Interessado (mas não fanático, porque de nada o sou) pela literatura de cordel, encontro no Brasil bastante "material". O meu blog docordel.blogspot.com (mais ou menos privado, onde vou "postando" o que me vem à cabeça...) acaba de receber uma remessa e vou-o obrigando a digeri-la, como se pode comprovar aqui e no que virá.
Estava na calha este sobre Olga Benário, a companheira de Luis Carlos Prestes, judia e de origem alemã, que, em 1936, grávida de sete meses, foi deportada, entregue pela polícia política brasileira à Alemanha nazi, que depois, em 1942, a fuzilou. E a efeméride do nascimento de Luis Carlos Prestes trouxe-o para aqui.
Desta mulher se fizeram filmes (pelo menos um turco e um brasileiro, em 2004), e escreveram livros e este caderninho de literatura do cordel, em que há heroínas (Olga e Leocádia, a mãe de Luis Carlos Prestes) e um consul de Portugal em Paris (Israel Abraão), também herói e castigado por Salazar, que foi decisivo na viagem do casal para o Brasil de regresso de Moscovo. E toda a saga é contada em rima de literatura de cordel, acabando assim:
No ano quarenta e dois
Inicio de fevereiro
O nazismo dominava
Quase o planeta inteiro
Olga com desesperança
Escreve à sua criança
E ao amado "Cavaleiro"
.
Olga foi executada
Pela Gestapo assassina
Leocádia viajou
Buscar a neta menina
Prestes foi anistiado
E depois foi libertado
E a triste história termina.
(...)
4 comentários:
Que bom trazer-se a lume a Olga Benário Prestes, seja pelo cinema, seja pela literatura (de cordel ou não. É de facto uma heroína, a carta que escreveu na prisão para a filha e para o seu companheiro ainda hoje, e após repetidas vezes a lê-la ou a ouvi-la na cassete de vídeo desgastada que tenho aqui, me comove às lágrimas. Esta mulher é uma referência para a Humanidade!
parabens pelo blogue
Tenho aí o filme em casa. O brasileiro. Só falta vê-lo...
É uma História extraordinária!
Abraço.
Eu também fiz um cordel falando de Olga alguns anos atrás. VIVA OLGA SEMPRE!
Enviar um comentário