Não tenho por hábito para aqui trazer matéria relacionada com estas assembleias municipais. Porque outros lugares deveria haver, porque aquilo é... uma tristeza, porque o sf, em o castelo, costuma fazer uns comentários que, com a sua cáustica ironia, tudo dizem do que vale a pena ser dito.
Desta vez, no entanto, sinto-me convocado a deixar uns apontamentos sobre curiosas unanimiudades (ou quase).
Sobre o Orçamento de Estado e o tratamento dado a Ourém, que não há quem não reconheça ser profundamente negativo, em absoluto e relativamente a outros concelhos. E, digo eu, fruto de uma atitude geral, como a de, na oposição se votar a favor do que a maioria rejeita e, na maioria, se votar contra o que é proposto e a oposição aprova (nem sempre) inutilmente. O facto é que o 2º concelho mais populoso do distrito de Santarém sofre - e muito - a ausência de uma verdadeira regionalização. Descentralizadora e democrática. A que se opuseram, e opõem, o PS e o PSD. E da desorçamentação privatizadora.
Sobre a transferência da prova de "baixa", pelos trabalhadores, de Ourém para Constância. É uma violência inaceitável. Ilustra a atitude geral de desconfiança sobre os trabalhadores - estes, sim, seriam os fraudulentos impenitentes - e reflecte as agressões a um Serviço Nacional de Saúde em rota de privatização mascarada de racionalização que se revela irrracional. Tudo o que queira sobreviver fora da lógica do lucro, servindo as populações, nesta correria sem futuro é para abater. O que sublinho é que os "deputados municipais" até assinaram um abaixo-assinado.
Sobre as regiões de turismo, a decisão governamental nesta área não destoa das outras. Reforma "à maneira", reduzir "corajosamente" as regiões de turismo e, depois, adicionar mais umas tantas para servir interesses que são os que servem ficando mais regiões do que as que havia antes. Entretanto, Fátima e o turismo religioso - da maior importância para o concelho e "região" -, até pelo que pode potenciar, é diminuido, menosprezado ou até ignorado, com decorrente protesto unânime (ou quase).
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É significativo que, no plano institucional, se encontrem sinais de um tão grande mal-estar. Nós cá estamos, nós, que sentimos esse mal-estar nas pessoas, nas gentes, e que vemos ele manifestar-se por essa via, com as lutas e a sua expressão popular, cá estamos.
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