A "música" do conto?, não conto? do título do blog anterior, fez-me lembrar o (ou foi-me lembrado pelo) poema do Miguel Torga:
«FANTASIA
Canto ou não canto o limoeiro
Aqui ao lado?
Ele é tão delicado!
Tem um jeito tão puro
De se encostar ao muro
Onde vive encostado...
Canto ou não canto as tetas da donzela
Que daqui da janela
Vejo no limoeiro?
Elas são tão maduras...
E tão duras...
Têm uma cor e um cheiro...
Canto!
Nem serei o primeiro
Nem eu sou nenhum santo!"
Quando a poesia nos aproxima, o corpo junta-se, na sombra do limoeiro, ao corpo.»
Canto ou não canto o limoeiro
Aqui ao lado?
Ele é tão delicado!
Tem um jeito tão puro
De se encostar ao muro
Onde vive encostado...
Canto ou não canto as tetas da donzela
Que daqui da janela
Vejo no limoeiro?
Elas são tão maduras...
E tão duras...
Têm uma cor e um cheiro...
Canto!
Nem serei o primeiro
Nem eu sou nenhum santo!"
Quando a poesia nos aproxima, o corpo junta-se, na sombra do limoeiro, ao corpo.»
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(Desculpa lá, oh Fernando Samuel!, de quem estou de novo à "boleia", e obrigado, oh Manuel Freire!, que dizias o poema nesse espectáculo que era o Ensaio, e me ajudaste na busca da versão integral )
4 comentários:
O Torga dá para todos...
Um abraço.
...e é inesgotável!
Gostei de ver,de ler...gosto de Miguel Torga.
Cantemos pois!
Abraço.
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