso Quixano, o Bom. Então a Espanha entrará a valer no concerto das nações.
Cada espanhol traz dentro de si, pequeno ou grande, um Engenhoso Fidalgo, mais disfarçado, menos disfarçado. Toda a história de Espanha é a aventura do cavaleiro manchego. Está compendiada nas suas três surtidas. Escreve Manuel Pinheiro Chagas, com lúcida compreensão: “E a Espanha sente bem ali no D. Quixote a sua própria imagem. Ri-se dos seus entusiasmos mas sabe que pouco basta para lhos despertar de novo”.



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Não (nos) parecerão muito agradáveis as ideias que, No cavalo de pau com Sancho Pança, Mestre Aquilino deixa dos portugueses. "Águas de rosas e papas de linhaça"... que é lá isso? empertigar-se-á o orgulho luso. Releve-se que é, apenas, para fazer o contraste com o absoluto dos nuestros hermanos, com o sempre eminente perigo que são, com a panela de ferro de que nos deveríamos precaver em vez de contra ela arremetermos, "panela de barro" que seremos. Como inimigos? Não. Como irmãos e vizinhos.

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