O capital é uma relação social mas é, também, um valor sob a forma monetária que é investido para se reproduzir. Enquanto tal, é um conjunto estruturado, que se compõe de duas partes.
Uma fracção do capital converte-se em meios de produção e compõe o capital constante (K), uma segunda fracção é dada em pagamento da força de trabalho, isto é, o capital variável (V). Esta divisão pode ser encarada no processo de valor (composição valor) ou, pela natureza das forças produtivas postas em movimento pelo capital no processo técnico (composição técnica) e, na ligação dos dois processos no ciclo de reprodução – D-M-(…P…)-M’-D’ – do capital, se exprime o conceito composição orgânica do capital (coc). Esta é representada pela fracção K/V (K sobre V).
Com o capitalismo, a coc não pára, de uma forma tendencial, de se elevar, em função dos ritmos de inovação tecnológica e de acumulação do capital. O numerador da fracção cresce mais que o seu denominador.
Esta noção é essencial para a compreensão dos mecanismos de acumulação capitalista.
Depois da crise de 1929-33 (e podia ir-se até 39 e à guerra), os economistas não-marxistas descobriram, à sua maneira, noções semelhantes à coc, como por exemplo a intensidade capitalista, mas sempre no pressuposto do capital apenas como uma coisa e não como uma relação social, e apenas elaborando noções técnicas de “capital fixo” e de “capital circulante”, não justapostas às de capital constante e de capital variável.
Na evolução do capitalismo, a elevação da composição orgânica do capital tem um duplo carácter contraditório. Por um lado, representa o rápido progresso das forças produtivas com crescente importância dos meios de produção, trabalho passado, cristalizado, relativamente à força de trabalho, trabalho vivo; por outro lado, reflecte a forma de acumulação do capital, com maior recurso ao capital constante, acompanhado de despedimentos, de desemprego e maior dificuldade na criação e apropriação de mais-valia.
Uma fracção do capital converte-se em meios de produção e compõe o capital constante (K), uma segunda fracção é dada em pagamento da força de trabalho, isto é, o capital variável (V). Esta divisão pode ser encarada no processo de valor (composição valor) ou, pela natureza das forças produtivas postas em movimento pelo capital no processo técnico (composição técnica) e, na ligação dos dois processos no ciclo de reprodução – D-M-(…P…)-M’-D’ – do capital, se exprime o conceito composição orgânica do capital (coc). Esta é representada pela fracção K/V (K sobre V).
Com o capitalismo, a coc não pára, de uma forma tendencial, de se elevar, em função dos ritmos de inovação tecnológica e de acumulação do capital. O numerador da fracção cresce mais que o seu denominador.
Esta noção é essencial para a compreensão dos mecanismos de acumulação capitalista.
Depois da crise de 1929-33 (e podia ir-se até 39 e à guerra), os economistas não-marxistas descobriram, à sua maneira, noções semelhantes à coc, como por exemplo a intensidade capitalista, mas sempre no pressuposto do capital apenas como uma coisa e não como uma relação social, e apenas elaborando noções técnicas de “capital fixo” e de “capital circulante”, não justapostas às de capital constante e de capital variável.
Na evolução do capitalismo, a elevação da composição orgânica do capital tem um duplo carácter contraditório. Por um lado, representa o rápido progresso das forças produtivas com crescente importância dos meios de produção, trabalho passado, cristalizado, relativamente à força de trabalho, trabalho vivo; por outro lado, reflecte a forma de acumulação do capital, com maior recurso ao capital constante, acompanhado de despedimentos, de desemprego e maior dificuldade na criação e apropriação de mais-valia.
6 comentários:
"composição orgânica do capital (coc). Esta é representada pela fracção K/V.
Com o capitalismo, a coc não pára, de uma forma tendencial, de se elevar, em função dos ritmos de inovação tecnológica e de acumulação do capital. O numerador da fracção cresce mais que o seu denominador."
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-Isto desmente a tese da falência do sistemas de Segurança Social por causa do envelhecimento da população "embora este seja real" não interfere em nada com a tal...desmente também a necessidade de mais horas de trabalho etc, etc por outro lado confirma o aumento do desemprego e com ele o aumento da exploração dos trabalhadores ou se quisermos dos seres humanos em geral-confirma ainda a necessidade urgente da substituição do Capitalismo pelo Socialismo.
Se eu percebi bem, isto que hoje explicas é uma das razões básicas da crise actual, não é??
A "crise" de muitos tem sido desde sempre a fortuna de poucos...
Aqui trata-se simplesmente (e bem) de dar nomes aos bois.
"ouvi dizer" que está agendado para Dezembro no PE, a votação de uma proposta "inicialmente" direccionada para os médicos e enfermeiros que fazem banco de urgências, que consta basicamente na contagem em absoluto em horas de trabalho feito, ou seja, os tempos em que não estão a atender doentes não é contado como horas de trabalho...ainda não consegui perceber pormenores, mas sendo isto o sumo da proposta normativa, põe em causa o conceito de horário de trabalho...
aferreira - não diria que a evolução da composição orgânica do capital desmente teses, que, aliás, nem o são. Mostra como o capitalismo funciona e evolui, agora com a crescente importância do D-D' e do crédito. Mas 6ª aparecerá um post sobre a mais-valia em que procurarei juntar duas peças desta compreens~~ao a que depois se acrescentará a 3ª perna para que mesa de pé de galo não caia, a baixa tendencial da taxa de lucro.
justine - uma das razões básicas... pois. Logo acrescentarei outras que, a meu ver, levam à compreensão do que está a acontecer. Nos seus caboucos.
samuel - concentração e centralização do capital enquanto valor monetário!
eulália - não sei desse agendamento. Vou informar-me.
Saudaçõe para todos
Com regozijo li este post, e com ansiedade espero os próximos que completarão "a mesa".
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