As eleições e a responsabilidade do intelectual
e apoiar Nader/McKinney
por James Petras
por James Petras
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As eleições presidenciais nos EUA, mais uma vez, apresentam um teste ácido para a integridade e a coerência dos intelectuais estado-unidenses. Se o dever e a responsabilidade do intelectual público é dizer a verdade ao poder, as recentes declarações da maior parte dos nossos bem conhecidos e prestigiados sábios públicos fracassaram miseravelmente. Aos invés de destacar, revelar e denunciar as reaccionárias políticas externa e interna do candidato do Partido Democrata, senador Barack Obama, eles preferiram apoiá-lo, "criticamente", apresentando como desculpas que mesmo "diferenças limitadas" podem resultar em resultados positivos, e que "Obama é o mal menor" e "cria uma oportunidade para uma possibilidade de mudança".
O que faz estes argumentos indefensáveis é o facto de os pronunciamentos públicos de Obama, seus principais conselheiros políticos, e prováveis decisores políticos no seu governo, definirem abertamente uma política externa mais belicosa e uma política económica interna profundamente reaccionária alinhada com Paulson-Bush-Wall Street. Quanto às grandes questões da guerra, da paz, da crise económica e do ataque brutal aos salários e à classe assalariada estado-unidense, Obama promete estender e aprofundar as políticas que a maioria dos americanos rejeita e repudia.
Doze razões para rejeitar Obama
1- Obama pública e reiteradamente promete escalar a intervenção militar dos EUA nos Afeganistão, aumentando o número das tropas estado-unidenses, expandindo as suas operações e empenhando-se em sistemáticos ataques trans-fronteiriços. Por outras palavras, Obama é mais fomentador da guerra do que Bush.
2- Obama declarou publicamente que o seu regime estendera a "guerra contra o terrorismo" através sistemáticos ataques em grande escala, por terra e por ar, ao Paquistão, portanto escalando a guerra para incluir aldeias e cidades consideradas simpáticas à resistência afegã.
3- Obama opõe-se à retirada das tropas estado-unidenses no Iraque preferindo a sua redisposição; a relocalização das tropas dos EUA das zonas de combate para posições de treino e logística, condicionada à capacidade militar do exército iraquiano para derrotar a resistência. Obama opõe-se a uma data claramente definida para a retirada das forças estado-unidenses no Iraque porque estas tropas são essenciais para prosseguir suas políticas gerais no Médio Oriente, as quais incluem confrontações militares com o Irão, Síria e Sul do Líbano.
4- Obama declarou seu apoio incondicional à posição do lobby pró Israel e às políticas de expansionismo colonial e belicosas do estado judeu. Ele prometeu apoiar ataques militares israelenses seja qual for o custo para os EUA. O seu abjecto servilismo a Israel foi evidente no seu discurso na conferência anual da AIPAC, em Washington, 2008. Conselheiros principais que têm antigas e notórias ligações aos escalões de topo das fábricas de propaganda sionista e aos presidentes da Leading Jewish American Organizations escreveram o discurso e formularam a sua política para o Médio Oriente.
5- Obama prometeu atacar o Irão se este continuar a processar urânio para os seus programas nucleares. Por duas vezes, poucas semanas antes das eleições, o candidato companheiro de Obama, Joseph Biden, explicou uma série de "pontos de conflito" (incluindo Irão, Afeganistão, Paquistão, Rússia e Coreia do Norte) enfatizando que Obama "responderia vigorosamente". Entre os conselheiros senior de Obama para o Médio Oriente incluem-se sionistas importantes como Dennis Ross, estreitamente ligado ao "Bipartisan Policy Center", o qual publicou um relatório que serve como um plano para a guerra contra o Irão. A oferta de Obama para negociar com o Irão é pouco mais do que um pretexto para a emissão de uma ultimatum ao Irão para abdicar da sua soberania ou enfrentar um assalto militar maciço.
6. Obama apoia incondicionalmente a expulsão de palestinos cometida por Israel e a expansão de colonatos judeus na Cisjordânia, a principal causa da hostilidade, guerra e descrédito da política estado-unidense na Médio Oriente. Com três dúzias de "Israel em primeiro lugar" (Israel-Firsters) entre os principais organizadores da sua campanha, conselheiros políticos de topo, redactores de discursos e entre os prováveis candidatos para posições ministeriais, não há virtualmente nenhuma esperança de "influenciar a partir de dentro" ou de "aplicar pressão popular" para mudar a servil submissão de Obama à Configuração do Poder Sionista. Ao apoiar Obama, os "intelectuais progressistas" são, com efeito, aliados dos seus mentores sionistas.
7- Na frente interna, os conselheiros económicos chave de Obama têm credenciais da Wall Street impecáveis. Ele deu endosso cego e imediato ao salvamento de US$700 mil milhões com dinheiro dos contribuintes, do secretário do Tesouro Paulson, aos mais ricos bancos de investimento dos EUA. Obama sequer desafiou Paulson ou os bancos quanto à utilização dos fundos federais para buyouts e aquisições ao invés de serem usados para empréstimos e créditos a produtores e proprietários de casas. O endosso de Obama ao salvamento de Paulson e da Wall Street é equivalente às suas misérrimas propostas para suspender arrestos por um período de três meses, durante as re-negociações dos pagamentos de juros. Obama propõe aumentar as transferências de fundos do governo para instituições financeiras mal administradas e corporações capitalistas em bancarrota, em esforços para salvar o capitalismo fracassado ao invés de defender quaisquer novos programas de investimento público em grande escala e a longo prazo os quais gerariam empregos bem pagos para os trabalhadores.
8- A equipe económica de Obama declarou abertamente abraçar e praticar a ideologia do "mercado livre" e a sua oposição a qualquer esforço para aplicar injecções de fundos governamentais em grande escala em actividade produtivos do sector público e em serviços sociais diante do fracasso generalizado, a corrupção e o colapso do sector privado.
9- Obama abraça os fracassados planos de saúde do sector privado, dirigidos e controlados por companhias corporativas de seguros, médicos conservadores, associações de hospitais e a grande indústria farmacêutica. Ele rejeita publicamente um programa universal nacional de saúde modelado de acordo o bem sucedido programa Federal Medicare, preferindo os ineficientes planos privados lucrativos subsidiados pelo estado que são custosos e para além dos meios de um terço das famílias dos EUA.
10- Obama é e continua a ser um advogado da Big Agro e do seus altamente subsidiados e lucrativo programa etanol, o qual aumentou os preços dos alimentos para milhões nos EUA e para centenas de milhões no mundo.
11- Obama advoga a continuidade do embargo criminoso contra Cuba, a confrontação hostil contra o populista presidente Chávez da Venezuela e outros reformadores da América Latina e a política dúplice de promover o proteccionismo internamente e o acesso ao livre mercado na América Latina. Seus conselheiros políticos chave sobre a América Latina propõem mudanças cosméticas no estilo e na diplomacia mas um apoio implacável para a reafirmação da hegemonia dos EUA.
12- Obama não propôs, nem tão pouco seus conselheiros de livre mercado e os multimilionários das finanças que o apoiam, qualquer plano abrangente ou estratégia para escaparmos ao aprofundamento da recessão. Ao contrário, o rol de medidas fragmentárias apresentadas por Obama não têm consistência interna. A austeridade fiscal é incompatível com a criação de empregos; o salvamento da Wall Street drena fundos do investimento produtivo; e prosseguir novas guerra mina a recuperação interna.
CONCLUSÃO
Os intelectuais que, em nome do "realismo", apoiam um político que pública e abertamente abraça novas guerras, salvamentos multimilionários e programas de saúde dirigidos pelo sector privado, para o lucro, estão a repudiar as suas próprias afirmações de serem "críticos responsáveis". Eles são o que C. Wright Mills chamava "realistas da corda" ("crackpot realists"), que abdicam da sua responsabilidade como intelectuais críticos. Tendo em vista apoiar o "mal menor" eles estão a promover o "mal maior". A continuação de mais quatro anos de aprofundamento da recessão, de guerras coloniais e de alienação popular. Além disso, eles são aliados dos mass media, grandes partidos e do sistema legal que marginalizou ou excluiu sem rodeios os candidatos alternativos, Ralph Nader e Cynthia McKinney , que falam abertamente em oposição à guerra e aos salvamentos da Wall Street, propondo investimento genuíno em grande escala na economia interna, um programa universal de saúde com pagamento por um único fundo (single payer), políticas sustentáveis e pró ambiente, e políticas em grande escala e a longo prazo de redistribuição do rendimento.
O que é obtuso e inaceitável na argumentação destes intelectuais (uma espinha insignificante no traseiro do burro democrata) é que por um instante acreditam que o seu "apoio crítico" à máquina política de Obama abrirá espaço para ideias radicais. Os sionistas e militaristas civis controlam totalmente a política de guerra de Obama no Médio Oriente: Não haverá espaço para a paz com o Irão, Palestina, Paquistão, Afeganistão ou Iraque. A Wall Street controla a política financeira de Obama: Não haverá espaço para alguns progressistas de Cambridge darem uma esmola para as famílias que estão a perder as suas casas.
Se tesourarias sindicais multimilionárias gastaram uma centena de milhão de dólares em cada campanha presidencial, o que não garantiu uma única peça de legislação progressista em mais de 50 anos, não será ilusório os nossos progressistas "intelectuais públicos" imaginarem, no seu esplêndido isolamento, poderem "pressionar" o presidente Obama a renunciar aos seus conselheiros, apoiantes e à defesa pública da escalada militar a fim de seguirem o caminho da paz com o Irão e promoverem a justiça social para os nossos trabalhadores e desempregados?
O que faz estes argumentos indefensáveis é o facto de os pronunciamentos públicos de Obama, seus principais conselheiros políticos, e prováveis decisores políticos no seu governo, definirem abertamente uma política externa mais belicosa e uma política económica interna profundamente reaccionária alinhada com Paulson-Bush-Wall Street. Quanto às grandes questões da guerra, da paz, da crise económica e do ataque brutal aos salários e à classe assalariada estado-unidense, Obama promete estender e aprofundar as políticas que a maioria dos americanos rejeita e repudia.
Doze razões para rejeitar Obama
1- Obama pública e reiteradamente promete escalar a intervenção militar dos EUA nos Afeganistão, aumentando o número das tropas estado-unidenses, expandindo as suas operações e empenhando-se em sistemáticos ataques trans-fronteiriços. Por outras palavras, Obama é mais fomentador da guerra do que Bush.
2- Obama declarou publicamente que o seu regime estendera a "guerra contra o terrorismo" através sistemáticos ataques em grande escala, por terra e por ar, ao Paquistão, portanto escalando a guerra para incluir aldeias e cidades consideradas simpáticas à resistência afegã.
3- Obama opõe-se à retirada das tropas estado-unidenses no Iraque preferindo a sua redisposição; a relocalização das tropas dos EUA das zonas de combate para posições de treino e logística, condicionada à capacidade militar do exército iraquiano para derrotar a resistência. Obama opõe-se a uma data claramente definida para a retirada das forças estado-unidenses no Iraque porque estas tropas são essenciais para prosseguir suas políticas gerais no Médio Oriente, as quais incluem confrontações militares com o Irão, Síria e Sul do Líbano.
4- Obama declarou seu apoio incondicional à posição do lobby pró Israel e às políticas de expansionismo colonial e belicosas do estado judeu. Ele prometeu apoiar ataques militares israelenses seja qual for o custo para os EUA. O seu abjecto servilismo a Israel foi evidente no seu discurso na conferência anual da AIPAC, em Washington, 2008. Conselheiros principais que têm antigas e notórias ligações aos escalões de topo das fábricas de propaganda sionista e aos presidentes da Leading Jewish American Organizations escreveram o discurso e formularam a sua política para o Médio Oriente.
5- Obama prometeu atacar o Irão se este continuar a processar urânio para os seus programas nucleares. Por duas vezes, poucas semanas antes das eleições, o candidato companheiro de Obama, Joseph Biden, explicou uma série de "pontos de conflito" (incluindo Irão, Afeganistão, Paquistão, Rússia e Coreia do Norte) enfatizando que Obama "responderia vigorosamente". Entre os conselheiros senior de Obama para o Médio Oriente incluem-se sionistas importantes como Dennis Ross, estreitamente ligado ao "Bipartisan Policy Center", o qual publicou um relatório que serve como um plano para a guerra contra o Irão. A oferta de Obama para negociar com o Irão é pouco mais do que um pretexto para a emissão de uma ultimatum ao Irão para abdicar da sua soberania ou enfrentar um assalto militar maciço.
6. Obama apoia incondicionalmente a expulsão de palestinos cometida por Israel e a expansão de colonatos judeus na Cisjordânia, a principal causa da hostilidade, guerra e descrédito da política estado-unidense na Médio Oriente. Com três dúzias de "Israel em primeiro lugar" (Israel-Firsters) entre os principais organizadores da sua campanha, conselheiros políticos de topo, redactores de discursos e entre os prováveis candidatos para posições ministeriais, não há virtualmente nenhuma esperança de "influenciar a partir de dentro" ou de "aplicar pressão popular" para mudar a servil submissão de Obama à Configuração do Poder Sionista. Ao apoiar Obama, os "intelectuais progressistas" são, com efeito, aliados dos seus mentores sionistas.
7- Na frente interna, os conselheiros económicos chave de Obama têm credenciais da Wall Street impecáveis. Ele deu endosso cego e imediato ao salvamento de US$700 mil milhões com dinheiro dos contribuintes, do secretário do Tesouro Paulson, aos mais ricos bancos de investimento dos EUA. Obama sequer desafiou Paulson ou os bancos quanto à utilização dos fundos federais para buyouts e aquisições ao invés de serem usados para empréstimos e créditos a produtores e proprietários de casas. O endosso de Obama ao salvamento de Paulson e da Wall Street é equivalente às suas misérrimas propostas para suspender arrestos por um período de três meses, durante as re-negociações dos pagamentos de juros. Obama propõe aumentar as transferências de fundos do governo para instituições financeiras mal administradas e corporações capitalistas em bancarrota, em esforços para salvar o capitalismo fracassado ao invés de defender quaisquer novos programas de investimento público em grande escala e a longo prazo os quais gerariam empregos bem pagos para os trabalhadores.
8- A equipe económica de Obama declarou abertamente abraçar e praticar a ideologia do "mercado livre" e a sua oposição a qualquer esforço para aplicar injecções de fundos governamentais em grande escala em actividade produtivos do sector público e em serviços sociais diante do fracasso generalizado, a corrupção e o colapso do sector privado.
9- Obama abraça os fracassados planos de saúde do sector privado, dirigidos e controlados por companhias corporativas de seguros, médicos conservadores, associações de hospitais e a grande indústria farmacêutica. Ele rejeita publicamente um programa universal nacional de saúde modelado de acordo o bem sucedido programa Federal Medicare, preferindo os ineficientes planos privados lucrativos subsidiados pelo estado que são custosos e para além dos meios de um terço das famílias dos EUA.
10- Obama é e continua a ser um advogado da Big Agro e do seus altamente subsidiados e lucrativo programa etanol, o qual aumentou os preços dos alimentos para milhões nos EUA e para centenas de milhões no mundo.
11- Obama advoga a continuidade do embargo criminoso contra Cuba, a confrontação hostil contra o populista presidente Chávez da Venezuela e outros reformadores da América Latina e a política dúplice de promover o proteccionismo internamente e o acesso ao livre mercado na América Latina. Seus conselheiros políticos chave sobre a América Latina propõem mudanças cosméticas no estilo e na diplomacia mas um apoio implacável para a reafirmação da hegemonia dos EUA.
12- Obama não propôs, nem tão pouco seus conselheiros de livre mercado e os multimilionários das finanças que o apoiam, qualquer plano abrangente ou estratégia para escaparmos ao aprofundamento da recessão. Ao contrário, o rol de medidas fragmentárias apresentadas por Obama não têm consistência interna. A austeridade fiscal é incompatível com a criação de empregos; o salvamento da Wall Street drena fundos do investimento produtivo; e prosseguir novas guerra mina a recuperação interna.
CONCLUSÃO
Os intelectuais que, em nome do "realismo", apoiam um político que pública e abertamente abraça novas guerras, salvamentos multimilionários e programas de saúde dirigidos pelo sector privado, para o lucro, estão a repudiar as suas próprias afirmações de serem "críticos responsáveis". Eles são o que C. Wright Mills chamava "realistas da corda" ("crackpot realists"), que abdicam da sua responsabilidade como intelectuais críticos. Tendo em vista apoiar o "mal menor" eles estão a promover o "mal maior". A continuação de mais quatro anos de aprofundamento da recessão, de guerras coloniais e de alienação popular. Além disso, eles são aliados dos mass media, grandes partidos e do sistema legal que marginalizou ou excluiu sem rodeios os candidatos alternativos, Ralph Nader e Cynthia McKinney , que falam abertamente em oposição à guerra e aos salvamentos da Wall Street, propondo investimento genuíno em grande escala na economia interna, um programa universal de saúde com pagamento por um único fundo (single payer), políticas sustentáveis e pró ambiente, e políticas em grande escala e a longo prazo de redistribuição do rendimento.
O que é obtuso e inaceitável na argumentação destes intelectuais (uma espinha insignificante no traseiro do burro democrata) é que por um instante acreditam que o seu "apoio crítico" à máquina política de Obama abrirá espaço para ideias radicais. Os sionistas e militaristas civis controlam totalmente a política de guerra de Obama no Médio Oriente: Não haverá espaço para a paz com o Irão, Palestina, Paquistão, Afeganistão ou Iraque. A Wall Street controla a política financeira de Obama: Não haverá espaço para alguns progressistas de Cambridge darem uma esmola para as famílias que estão a perder as suas casas.
Se tesourarias sindicais multimilionárias gastaram uma centena de milhão de dólares em cada campanha presidencial, o que não garantiu uma única peça de legislação progressista em mais de 50 anos, não será ilusório os nossos progressistas "intelectuais públicos" imaginarem, no seu esplêndido isolamento, poderem "pressionar" o presidente Obama a renunciar aos seus conselheiros, apoiantes e à defesa pública da escalada militar a fim de seguirem o caminho da paz com o Irão e promoverem a justiça social para os nossos trabalhadores e desempregados?
30/Outubro/2008
O original encontra-se em http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=10749
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
O original encontra-se em http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=10749
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
10 comentários:
Depois de ler este artigo,e compreendo que o sistema eleitoral é injusto e não permite que todos os candidatos tenham as mesmas possibilidades de exprimir as suas ideias,não fiquei convencida que a dupla Mccain/Palin,por exclusão de partes,seja a melhor escolha para os eleitores americanos.
Não. Esse seria o "maior dos males". Mas até quando teremos de estar remetidos para a escolha entre o maior e o menor dos males quamndo há outras opções?!
Esta é a questão que as eleições dos EUA nos coloca. E não só essas eleições mas também muitas outras... e o funil que nos querem enfiar na cabeça.
Ao menos, denunciemos a ilusão a que se seguirá a desilusão. Como é inevitável nas alternâncias dentro de um sistema em crise. Impedindo sequer o conhecimento de que há alternativas!
Saudações
Pode ser uma desilusão e até é o mais provavel,contudo eu vi no congresso do partido democrata no momento da aclamação de Obama,homens e mulheres afro-americanos que se via bem que eram pobres,mais velhos do que eu e já vou para lá dos sessenta,com as lágrimas a correr pelas faces,que me fizeram chorar tambem.Depois assisti a entrevistas a familiares de afro-americanos mortos quando lutavam pelos seus direitos,em que diziam que nunca pensaram ver o que se estava a passar ainda no tempo das suas vidas.Eu compreendo perfeitamente o seu ponto de vista e concordo em absoluto com aquilo que diz,mas a cada momento mesmo que lutemos para que venha a ser de outra forma,temos que fazer escolhas da realidade que se nos apresenta,e foi isso que já fizemos mais que uma vez em eleições presidenciais.
Cara Patrícia,
Quando não há alternativas à escolha entre duas opções!...
E é para isso que, sistematicamente, nos querem empurrar.
Para a escolha da mudança que nada mude porque nada pode mudar... mas que nos dá a ilusão de que estamos a mudar e que, por isso, já é mudança! Mas que redunda em desilusão após a ilusão que adiou.
Refere eleições presidenciais em Portugal. Enquanto há 4 ou 5 candidatos, temos de escolher o que é o nosso, aquele que defende o que defendemos, e lutar para que se vote nele porque nada voto nele é um voto para a luta que não se confina à eleição presidencial; quando ficam apenas dois, na segunda volta, a situação é outra e pode colocar-se a questão do "mal menor".
As eleições nos EUA são o exemplo da "democraCia". O capital aposta na escolha bipolar, que dê imagem e espectáculo e ilusão de escolha. E a indústria da guerra e os bancos e companhias de seguros (algumas faliram depois) entraram com milhões e milhões na campanha de Obama.
E os outros candidatos? com que fundos fazem as suas campanhas? Com as de festas em que, se calhar, há regras fiscais e contabilisticas absolutamente inconcebíveis com as que conhecemos por cá para a do Avante!
Tudo isto é um retrato de uma situação (histórica) que temos de denunciar e de contra ela lutar.
Desculpe a "embalagem".
Saudações
Gostei do artigo e gostei também deste diálogo entre o Sérgio e a Patrícia.
Não esperava ler um diálogo tão animado depois de ter lido o teu post.
É de facto para onde nos empurram. Se deixarmos. Às vezes não temos como impedir que nos empurrem... se não formos os suficientes, portanto temops é que ser muitos, cada vez mais...
Nos EUA, perante estes 2 que se apresentam (e é bom não esquecer os primeiros discursos de Obama, antes de ter "virado" quando percebeu estar em vantagem), apetecia-me dizer "que venha o diabo e escolha".
Mas de facto é uma questão de "um mal menor".
Será?
Um beijo
só vejo uma potencial e positiva consequência desta campanha de obama, a classe baixa, média...os desiludidos, formarem movimentos ou movimentarem-se socialmente perante a indignação que sintam e por simpatia alertarem consciências...é o processo lento de "desvendar olhos"
Um aspescto que repugna a mim, é o sistema "winner takes all" (WTA-o vencedor leva tudo) aplicada nas eleições estado-unidenses, que poderá aplicar-se em Portugal em breve com os chamados circulos uninominais.
Este sistema permite que o partido republicano eleja 34 representantes no Texas e nenhum outro partido eleja ou na Califórnia o Partido Democrata eleja 54 representantes excluíndo todos os outros.
Em Portugal, por exemplo seria o fim da já tão frágil democracia representativa que utiliza o método de "Hondt", que é o pior sistema proporcional dentro dos sistemas proporcionais.
Se forem aplicados os circulos uninominais e o Sistema WTA em Portugal, apenas representará um reforço da bipolarização que nos últimos anos tem tentado fazer, entre PS e PSD. Continua Sérgio!!!
As duvidas continuam e as eleições norte americanas não as vieram esclarecer. Provavelmente, até as vieram acentuar com o risco acrescido que quem vê televisão e pessoas a chorar...até fica mais convencido que a vitória de Obama foi o melhor para os EUA e, quem sabe, para o Mundo. Pobres almas...
Por mim, creio que as alternativas existem. O que é preciso é retirarmos a venda e vê-las. Por mim, em vez de "venha o diabo e escolha", prefiro "venha o biabo e leve os dois!" Por cá, igualmente.
Abram os olhos, gaita.
Máximo...ao vosso dispor
Li... mas pouco me disse.
Querer que Obama fosse um empenhado internacionalista, movido pela libertação dos povos do mundo, incluindo o seu, era como que pedir o Pai Natal.
O mesmo se diga, aliás, de todos os regimes e países do mundo, passados e presentes (embora em graus diversos, é certo).
Até Cuba teve o comportamento vergonhoso que teve na questão de Timor...
Por outro lado, as 12 razões para ser anti-Obama, que bem poderiam ser reduzidas a metade porque várias se desdobram e andam à volta da mesma coisa (o conflito do Próximo e Médio Oriente), são demasiado panfletárias e até enganosas.
Dizer que sobre o Iraque Obama e Busch/Mcain têm basicamente a mesma posição é mais do que míope: basta dizer que votou contra e invasão e os outros favor; que um, mesmo já depois de eleito, reafirma compromissos com calendários de retirada curtos e os outros se tenderiam a eternizar naquele País, etc. Dizer que o problema Afeganistão/Paquistão se resolveria deixando simplesmente que os respectivos povos se libertassem por si mesmos dos regimes talibanescos é ingenuamente irresponsável (fosse lá dizer-se isso à URSS e à Rússia). Dizer que em relação ao Irão nada irá mudar é tão arrojado neste momento que até deixaria o próprio Obama engasgado, como ficou quando lhe perguntaram o que responderia à carta que daí já recebeu. Dizer que o Etanol é um mero produto do complexo militar-industrial estado-unidense é tão simplista que faria Lula da Silva um perigoso agente do capital.... etc, etc.
Quando da história se tem uma visão tão dogmática, do tempo do cinema a preto e branco (duvido mesmo que com som), não admira que se vá progressivamente vendo ao auditório diminuindo... Ontem éramos milhões, hoje somos milhares, amanhã seremos centenas, tão iluminados como divididos. Será essa a fatalidade do leninismo, depois do trostkismo ter segundo mesmo caminho ?
Não tenho dúvidas que numa escala de 0 a 10, existem 9 possibilidades de Obama vir a se ruma enorme decepção.
Tudo o que vier a mais do que essa 10% parte de probabilidade de ganho para as forças progressistas em todo o mundo, será bom.
Mas para já existe um adquirido: ter um afro-americano, chamado Hussein, com o percurso pessoal que teve, defensor de algo tão irritante para o establishment americano como “espalhar à volta a riqueza” ou como possuirum serviço de saúde público e universal, é algo muito sui generis. Algo que fará história. Não será difícil antecipar que daqui a 100 anos esta eleição será recordada; pergunto-me e pergunto se o mesmo se dirá das ideias de quem obtusamente agora se recusa a ver esta realidade.
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