domingo, junho 22, 2014

Dias de agora e a imprensa revista

22.06.2014

As leituras de ontem à noite, continuadas por hoje de manhã, são ilustrações do que é o “capitalismo regulado”, ou de como (não) funcionam os “reguladores” no capitalismo. 
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Ou de como funcionam para iludirem ou para renovarem as ilusões que já provocaram desilusões (que deveriam ser) suficientes.
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Tanta coisa lida, do publicado no dia 21 de Junho de 2014, justifica uma revista de imprensa.
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Ou, melhor, uma imprensa revista que se revisita. 
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Começa pelo artigo de São José Almeida, Marcar o território, em que, a propósito da audiência pedida por Jerónimo de Sousa ao Presidente da República, faz um panegírico do PCP que é necessário e apraz ler.
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«… estando no Parlamento, o PCP é um partido anti-sistema e no seu projecto tem como objectivo a superação revolucionária do regime democrata actual e a implantação de um regime socialista. É o desejo de atingir essa meta que enforma o seu perfil crítico e discursivo, que o torna na principal força anti-sistema do ponto de vista doutrinário. Mas também do ponto de vista formal, já que nas urnas, os seus eleitores expressaram apreço pela atitude política e o perfil crítico e oposicionista do PCP.
Ora, perante este eleitorado, o seu eleitorado, o PCP fez na segunda-feira o que tinha de fazer. Agiu em consonância com os seus compromissos perante os seus apoiantes e no respeito estrito do formalismo institucional do sistema político português. Foi ao Palácio de Belém, dirigindo-se ao mais alto órgão de soberania da hierarquia do Estado, o Presidente da República, para transmitir aquilo em que se especializou e com que o seu eleitorado se identifica, a saber, que este Governo e esta política não servem.
Assim, cumpriu a sua missão política no presente e marcou o território para o futuro.»
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 Foi o Cid Simões que me chamou a atenção para esse texto – que reproduz no seu blog aspalavrassaoarmas – assim como para a opinião, no mesmo Público de ontem, de Pacheco Pereira.
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Este estudioso, que andou por listas e deputâncias do PSD à revelia dos seus estudos, publicou um violentíssimo texto com um título e uma entrada que já o são:
com os criminosos pobres 
é que não se pode comer à mesa
ALGUM MORALISMO SALOMÓNICO TEM COMO OBJECTIVO LEGITIMAR A PENALIZAÇÃO PUNITIVA DE MILHÕES PARA DESCULPAR AS DEZENAS.
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Todo o texto mantém o mesmo registo de violenta denúncia e acusação a que, nos últimos tempos, Pacheco Pereira se tem dedicado
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Dois trechos:
·        «…Os incidentes com secretários de estado que vinham da banca e do sistema financeiro e que se transmutavam da venda de swaps para negociadores de swaps, mostraram essa promiscuidade. E as decisões revelam como ninguém quer beliscar uma banca de onde veio, onde pode voltar a ir.(…)»
·        «…É por isto que esta crise corrompe a sociedade e vai deixar muitas marcas, mesmo quando ninguém se lembre de Portas e de Passos
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O texto de Pacheco Pereira parte da actualíssima situação no grupo Espírito Santo (em evolução), que alimenta o Expresso do mesmo dia (logo manchetes de 1ª página, A loucura no BES por Pedro Santos Guerreiro, na página 2, A fogueira das nossas vaidades por Ricardo Costa, na página 3, por exemplo, que completam colunas de “investigação”).
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No Expresso, há duas novidades (para aqui…): i) a coluna de Henrique Monteiro, ii) a de outro Henrique, o Raposo
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São dois Henriques que me têm feito subir a tensão (ou as intenções) e que, ontem à noite, li com calma e algum gozo.
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O primeiro Henrique, a quem parece que deixei de poder chamar o que quiser…, diz que E assim se esboroa um regime e abunda em exemplos – BES, DN, PT, BCP, BPN, BPP, PS, PSD, os tribunais, o Parlamento, o PR – que ilustram esse esboroar acrescentando «De resto, há a crise. A fila de desempregados, dos desesperançados, dos jovens sem emprego, emigrantes» com o que aponta para um remate «O que sobra? Pouco.(...)»
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E aqui é que o 1º Henrique torce o que lhe sobra de texto: fala de «uns vociferadores que ainda não perceberam…» (o que ele nunca perceberá) e afirma «a esperança (…) que tudo isto rebente…»
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Pronto! Tem calma, oh Henrique… deixa-me passar ao Raposo.
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Pois o Henrique segundo, o Raposo que tanto me tem exasperado (há coisas que são “desmasiado”…) arrancou uma crónica na “sua coluna” de que gostei muito, bem escrita, interessante... de que até recomendo a leitura (veja-se lá!).
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Trata-se Do Pelado à Copa e é uma crónica sobre a vida de Paulo Bento.
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Para terminar, não podia faltar o Nicolau Santos, desta vez com um artigo de fundo que me pareceu mais fraco, com uma “boa chamada” e também com um excelente apontamento: Governo e TC: Lamentável



1 comentário:

Justine disse...

Imagine-se bem o Expresso com todo esse manancial de boas leituras! O mundo está mesmo roto!