a Todo o Mundo & Ninguém,
realizada em nenhures,
num dia destes, numa hora qualquer
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TM&N – Obrigado pela sua disponibilidade… Podemos falar sobre efemérides?
Cá Eu – Sobre o que quiser… mas começo por lhe dizer que fiz a promessa de durante 20 anos não falar sobre o muro de Berlim…
TM&N – … mas era por aí que íamos começar…
Cá Eu – … o que não quer dizer que não fale sobre a RDA, Berlim, os países socialistas, essas coisas…
TM&N – Ah!, bom... Então podemos começar... o que é isso da RDA?
Cá Eu – A RDA era um Estado chamado República Democrática Alemã, criado no âmbito das Nações Unidas, na sequência da derrota da Alemanha nazi e do desmantelamento do Estado nazi alemão, tendo vindo a criar-se dois Estados, a República Federal da Alemanha, RFA ou Alemanha Ocidental, e essa tal RDA, a República Democrática da Alemanha, ou Alemanha Oriental.
TM&N – Ah!, bom… Então, e Berlim?
Cá Eu – Berlim, de onde vêm aquelas bolas gostosas, era a capital da antiga Alemanha, a sede do Reich, estava (e está) no lado oriental, no meio da RDA. No entanto, teve um estatuto especial, e que deveria ser provisório, com um sector de ocupação ocidental – anglo, estadounidense, francês – e outro soviético.
TM&N – Ah!, sim?... depois?
Cá Eu – Bem, além de terem morrido as vacas e ficado os bois…. uma vez que o provisório não havia meio de o deixar de ser, os soviéticos entregaram formalmente o seu sector à RDA, passando a fazer parte integrante do Estado, ficando ali o sector de ocupação tripartida ocidental como um, digamos, corpo estranho incrustrado no meio de um outro Estado…
TM&N – Não sabia… É interessante… Nunca ninguém me tinha dito… E o muro?
Cá Eu – O muro aparece depois…
TM&N – … a dividir a cidade em duas…
Cá Eu – Não! À volta do sector anglo, estadounidense, francês da cidade, ali no meio da Estado RDA… mas sobre o muro já falei demais… só daqui a 20 anos.
TM&N – Mas não me diga que estava de acordo...
Cá Eu – … não digo nada, não presto declarações sem a presença do meu advogado. Mas, imaginemos uma fronteira, com ou sem muro (há por aí tantos…), escandalizo se disser que preferia o modo como se vivia na RDA ao modo como se vivia na RFA, incluindo o bocadinho lá no meio da RDA?
TM&N – Não me diga!
Cá Eu – Vê? Escandalizei-vos, a vocês tão bem informados, isto é, de(sin)formados… Pois digo! E digo-vos porquê.
TM&N – Obrigado pela sua disponibilidade… Podemos falar sobre efemérides?
Cá Eu – Sobre o que quiser… mas começo por lhe dizer que fiz a promessa de durante 20 anos não falar sobre o muro de Berlim…
TM&N – … mas era por aí que íamos começar…
Cá Eu – … o que não quer dizer que não fale sobre a RDA, Berlim, os países socialistas, essas coisas…
TM&N – Ah!, bom... Então podemos começar... o que é isso da RDA?
Cá Eu – A RDA era um Estado chamado República Democrática Alemã, criado no âmbito das Nações Unidas, na sequência da derrota da Alemanha nazi e do desmantelamento do Estado nazi alemão, tendo vindo a criar-se dois Estados, a República Federal da Alemanha, RFA ou Alemanha Ocidental, e essa tal RDA, a República Democrática da Alemanha, ou Alemanha Oriental.
TM&N – Ah!, bom… Então, e Berlim?
Cá Eu – Berlim, de onde vêm aquelas bolas gostosas, era a capital da antiga Alemanha, a sede do Reich, estava (e está) no lado oriental, no meio da RDA. No entanto, teve um estatuto especial, e que deveria ser provisório, com um sector de ocupação ocidental – anglo, estadounidense, francês – e outro soviético.
TM&N – Ah!, sim?... depois?
Cá Eu – Bem, além de terem morrido as vacas e ficado os bois…. uma vez que o provisório não havia meio de o deixar de ser, os soviéticos entregaram formalmente o seu sector à RDA, passando a fazer parte integrante do Estado, ficando ali o sector de ocupação tripartida ocidental como um, digamos, corpo estranho incrustrado no meio de um outro Estado…
TM&N – Não sabia… É interessante… Nunca ninguém me tinha dito… E o muro?
Cá Eu – O muro aparece depois…
TM&N – … a dividir a cidade em duas…
Cá Eu – Não! À volta do sector anglo, estadounidense, francês da cidade, ali no meio da Estado RDA… mas sobre o muro já falei demais… só daqui a 20 anos.
TM&N – Mas não me diga que estava de acordo...
Cá Eu – … não digo nada, não presto declarações sem a presença do meu advogado. Mas, imaginemos uma fronteira, com ou sem muro (há por aí tantos…), escandalizo se disser que preferia o modo como se vivia na RDA ao modo como se vivia na RFA, incluindo o bocadinho lá no meio da RDA?
TM&N – Não me diga!
Cá Eu – Vê? Escandalizei-vos, a vocês tão bem informados, isto é, de(sin)formados… Pois digo! E digo-vos porquê.
(segue num próximo número)
10 comentários:
Ora aí está uma boa entrevista. Venha a segunda parte.
Um abraço.
Ainda bem que não foste tu a pagar a chamada.Lá ias engrossar os cabedais de uns quantos parasitas daqui e d'além trabalho...
Boa malha!
podes arrancar já...
Parabéns!
Gostei do entrevistado “Cá Eu”, fala despreocupadamente de coisas muito sérias, muito esclarecedor!
Já não saio daqui, à espera da 2ª parte.
Um Gd Bj,
GR
Não há nada como um entrevistado "de qualidade"... e que tenha realmente alguma coisa para dizer!
Abraço.
Desculpem mas desta vez o mérito é para Todo o Mundo e Ninguém! Uma entrevista destas? em que o entrevistado fala sem interrupções? consegue articular duas frases seguidas? Sem cronómetro?nãããããã...disto não existe!
"Cá tu" até atrapalhas os "lá eles"
Sem falar de muro ele revelou-se, explicado, às velhas criancinhas que teimam em não ver que embora todos os muros sejam iguais, existem uns muros menos muros que outros. Uns caldos de história nunca fizeram mal ao ignorante.
Parabéns: uma entrevista a seguir quanto mais não seja porque tenho uns caldos de ignorância.
Os muros dos nossos lados não separam mas têm de suportar muita coisa.
Venha o próximo número.
Esta entrevista faz-me lembrar uma frase do Pedro Soares sobre o branqueamento e a mentira sobre as «Alemanhas» há uns meses atrás:
«Por muitas mentiras que possam dizer ninguém me tira aquilo que eu vivi...»
Valia a pena perguntar se na RFA se via, se lia, se ouvia, os media do outro lado do «muro».
Existem muros violentos, segregadores e opressivos que parecem invisíveis mas que são vividos por milhares de milhões em todo o mundo: o muro de classe.
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