A recente campanha para o “promoção” de Vítor Constâncio a vice-governador do Banco Central Europeu levanta problemas de fundo, esclarecedores do mundo em que vivemos. Isto é, do sistema em que nos obrigam a viver.
Não quero, aqui, deter-me muito sobre as qualidades (qualificações… e remunerações) profissionais de Vítor Constâncio e seu CV.
Não quero, aqui, deter-me muito sobre as qualidades (qualificações… e remunerações) profissionais de Vítor Constâncio e seu CV.
Foi aluno de altas notas, foi docente que os alunos apreciavam, foi homem que andou na periferia da luta anti-fascista; depois do 25 de Abril, quando as provas eram de fogo, foi um dos “agentes” da contra-revolução, para mais "infiltrado" porque participante em governos provisórios e constitucionais cuja missão era a de fazer avançar a democracia; teve um período de actividade política explícita, chegando a secretário-geral do PS quando o PS precisava de ter alguém que se opusesse ao PSD de Cavaco Silva, não nas políticas em que coincidiam quase ponto por ponto, mas na aura de elevada preparação técnica, mas o PSD e Cavaco Silva, politicamente, não tiveram dificuldade perante tal adversário; claramente derrotado, “deixou a política”, foi fazer a política que convinha para outro lado, e tão bem a fez que deu os resultados que se conhecem… e merece esta “promoção”.
Apenas acrescento que V.C. esteve sempre na primeira linha da "contenção salarial", da "perda real de poder compra" por parte dos trabalhadores, e da permanente defesa da prioridade absoluta para a criação de condições para que os lucros sejam o deus ex-machina da economia. Quer como técnico na política, quer como político na técnica.
Apenas acrescento que V.C. esteve sempre na primeira linha da "contenção salarial", da "perda real de poder compra" por parte dos trabalhadores, e da permanente defesa da prioridade absoluta para a criação de condições para que os lucros sejam o deus ex-machina da economia. Quer como técnico na política, quer como político na técnica.
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Mas do que eu quero falar é de patriotismo.
Mas do que eu quero falar é de patriotismo.
Há quem afira o patriotismo dos outros por apoiarem ou não compatriotas a lugares de direcção nas instâncias internacionais.
Um dia, nos idos de 2004, fui interpelado nos corredores de Bruxelas por ter votado contra a investidura de Durão Barroso como Presidente da Comissão, e fui apostrofado de falta de patriotismo. Pois bem, também agora o serei… ou seria se ainda estivesse na tarefa e se se tratasse de votar Vítor Constâncio.
Para além do que penso da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu e dos cargos, que, a meu critério, em nada honram os seus ocupantes, o meu patriotismo tem a ver com a História, a Língua, a Cultura, e, sobretudo, com os meus compatriotas, com aqueles que partilham este solo pátrio em que nascemos. Se alguns deles justificam, para mim, oposição e luta, pela sua acção contra outros nossos compatriotas, contra os trabalhadores, contra um futuro da Humanidade (e da pátria) que considero mais humano – e que será! –, continuarão a contar com essa oposição e luta ao passarem a ter maior responsabilidade (ou só visibilidade) em recompensa por bons serviços prestados à (sua/deles) causa.
Um dia, nos idos de 2004, fui interpelado nos corredores de Bruxelas por ter votado contra a investidura de Durão Barroso como Presidente da Comissão, e fui apostrofado de falta de patriotismo. Pois bem, também agora o serei… ou seria se ainda estivesse na tarefa e se se tratasse de votar Vítor Constâncio.
Para além do que penso da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu e dos cargos, que, a meu critério, em nada honram os seus ocupantes, o meu patriotismo tem a ver com a História, a Língua, a Cultura, e, sobretudo, com os meus compatriotas, com aqueles que partilham este solo pátrio em que nascemos. Se alguns deles justificam, para mim, oposição e luta, pela sua acção contra outros nossos compatriotas, contra os trabalhadores, contra um futuro da Humanidade (e da pátria) que considero mais humano – e que será! –, continuarão a contar com essa oposição e luta ao passarem a ter maior responsabilidade (ou só visibilidade) em recompensa por bons serviços prestados à (sua/deles) causa.
Tenho dito!
E não resisto a “roubar” esta foto ao cantigueiro (onde é que tu arranjas coisas destas, ó Samuel?)
8 comentários:
E mais não digo!!!
Abraço
Da caixa de comentários do cantigueiro:
"Pode dar-me um certo orgulho ver portugueses tomarem certos cargos além fronteiras. Pode dar-me um certo alívio ver portugueses vazar daqui. Pode dar-me uma certa vergonha estar mal representado. Pode dar-me um certo gozo ver os finórios armados aos cágados em terra alheia.
Mas porra, mal vai a Europa que se contenta com rezes como o Durão e o Constâncio! É por estas e por outras que eu não tenho grande simpatia pela tal europa!
Um abraço náo provinciano da província
Ele que vá, ele que vá...
Um abraço.
Eu cá acho prticularmente patriótico votar contra a eleição de Durão Barroso e de Vítor Constâncio!
Gosto da ironia!
Obrigado por me terem vindo ajudar com esse patriotismo que se exprime desejando ver pelas costas os nossos compatriotas que, aqui, só mal nos fazem.
Abraços
A "praia" deles... é mais o patrioteirismo!
Sobre as fotografias, vou buscá-las ao fundo, bem ao fundo da pachorra... :-)
Abraço.
Só uma pequenina "achega". Pelo menos um dos alunos dele que eu conheci muito bem (e tu também)não o apreciava nada... mas muito te apreciava a ti.
Nutro por este… um nojo, uma repulsa que me incomoda. O homem que manda os trabalhadores, reformados, esfomeados, os miseráveis apertar o cinto.
Os grandes daquela “Europa” querem os portuguesinhos lá, porque são os únicos que se deixam manipular, dizem sempre “sim”com toda a pequenez e submissão, sabendo que estão a tramar o país, mas prestando bons serviços à causa capitalista.
A melhor foto que vi do dito, parabéns ao Samuel.
Bjs,
GR
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