terça-feira, outubro 21, 2008

Materialismo histórico - 30

Do ponto de vista da economia política, na leitura materialista histórica que (se) integra (n)o materialismo dialéctico, o valor não existe nas coisas em si, a não ser como potencialidade, como recurso a ser.
Um “fruto”, na árvore ou pousado na terra ou nesta enterrado, não “vale nada”. Só se o braço se estender para o colher, se o ser humano se curvar para o levantar ou arrancar do chão, é que passa a ter valor. Ou de uso, se consumido por quem o colheu, ou de troca se directamente trocado por outro “fruto” ou levado ao mercado.
E há, também, os recursos adquiridos. Os que, estando na natureza, recursos a ser, se lhes acrescentou valor pelo trabalho de colher, levantar, arrancar E transformar. Como um ramo a que, pelo trabalho, se limpou o que estaria a mais, se aguçou e afeiçoou a instrumento. E o ramo poderia ser a pedra, ou outra coisa, e outras coisas entre si ligadas pela força de trabalho que, de transformação em transformação, as tornaram instrumentos, ferramentas, máquinas, máquinas-ferramentas, aparelhos sofisticados em que dificilmente se descortina o que lhes está na origem, o trabalho.
Por isso se diz, nesta perspectiva, que o valor tem origem no trabalho. Porque este, com a sua força, foi acrescentando, às coisas, valor de uso, pelo uso que se lhe dá para satisfazer necessidades dos seres humanos, valor de troca, pelas trocas que possibilita.

As moedas, que começaram por ser sal, conchas, peles, são uma mercadoria especial. Equivalente geral, o seu valor consiste em exprimir o valor de todas as mercadorias, representando o trabalho social na sua forma mais geral e reflectindo as relações de produção entre os produtores das diferentes mercadorias.
O capitalismo, como sistema, modo de produção e formação social, foi-lhe dando outros usos. Além da forma-valor de equivalente geral, a de medida de valores, de meio de circulação e reserva, de entesouramento, de especulação. Dinheiro será o termo que designa quer todas as formas de moeda, logo todas as variedades concretas de equivalente geral, quer a própria substância da riqueza. A designação cobre, de facto, aspectos independentes: 1. a “mercadoria especial” criada e destinada 1.i) a facilitar as trocas, 1.ii) a ser colocada de reserva para trocas futuras (num “pé de meia” ou em guarda mútua ou de outros), 2. uma das formas do capital como valor, o capital-dinheiro, 3. a unidade de medida da riqueza.

Especular (na Bolsa e algures) consiste em passar de dinheiro a mais dinheiro

sem atravessar o ciclo produtivo, onde se cria a riqueza real e as mais-valias, correspondendo tão-só a transferência de real riqueza, que apenas muda de mãos. O que pode acontecer por i) haver quem fique com menos dinheiro, ii) aumento artificial de dinheiro*, da moeda que passou a ser chamada “fiduciária” (aqui se incluindo todos os “produtos” de crédito), que não é mais que promessa de “moeda legal”, ou seja, com base material, e que apenas existe porque há confiança em que essa “promessa” se concretize.

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* - o que, para os que não perdem dinheiro, tem o mesmo efeito pois o "mesmo dinheiro" passa a valer menos como equivalente uma vez que passa a ser necessário "mais dinheiro" para ser trocado pelas "mesmas coisas".

23 comentários:

Maria disse...

Claríssimo, mais uma vez.
E venham-me cá dizer que isto não "anda tudo ligado" desde o princípio...

;)

Anónimo disse...

Bah! Fraca homilia, Xô tôr.

“Um “fruto”, na árvore ou pousado na terra ou nesta enterrado, não “vale nada””. Então? Um fruto é um fruto ou não é um fruto? Afinal, tem ou não tem valor de uso, utilidade? Bem, se tiver bicho, não vale nada. “Só se o braço se estender para o colher, se o ser humano se curvar para o levantar ou arrancar do chão, é que passa a ter valor. Ou de uso, se consumido por quem o colheu, ou de troca se directamente trocado por outro “fruto” ou levado ao mercado”. Safa, Xô tôr! Grande calinada! Então, se levado ao mercado não tem valor de uso, utilidade? Para que o levaria ao mercado o desgraçado que o colheu, se desprovido de valor de uso, de utilidade, para o comprador? Para mostrá-lo e cantarolar: Olha que fruto mai’ lindo!

Bem, corrijamos. Na árvore ou caído por terra, um fruto é um fruto, e tem utilidade. Tal como qualquer objecto útil. Comido por quem o colheu ou por quem o comprou, um fruto é um fruto e forneceu a sua utilidade. Se quem o colheu não o comeu e o levou ao mercado para o trocar por qualquer outro produto útil, além de valor de uso ou utilidade, o dito cujo fruto adquire também valor de troca, ou seja, uma relação quantitativa com o produto pelo qual é trocado. Toma lá um fruto, dá cá um cento de grãos. Valor de troca do fruto: 100 grãos. Produtos trocados no mercado, mercadorias são.

É claro, o Xô tôr deu um salto maior que a perna. Como veio parar o fruto à mão de quem o comeu? Certamente não foi por obra e graça do divino espírito santo. Se outro não requereu, ao menos o trabalho de colheita implicou. Quem o colheu despendeu trabalho, pouco ou muito não interessa agora. A fruição da utilidade do fruto obrigou ao dispêndio de um custo, que também tem o seu valor, no caso, valor do custo do trabalho empregado, a energia humana despendida na simples colheita. E então temos preenchido o hiato deixado em branco pelo Xô tôr, na peugada do camarada Barbas (fica assim, para que não se ofenda tanto, e não comece já a gritar: blasfémia!). Ao invés de apenas terem valor de uso e valor de troca, as mercadorias produzidas têm também valor de custo.

O tal camarada Barbas foi um pouco comedido na designação deste valor de custo, referindo-se-lhe apenas por valor. Mas havendo outras categorias de valor — valor de uso e valor de troca — ficava-lhe bem referir pelo verdadeiro nome aquilo que apenas designou por valor. Por que carga de água procedeu o dito cujo Barbas assim, vá-se lá saber. Pode-se suspeitar de muita coisa; o certo é uma incógnita. Além do mais, o Barbas referia-se ao dito valor pelo nome da medida, o valor em trabalho, ou tempo de trabalho. É claro que o valor em trabalho, como dizia o Barbas, era a medida do custo; se assim era, o tempo de trabalho era o valor do custo. Temos então para caracterizar uma mercadoria três categorias de valor: valor de uso ou utilidade, valor de troca ou relação com outras mercadorias na troca e valor de custo ou quantidade de energia humana despendida.

O Barbas, porém, aceitou a concepção burguesa da troca, em uso no seu tempo, a de que as mercadorias são trocadas pelos seus valores. Bem, então, se todas as relações de troca são relações entre valores de custo, valor de troca e valor de custo são uma e a mesma coisa. O coitado do Barbas não destrinçou a falácia que se escondia nesta afirmação dos impolutos capitalistas. A partir daqui, desta falaciosa troca equitativa, ficava com um berbicacho entre mãos para explicar o sortilégio do Smith de que “o trabalho vivo comanda mais trabalho”, isto é, determinada quantidade de trabalho permite comprar maior quantidade de trabalho. Para se desenvencilhar de tamanho berbicacho, o Barbas pôs-se a inventar outras falácias. Adianto já o enredo da novela.

Primeira, o que o trabalhador assalariado vende não é o seu trabalho. Se vendesse o trabalho e recebesse em troca menor quantidade de trabalho, lá se ia a sacrossanta troca equitativa. Vende a sua “força de trabalho”, isto é, a sua capacidade de produzir trabalho, disse o camarada Barbas. É claro que o capitalista sabia muito bem o que comprava. Se um Zé lhe aparecesse lá a dizer que lhe vendera a sua capacidade de produzir trabalho e se encostasse à bananeira sem produzir trabalho que fornecesse ao capitalista era mandado porta fora. O capitalista quer é trabalho produzido, não a mera capacidade de o produzir. E trabalho com determinadas características, com determinadas qualidades. Porque se não as tiver corre igualmente com o Zé. E assim nasceu a famosa, por tão especial, mercadoria designada pelo Barbas por “força de trabalho”. A tal coisa que o Zé tem, e é só dele, que não pode fornecer a ninguém, e que o transforma em produtor, em produtor de trabalho. Trabalho que produz e apresenta como mercadoria para vender ao capitalista a quem interessar comprar.

Com esta magia, o camarada Barbas resolvia o berbicacho em que se tinha metido. Deste modo, o Zé venderia a sua “força de trabalho”, como todas as outras mercadorias, pelo seu valor. Esta tão especial mercadoria, ao contrário de todas as outras, tinha o condão de fornecer mais valor do que aquele que continha. Duma penada, matava vários coelhos e superava toda a física. Este mais valor seria o lucro. Trigo limpo, Farinha Amparo! Ao invés de receber pelo seu trabalho menor quantidade de trabalho, como entrava pelos olhos dentro, o Barbas tratou de inverter a situação: recebe um valor e entrega mais valor. Claro, não podia entregar x de trabalho e receber y de trabalho, porque isso contrariava a famosa troca equitativa e punha a nu a patranha. Então, remédio santo: não vende trabalho, vende “força de trabalho”, a tal mercadoria mágica que tinha a faculdade de produzir mais trabalho do que o que foi necessário para ser produzida. Sortudos dos capitalistas, que tinham a felicidade de comprar uma mercadoria que fornecia mais do que continha!

Xô tôr, isto é de noite, tem tempo para corrigir a calinada e ainda tem tempo para digerir esta heresia. Depois, continuaremos.

A.Fagundes, um criado ao dispor de vocelência.

Anónimo disse...

O anterior anónimo é o senhor josé manuel correia, um anti-comunista com blog: http://aparenciasdoreal.blogspot.com

as ideias de que fala aquele blog sao as mesmas aqui defendidas por esse sujeito fagundes. claro que ele vai dizer que nao é essa pessoa, mas o sujeito fagundes (jose manuel correia) é o único que acha que é o iluminado que vê a exploração do capitalismo na troca de mercadorias e não na produção. ele é também o único que assumindo a sua identidade ou utilizando pseudonmos passa por vários sitios de comunistas para meter nojo. é também o único que fala em camarada barbas e qe escreve em diferentes registos para se fazer passar por quem não é. como esse senhor é um frustrado (ninguém liga às suas ideias defecientes) e um ressabiado (foi da extrema-esquerda, o que explica muita coisa), esse senhor dedicasse a atacar os comunistas a ver se os desanima. pois, mas não vai longe.

Sérgio Ribeiro disse...

Meus Caros, numa outra situação isto seria interessante. Ler o que aqui aparece em comentários, se por vezes incomoda pela agressividade e clara intenção de provocar, tem várias utilidades (que, como os "frutos" só existem depois de "colhidos", isto é, de lidos). Ajuda a reflectir. A aprender, aprender sempre.
Por estranho que pareça, e amigos manifestam essa estranheza, a minha paciência leva-me a procurar trigo no meio de tanto joio. E até encontro, vejam lá.
Bem lidas, algumas observações são pertinentes e retomam pontos que até coincidem com alguns que tentei expor (e que quem comenta ou não leu ou leu com os óculos do preconceito), e a cegueira anti-comunista impede o autor de verem como estão em profunda contradição consigo mesmo. Sem responder directamente ao sr. A.Fagundes, coisa que decidi, em definitivo, não fazer, retiro uma única das muitas frases do seu extensíssimo comentário: "comido por quem o colheu ou por quem o comprou, um fruto é um fruto e forneceu a sua utilidade". Apenas pergunto: tê-la-ia "fornecido" se não tivesse sido colhido ou (depois de colhido) trocado? Ou até, indo mais longe, teria a utilidade de ser objecto de fruição cultural se não fosse, eventualmente, "colhido" por olhos de fotógrafo ou de pintor. Sempre o trabalho!, e só o trabalho, a acrescentar-lhe valor.
Por aqui me fico. Por agora.

Anónimo disse...

D->$->D`= E ós despois chamem a policia ao, ao, ao, que eu não pago...
aferreira

samuel disse...

Bom texto! A parte final explica a alergia que tenho (há muitos anos) à economia de casino que são as bolsas e o "respeito" que tenho pelos especuladores e jogadores da bolsa. São especialistas em fazer aparecer frutos que nunca estiveram em árvore de espécie alguma e que, volta que não volta (como agora) revelam o que são realmente: Nada! Nada e uma acrescida carga de trabalhos para quem trabalha...

Anónimo disse...

Ui, ui, que lá veio a casa abaixo! Mal se começa a demonstrar as falácias do Barbas/Marx e as asneiras de palmatória do Prior da freguesia e estala o verniz. Oh camaradas! E as ideias, as ideias? Deixem lá as pessoas e debrucem-se sobre as ideias.

Já disse anteriormente que não pensara responder a comentadores. Como um dos anónimos fez uma tremenda confusão de identidades, cá vai mais um esclarecimentos.

O António Fagundes, um criado ao dispor de vocelências, é o António Fagundes. O Sr. José Manuel Correia é ele próprio. Pelas muitas voltas da vida, eu, António Fagundes, sou amigo de longa data do Sr. José Manuel Correia. Infelizmente, desde há uns poucos anos, estou de relações quase cortadas com o meu caro amigo. Por sinal, por causa da leitura que faço das suas ideias, que considero as mais originais na crítica do marxismo, e do modo particular, de minha inteira responsabilidade, com que as uso em intervenções esporádicas em diversos sítios, e que mereceu a sua discordância. Nada que o tempo não recomponha, espero.

Ainda bem que o anónimo conhece o blog do Sr. José Manuel Correia e o publicitou aqui. Pode ser que lá indo alguns dos fregueses e o Xôr Prior aprendam alguma coisa. Mas os dotes adivinhatórios do anónimo são como os do Barbas/Marx: pura merda. É isso que são as teorias do Barbas/Marx acerca do valor das mercadorias, da origem da mais-valia e da exploração dos trabalhadores assalariados ou da revolução comunista proletária. Merda, trampa, sabem o que é? O que vai para o esgoto. E é com esta trampa que os comunistas vêm enganando os trabalhadores desde há muitos anos. Anónimo: continua a ir à igreja, mas não te confundas ainda mais. Está bem? Não confundas o Sr. José Manuel Correia com o António Fagundes, um criado ao vosso dispor para vos xingar as patranhas, seus crentes nos contos da carochinha.

“Bem lidas, algumas observações são pertinentes e retomam pontos que até coincidem com alguns que tentei expor (e que quem comenta ou não leu ou leu com os óculos do preconceito), e a cegueira anti-comunista impede o autor de verem como estão em profunda contradição consigo mesmo”. Sim Xô tôr? Quais as ideias coincidentes? E qual a contradição das ideias que expus? Julgava eu que um figo é um figo, e que para além da sua utilidade quando na árvore ou quando caído, a sua utilidade era ainda acrescida por estar ali, à mão de ser comido! E é esse acréscimo de utilidade, que teve custo, que confere valor ao figo, valor de custo. Enquanto produto da árvore, na árvore ou caído, um figo é apenas dádiva da natureza. Mas um figo só tem valor de uso, utilidade, para quem o colhe ou para quem o come, independentemente de quem o colhe? Se não tivesse utilidade para quem o compra, porque o compraria este? Xôr tôr, corrija a calinada, que os paroquianos não topam, mas a outros que aqui vêm não passa despercebida. Não é grave; até pode ser lapso provocado pelo cansaço do fim de semana por terras galegas. Mas é desprestigiante para um Xô tôr professor catedrático. Olhe a sua reputação!

É claro, Xô tôr, só o trabalho confere maior utilidade aos produtos, a todos, e por isso também àqueles que são trocados, e, ao fazê-lo, isso acarreta custo a quem produz o trabalho, ao trabalhador. Ao acrescentar-lhes a utilidade, o custo do trabalho incorpora-lhes valor, valor de custo. Mas isso não foi descoberta do Barbas/Marx. As “descobertas” do Barbas/Marx foram as patranhas com que tentou desvendar as patranhas do Ricardo e do Smith: a mercadoria “força de trabalho”, a tal do gostinho especial, que teria o “dom” de fornecer mais valor do que aquele que conteria, e a explicação da exploração do trabalhador como coisa natural, derivada do tal “dom” da tal mercadoria “força de trabalho”, que fornecendo mais valor ao capitalista, este mais valor nada custava ao trabalhador (cruzes, credo!). O trabalhador vende a sua “força de trabalho” pelo seu valor, como acontece com todas as mercadorias, e fica quite. Tudo o que o capitalista obtém a mais é de sua legítima propriedade, derivada da utilidade da mercadoria que comprou fornecer mais valor do que o que contém! Mas que grande utilidade a desta “força de trabalho”! Ela tem não só a utilidade de fornecer outras utilidades, de acrescentar utilidade, mas também a utilidade de criar valor, e de criar mais valor do que aquele que contém! Se o custo é utilidade, vou ali, já volto. Só se for utilidade para quem se apropria do seu valor, não para quem o despende, que para este é custo, esforço e pena. Xiça! Quer melhor legitimação da exploração? E melhor falácia? O valor a ser produzido pela utilidade e não pelo que custa ao trabalhador a produção do seu trabalho! Que lhe parece agora a magia do Barbas/Marx?

Mas cuidado! O Xô tôr anda um bocado heterodoxo. O Barbas/Marx nunca disse que a exploração do trabalhador era uma troca desigual, como o Xô tôr já aqui disse. Veja lá no que se mete, respeitinho pela ortodoxia! O Barbas/Marx disse que o trabalhador vendia pelo valor e ficava quite, e que o capitalista se apropriava de mais valor que era de sua propriedade, por ter comprado a mercadoria do “dom”, a tal do gostinho especial. O Barbas/Marx, como o Ricardo e o Smith, constatava que o capitalista ficava com mais valor do que aquele que pagara, mas que não enganara ninguém. Enganar o coitado do trabalhador, ia contra o sacrossanto princípio da troca equitativa, de que as mercadorias eram trocadas pelos seus valores! Foi para manter inviolável esse sacrossanto princípio que o Barbas/Marx inventou a mercadoria “força de trabalho”, a tal do “dom”, do gostinho especial. Que com semelhante falácia o Barbas/Marx violasse toda a física já conhecida no seu tempo, foi para ele coisa de somenos. A sua grande “descoberta”, a origem do mais valor apropriado pelo capitalista, estava anunciada de ciência certa, ainda que com recurso a uma patranha de todo o tamanho! Quer melhor?

Crentes nas patranhas do Barbas/Marx: pàzinhos, ponham-se mas é a pensar. Um dia destes ainda ouvem cantarem-vos os conhecidos versos “Não vás à igreja ó cavador, os santos são de pau não têm valor…”. Então, sempre quero ver as vossas trombas, cambada de trouxas.

Xô tôr, repito-lhe o conselho: cuidado com os deslizes e… com a heterodoxia!

A.Fagundes, um criado ao dispor de vocelência.

Anónimo disse...

"Sempre o trabalho!, e só o trabalho, a acrescentar-lhe valor."

É uma questão de temodinamica e coisas afins q não percebo muito, mas como nada se cria nem perde e apenas se transforma, não há lugar a criação de valor. Há uma transferência de valor: o "valor" da energia dispendida na recolha do fruto é transferida para o valor final do fruto.

Em ultima análise penso que se deve aplicar o termo transferência em vez de acrescento/criaçao de valor. Do valor que vem sido transferido do sol para a terra.

FísíK

Sérgio Ribeiro disse...

Advertência: a paciência tem limites! Irei passar a apagar comentários, embora me custe muito.
Não obstante todos os esforços para aproveitar ideias e dialogar, ainda que indirectamente, com quem evidentemente não o quer fazer, esta é a última vez que aceito que me venham sujar a casa. A linguagem usada no último comentário do sr. A. Fagundes refina em baixeza o que já teve amostras por outros comentários mas nenhum tão porco. Poderá ele dizer (e se calhar pensar...) que o farei por não querer controverter ideias. Que fique com a sua, mas ainda acrescento que, antes de apagar próximos comentários de idêntico jaez, ainda procurarei ver se, no meio de tanta porcaria, haverá algo que se aproveite. E que ao sr. A. Fagundes faça bom proveito... o valor de custo, que acho curiosa e sapientíssima invenção!

Sérgio Ribeiro disse...

Ao Fisik:
O meu texto começa "Do ponto de vista da economia política, na leitura...", reparou?

Anónimo disse...

Xô tôr, mas por quem é Xô tôr! A casa é sua, ninguém lhe levará a mal, nem eu, repare, se puser na rua quem lhe invade a casa sem ser convidado, ainda por cima vindo sujar-lhe a casa, refina em baixeza e deixa comentários porcos. Oh, Xô tôr, a casa é sua!

Mas o Xô tôr, como professor catedrático, já deveria ter aprendido que os argumentos de autoridade não são argumentos científicos. Então, agora não se pode questionar a argumentação do Barbas/Marx e demonstrar as patranhas das suas falácias argumentativas? Não me diga! Só porque a corte de adoradores é grande?

Ah, Xô tôr, o conceito de valor de custo não é de minha autoria, mas do meu caro amigo Sr. José Manuel Correia. Assim como são dele as concepções de que a mercadoria vendida pelo trabalhador é o seu trabalho, que constitui por isso a mercadoria universal que é trocada, que o trabalho tem valor de custo de produção, e que a exploração resulta duma troca desigual entre o capitalista e o trabalhador, cujo valor é a diferença entre o valor do custo do trabalho que o trabalhador fornece ao capitalista e o valor do custo do trabalho que o trabalhador recebe em troca.

Se considera o conceito uma invenção, pois, talvez seja. Mas uma excelente invenção, que permite tornar coerente a concepção de que o valor apropriado pelo capitalista é resultante da troca desigual de uma mesma substância, a energia humana, cuja medida determina o valor do trabalho. A exploração, portanto, resulta da troca desigual da mesma mercadoria, o trabalho humano, nas suas qualidades de trabalho presente e de trabalho passado. Na sua concepção não há passes de magia de mercadorias especialíssimas a fornecerem mais valor do que aquele que possuiriam. Há troca de mercadorias, e, através delas, da mesma mercadoria universal que lhes conferiu utilidade, o trabalho humano, ainda que ele próprio com utilidades diversas, numa relação desfavorável para o trabalhador. Relação desfavorável possível pelo seu estado de necessidade, pois a burguesia concedeu-lhe a liberdade de morrer à fome.

Esforce-se, Xô tôr. Não persista nas patranhas falaciosas do Barbas/Marx. Vai ver que às tantas uma tal invenção ainda é capaz de ser uma coisa interessante. Quem sabe?

A.Fagundes, um criado de vocelência que se despede para não emporcalhar a capela.

Anónimo disse...

-Isto bem a razão do Valor do Fruto.
-A pergunta sobre a necessidade de salvar o Planeta.-O cientista respondeu salvar o planeta?!?!?-Não o Planeta, não necessita que o salvem!
-Quem tem de se salvar somos os Seres humanos, nós é que corremos riscos não o Planeta ele salvasse a ele.

-aferreira

Anónimo disse...

Entrevista a Eric Hobsbawm
A crise do capitalismo e a importância actual de Marx

Eric HobsbawmEm entrevista a Marcello Musto para Sin Permiso, o historiador Eric Hobsbawm analisa a actualidade da obra de Marx e o renovado interesse que vem despertando nos últimos anos, mais ainda agora após a nova crise de Wall Street. E fala sobre a necessidade de voltar a ler o pensador alemão: " Marx não regressará como uma inspiração política para a esquerda enquanto não se compreender que seus escritos não devem ser tratados como programas políticos, mas sim como um caminho para compreender a natureza do desenvolvimento capitalista".

Marcello Musto* - 20.10.08

Nesta conversa, abordamos o renovado interesse que os escritos de Marx vêm despertando nos últimos anos e mais ainda agora após a nova crise de Wall Street.

Marcello Musto: Professor Hobsbawm, duas décadas depois de 1989, quando foi apressadamente relegado ao esquecimento, Karl Marx regressou ao centro das atenções. Livre do papel de intrumentum regni que lhe foi atribuído na União Soviética e das ligações do "marxismo-leninismo", não só tem recebido atenção intelectual pela nova publicação de sua obra, como também tem sido objecto de crescente interesse. Em 2003, a revista francesa Nouvel Observateur dedicou um número especial a Marx, com um título provocador: "O pensador do terceiro milénio?". Um ano depois, na Alemanha, numa sondagem organizada pela companhia de televisão ZDF para estabelecer quem eram os alemães mais importantes de todos os tempos, mais de 500 mil espectadores votaram em Karl Marx, que obteve o terceiro lugar na classificação geral e o primeiro na categoria de "relevância actual".

Em 2005, o semanário alemão Der Spiegel publicou uma capa que tinha como título "Ein Gespenst Kehrt zurük" (A volta de um espectro), enquanto os ouvintes do programa "In Our Time" da rádio 4, da BBC, votavam Marx como o maior filósofo de todos os tempos. Numa conversa com Jacques Attali, recentemente publicada, o senhor disse que, paradoxalmente, "são os capitalistas, mais que os outros, quem está a redescobrir Marx" e falou também de seu assombro ao ouvir da boca do homem de negócios e político liberal, George Soros, a seguinte frase: "Ando a ler Marx e há muitas coisas interessantes que ele diz". Ainda que seja débil e mesmo vago, quais são as razões para esse renascimento de Marx? É possível que sua obra seja considerada como de interesse só de especialistas e intelectuais, para ser apresentada em cursos universitários como um grande clássico do pensamento moderno que não deveria ser esquecido? Ou poderá surgir no futuro uma nova "procura de Marx", do ponto de vista político?
Eric Hobsbawm: Há um indiscutível renascimento do interesse público por Marx no mundo capitalista, com excepção, provavelmente, dos novos membros da União Europeia, do leste europeu. Este renascimento foi provavelmente acelerado pelo facto da comemoração do 150° aniversário da publicação do Manifesto Comunista ter coincidido com uma crise económica internacional particularmente dramática em um período de uma ultra rápida globalização do livre mercado.

Marx previu a natureza da economia mundial no início do século XXI, com base na análise da "sociedade burguesa", há cento e cinquenta anos. Não é surpreendente que os capitalistas inteligentes, especialmente no sector financeiro globalizado, fiquem impressionados com Marx, já que eles estão necessariamente mais conscientes do que os outros sobre a natureza e as instabilidades da economia capitalista na qual eles operam.

A maioria da esquerda intelectual já não sabe o que fazer com Marx. Ela foi desmoralizada pelo colapso do projecto social-democrata na maioria dos estados do Atlântico Norte, nos anos 1980, e pela conversão massiva dos governos nacionais à ideologia do livre mercado, bem como pelo colapso dos sistemas políticos e económicos que se afirmavam inspirados por Marx e Lenine. Os chamados "novos movimentos sociais", como o feminismo, também não tiveram uma ligação lógica com o anti-capitalismpo (ainda que, individualmente, muitos de seus membros possam estar alinhados com ele) ou questionaram o acreditar num progresso sem fim do controlo humano sobre a natureza, que tanto o capitalismo como o socialismo tradicional partilharam. Ao mesmo tempo, o "proletariado", dividido e diminuído, deixou de ser crível como agente histórico da transformação social preconizada por Marx.

Devemos levar em conta também que, desde 1968, os mais proeminentes movimentos radicais preferiram a acção directa, não necessariamente baseada em muitas leituras e análises teóricas. Claro que isso não significa que Marx tenha deixado de ser considerado como um grande clássico e pensador, ainda que, por razões políticas, especialmente em países como França e Itália, que já tiveram poderosos Partidos Comunistas, tenha havido uma apaixonada ofensiva intelectual contra Marx e as análises marxistas, que provavelmente atingiu seu auge nos anos oitenta e noventa. Agora, surgem sinais de que as águas acalmarão e o rio retomará o seu leito.

Marcello Musto: Ao longo da sua vida, Marx foi um agudo e incansável investigador, que percebeu e analisou melhor do que ninguém n seu tempo o desenvolvimento do capitalismo à escala mundial. Ele compreendeu que o nascimento duma economia internacional globalizada era inerente ao modo capitalista de produção e previu que este processo geraria não somente o crescimento e prosperidade alardeados por políticos e teóricos liberais, mas também violentos conflitos, crises económicas e injustiça social generalizada. Na última década, vimos a crise financeira do sudeste asiático, que começou no verão de 1997, a crise económica Argentina de 1999-2002 e, sobretudo, a crise dos empréstimos hipotecários que começou nos Estados Unidos em 2006 e agora se tornou na maior crise financeira do pós-guerra. É correcto dizer que o regresso do interesse pela obra de Marx está baseado na crise da sociedade capitalista e na capacidade dele ajudar a explicar as profundas contradições do mundo actual?
Eric Hobsbawm: Se a política da esquerda no futuro será inspirada uma vez mais nas análises de Marx, como ocorreu com os velhos movimentos socialistas e comunistas, isso dependerá do que vai acontecer no mundo capitalista. Isso aplica-se não somente a Marx, mas à esquerda considerada como um projecto e uma ideologia política coerente. Por isso, como muito bem diz, a renovação do interesse por Marx está consideravelmente – eu diria, principalmente – baseado na actual crise da sociedade capitalista, há agora melhores perspectivas que nos anos noventa. A actual crise financeira mundial, que pode transformar-se em uma grande depressão económica nos EUA, dramatiza o fracasso da teologia do livre mercado, global, descontrolado e obriga, inclusive, o governo norte-americano, a escolher acções públicas esquecidas desde os anos trinta.

As pressões políticas já estão a debilitar o compromisso dos governos neoliberais com uma globalização descontrolada, ilimitada, e desregulada. Nalguns casos (China) as grandes desigualdades e injustiças causadas por uma transição geral para uma economia de livre mercado, já colocam problemas importantes de estabilidade social e dúvidas ao mais alto nível governamental.

É claro que qualquer "regresso a Marx" será essencialmente um regresso à análise de Marx sobre o capitalismo e ao seu lugar na evolução histórica da humanidade – incluindo, principalmente, as suas análises sobre a instabilidade central do desenvolvimento capitalista que procede através de crises económicas auto-geradas com dimensões políticas e sociais. Nenhum marxista poderia acreditar que, como argumentaram os ideólogos neoliberais em 1989, o capitalismo liberal tinha triunfado definitivamente, que a história tinha chegado ao fim ou que qualquer sistema de relações humanas possa ser definitivo para todo o sempre.

Marcello Musto: Não pensa que se as forças políticas e intelectuais da esquerda internacional, que se interrogam sobre o que poderia ser o socialismo do século XXI, renunciarem às ideias de Marx, estarão a perder um guia fundamental para a análise e a transformação da realidade actual?
Eric Hobsbawm: Nenhum socialista pode renunciar às ideias de Marx, na medida em que sua convicção de que ao capitalismo sucede uma outra forma de sociedade está baseada, não na esperança ou na vontade, mas sim numa análise séria do desenvolvimento histórico, particularmente da era capitalista. A sua previsão de que o capitalismo será substituído por um sistema administrado ou planeado socialmente parece razoável, ainda que certamente ele tenha subestimado os elementos de mercado que sobreviveriam em qualquer sistema pós-capitalista.

Considerando que Marx, deliberadamente, se absteve de especular sobre o futuro, não pode ser responsabilizado pelas formas específicas em que as economias "socialistas" foram organizadas, sob o chamado "socialismo realmente existente". Quanto aos objectivos do socialismo, Marx não foi o único pensador que queria uma sociedade sem exploração e alienação, em que os seres humanos pudessem realizar plenamente suas potencialidades, mas foi o que expressou essa ideia com mais força e suas palavras mantêm seu poder de inspiração.

No entanto, Marx não regressará como uma inspiração política para a esquerda enquanto não se compreender que seus escritos não devem ser tratados como programas políticos, autoritariamente ou de outra maneira, nem como descrições de uma situação real do mundo capitalista de hoje, mas sim como um caminho para entender a natureza do desenvolvimento capitalista. Também não podemos ou devemos esquecer que ele não conseguiu realizar uma apresentação bem planeada, coerente e completa de suas ideias, apesar das tentativas de Engels e outros de construir, a partir dos manuscritos de Marx, um volume II e III de "O Capital", aliás, como mostram os "Grundrisse". Inclusive, um Capital completo teria correspondido apenas a uma parte do próprio plano original de Marx, talvez excessivamente ambicioso.

Por outro lado, Marx não regressará à esquerda até que a tendência actual entre os activistas radicais de converter o anti-capitalismo em anti-globalização seja abandonada. A globalização existe e, salvo um colapso da sociedade humana, é irreversível. Marx reconheceu isso como um facto e, como internacionalista, deu-lhe teoricamente as boas vindas. O que ele criticou, e o que nós devemos criticar, é o tipo de globalização criada pelo capitalismo.

Marcello Musto: Um dos textos de Marx que suscitaram o maior interesse entre os novos leitores e comentadores são os "Grundrisse". Escritos entre 1857 e 1858, os "Grundrisse" são o primeiro rascunho da crítica da economia política de Marx e, portanto, também um trabalho inicial e preparatório do Capital, que contém inúmeras reflexões sobre temas que Marx não desenvolveu em mais nenhum lugar da sua criação inacabada. Por que é que, em sua opinião, estes manuscritos da obra de Marx, continuam a provocar mais debate que qualquer outro texto, apesar dele apenas os ter escrito para resumir os fundamentos da sua crítica da economia política? Qual é a razão de seu persistente interesse?
Eric Hobsbawm: Do meu ponto de vista, os "Grundrisse" provocaram um impacte internacional tão grande no panorama marxista intelectual por duas razões relacionadas. Eles permaneceram virtualmente não publicados até aos anos cinquenta e, como diz, contém uma massa de reflexões sobre assuntos que Marx não desenvolveu em qualquer outra parte. Não fizeram parte do largamente dogmatizado corpus do marxismo ortodoxo do mundo do socialismo soviético. Mas não podiam ser, pura e simplesmente descartados. Por isso por utilizados por marxistas que queriam criticar ortodoxamente ou alargar o alcance da análise marxista, através do apelo a um texto que não podia ser acusado de herético ou anti-marxista. Assim, as edições dos anos setenta e oitenta, antes da queda do Muro de Berlim, continuaram a provocar debate, fundamentalmente porque nestes textos Marx coloca problemas importantes que não foram considerados no "Capital", como por exemplo as questões assinaladas no meu prefácio ao volume de ensaios que o senhor organizou (Karl Marx's Grundrisse. Foundations of the Critique of Political Economy 150 Years Later, editado por M. Musto, Londres-Nueva York, Routledge, 2008).

Marcello Musto: No prefácio deste livro, escrito por vários especialistas internacionais para comemorar o seu 150° aniversário, o senhor escreveu: "Talvez este seja o momento correcto para regressar ao estudo dos "Grundrisse", menos constrangidos pelas considerações temporais das políticas de esquerda entre a denúncia de Estaline, feita por Nikita Khruschev, e a queda de Mikhail Gorbachev". Além disso, para destacar o enorme valor deste texto, o senhor diz que os "Grundrisse" "trazem a análise e a compreensão, por exemplo, da tecnologia, o que leva o tratamento de Marx do capitalismo para além do século XIX, para a era de uma sociedade onde a produção não requer já mão-de-obra massiva, para a era da automação, do potencial de tempo livre e das transformações do fenómeno da alienação sob tais circunstâncias. Este é o único texto que vai, de certo modo, mais além que os próprios indícios do futuro comunista, apontados por Marx na "Ideologia Alemã". Encurtando razões, esse texto tem sido correctamente descrito como o pensamento de Marx na sua máxima riqueza. Qual poderia ser hoje o resultado da releitura dos "Grundrisse"?
Eric Hobsbawm: Não há, provavelmente, mais do que um punhado de editores e tradutores que tenham tido um conhecimento pleno desta grande e notoriamente difícil massa de textos. Mas uma releitura ou leitura deles, hoje, pode ajudar-nos a repensar Marx: a distinguir o geral na análise do capitalismo de Marx daquilo que foi específico da situação da sociedade burguesa na segunda metade do século XIX. Não podemos prever que conclusões podem surgir desta análise. Provavelmente, só podemos dizer que não levarão a concordâncias unânimes.

Marcello Musto: Para terminar, uma pergunta final. Por que é importante ler Marx hoje?
Eric Hobsbawm: Para qualquer interessado nas ideias, seja um estudante universitário ou não, é muito claro que Marx é e permanecerá, como uma das grandes mentes filosóficas, um dos grandes analistas económicos do século XIX e, na sua expressão máxima, um mestre de uma prosa apaixonada. Também é importante ler Marx porque o mundo no qual vivemos hoje não pode ser entendido sem ter em conta a influência que os textos deste homem tiveram sobre o século XX. E, finalmente, deve ser lido porque, como ele mesmo escreveu, o mundo não pode ser transformado de maneira efectiva se não for compreendido. Marx continua a ser um soberbo pensador para a compreensão do mundo e dos problemas que devemos enfrentar.


Eric Hobsbawm, historiador, presidente do Birbeck College (London University) e professor emérito da New School for Social Research (Nova Iorque).

* Colaborador de Sinpermiso

MJ disse...

Esta conversa do Fagundes lembrou-me uma questão basilar da biologia evolucionista "um ser vivo que não se reproduz é como se não tivesse existido", o mesmo é válido na cadeia de criação de valor em economia política. É assim tão difícil Fagundes? De facto o radicalismo pequeno burguês não mudou nada desde que o Lenine o caracterizou e cognitivamente piora a olhos vistos.

Anónimo disse...

Como admiro está lucidez na escrita!

Há tempos comentei, referindo que possivelmente deixaria por aqui algumas perguntas, esperando pela paciência de alguém para me esclarecer. Mas antes disso, há que ler primeiro tudo o que este blog tem ainda para me oferecer. Ora hoje, ao ler este post e ao ter lido recentemente no Anti-Dürhing Liberdade e Necessidade, resolvi algumas questões relativamente a um antigo post do Sérgio chamado «Materialismo Histórico - 7 (Base económica)».
Lá se vai juntando as peças pouco a pouco.

Enfim, aproveito para alem de assim mostrar que ainda por cá ando e não fui um mero “visitante cadente”, para alertar para a falta da etiqueta "Materialismo Histórico" no post. É que ela vai-me dar muito jeito no futuro quando voltar a reler toda esta série. :-P

Té à próxima.
bruno

Sérgio Ribeiro disse...

a. ferreira - o fruto é o fruto é o fruto e há-de dar fruto... desde que a mão o clha, se lhe coma o que seja para comer, se lhe troque o que for para trocar para que a fome (desse fruto) seja saciada, se lhe aproveitem as sementes. Se lhe dê valor. O resto... deita-se fora e pode ser que dê bom estrume.
anónimo (é pena...) das 18.06 de ontem - obrigado pela entrevista com o Hobsbawn, que me parece muito interessante, mas que terei de ler e estudar noutro formato que este é impróprio para blogs e mais ainda para comentários.
mj - De facto!... As melhores audações
leitura capital - Ora viva. Quem está vivo, sempre aparece. Obrigado pelo alerta. Abraço

Anónimo disse...

No tempo presente, encontramos a respsta para o sr. Fagundes
As ieias por ele perfilhadas, conduziram a humanidade, a esta situção de desigualdade chocante, e vergonhosa.
Abraço

Anónimo disse...

-O valor não existe por geração espontânea.Como o Fagundes quer fazer crer Isso é na igreja dele: aqui neste capela o valor é coisa que só existe a partir da altura que alguém lhe atribui utilidade de uso ou de troca.
Convencido

Anónimo disse...

Olá, cambada.

Andava desconfiado que nesta capela não se pescava nada de marxismo, a não ser o seu aspecto religioso de profecia laica. A novela do MH e os comentários toscos mostram que o prior e os paroquianos nem o mais elementar conseguem pescar.

A tirada que o confirma melhor é a do convertido/convencido: "O valor não existe por geração espontânea... aqui neste capela o valor é coisa que só existe a partir da altura que alguém lhe atribui utilidade de uso ou de troca". Não existe por geração espontânea... basta alguém lhe atribuir utilidade de uso ou de troca!

Até o Xô tôr perdeu o fio à meada e com isso o pio, refugiando-se no trocadilho ininteligível.

Consolem-se, que esta crise do capitalismo vai ser a última. Por fim, cumprir-se-á a profecia do Barbas/Marx e o paraíso nascerá na terra. Mas é que não tenham dúvidas! O MH dá cabo dos gestores e dos capitalistas. Trigo limpo, Farinha Amparo!

Entretenham-se a rezar, repetindo as conhecidas ladaínhas, cambada de trouxas.

A.Fagundes.

Sérgio Ribeiro disse...

poesia popular - pois é, camarada. A realidade tem muita força e nós a de a transformar, se bem a estudarmos e compreender as suas dinâmicas.
"convertido" - obrigado pelo comentário. Permiti-me pôr umas aspas, assim como em "convencido". Aliás, não uso nem aceito (disse-o nas provas de doutoramento) argumentos de autoridade venham de onde vierem sejam de quem foram. Igrejas é com "eles"!
Abraço
a. ferreira - é evidente que o que queria escrever era: o fruto é o fruto é o fruto e há-de dar fruto... desde que a mão o colha, se lhe coma o que seja para comer, se lhe troque o que for para trocar para que a fome (desse fruto) seja saciada, se lhe aproveitem as sementes. Se lhe dê valor. O resto... deita-se fora e pode ser que dê bom estrume. (acrescento que parece que nem isso)
Abraço

Anónimo disse...

Sérgio apoio o teu importante trabalho. Os comentários do tipo Fagundes valem o que valem. É melhor ignorá-los.

miguel disse...

este gajo fagundes, além de imbecil é doente ou, na pior das hipóteses, um sofredor solitário. quem é que se dá ao trabalho de vir destilar fel barato para os blogues do pessoal?
é preciso não ter vida para andar a repetir as mesmas parvoeiras com tanto empenho... não deves ter amigos nenhuns, oh fagundes. E eu até compreendo porquê.
e não te ficava mal deixares de ser insultuoso, que mais pareces um menino que foi maltratado quando era pequenino e que guardou o trauma irracional.

beijinhos

Anónimo disse...

camaradas, companheiros...penso que temos um anónimo, que concerteza terá um nome de identidade, sofre de personalidade múltipla... é deplorável a falta de resposta deste miserável sistema de saúde...pode ser que pelo labiríntico cérebro se desencadeie uma personalidade socialista para fazer frente às outras