Ao tentar esclarecer-me sobre isto que me confunde (e contribuir para o esclarecimento de outros, por ínfimo que seja o contributo...), acabei de me informar d' "disto" na RTP:
Para além do Presidente da EDP, são também arguidos outro administrador da
EDP e dois administradores da REN.
Em causa estão os Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC), que
substituíram os Contratos de Aquisição de Energia (CAE), a partir de 2004.
"Houve uma queixa anónima e uma queixa identificada sobre o mesmo
processo. A Comissão Europeia, em 2013 e no mês passado, arquivou os processos
afirmando estar totalmente esclarecida e considerando que os processos eram os
expetáveis numa economia de mercado", explicou António Mexia em
conferência de imprensa.
E acrescentou que quando essa decisão foi conhecida foi pouco comunicada.
Disse ainda que as pessoas em causa, que foram constituídos arguidos,
"estavam a agir como representantes legais dos órgãos" e refere que
"as decisões foram colegiais".
Processo "escrutinado ao longo de décadas"
António Mexia referiu ainda que a EDP teve acesso ao processo na
segunda-feira e aproveitou para prestar esclarecimentos públicos dizendo que o
que está em causa “é um processo antigo que tem décadas. É um processo que foi
amplamente escrutinado ao longo de décadas, pelo Parlamento, pelos vários
Governos e pela Comissão Europeia”.
Em conferência de imprensa, António Mexia lamentou não ter podido
esclarecer o objeto da investigação, em que é um dos quatro arguidos, logo na
sexta-feira, dia em que foram realizadas buscas na EDP e na REN.
"Temos pena de não ter podido fazer isto na sexta-feira ou ontem, mas
só ontem tivemos acesso ao processo. Por isso, só hoje podemos explicar o que
está em causa".Recorde-se que a EDP e a REN estão no centro de uma investigação por suspeitas
de corrupção envolvendo os polémicos Custos de Manutenção do Equilíbrio
Contratual (CMEC). Uma designação que os portugueses se habituaram a associar
às rendas recebidas pela EDP.
Processos arquivados pela Comissão Europeia
O gestor salientou ainda que a Comissão Europeia "em 2013, sobre um
dos temas, e em 2017, o mês passado, se considerou totalmente esclarecida,
arquivando os processos".
"As pessoas querem saber o que está em causa. São dois temas e para os
perceber é preciso perceber o timing, como evoluíram ao longo do tempo",
disse Mexia.
"Começando pelos CMEC (Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual),
em 2004, os contratos CAE não era compatíveis com as regras comunitárias, no
quadro da liberalização e foi preciso alterar os contratos com o objetivo de
assegurar a neutralidade financeira. O processo de fixação das regras não teve
o envolvimento da EDP. Foi uma negociação entre o Governo da altura e a
Comissão Europeia que auditou o processo e o aprovou em setembro de 2004. Na
altura estabeleceu um montante máximo de compensações que nunca foi atingido
até hoje.
O regime dos CMEC seria mais favorável do que os CAE?, questionou Mexia. E
explicou que "tinha associados novos riscos. Prova é que os outros operadores
recusaram a adoção deste mecanismo que era obrigatório por lei. A EDP cumpriu.
Fomos obrigados e fizemos. É claro que o Estado era o maior acionista".
"Não me parece um benefício"
O segundo tema diz repeito ao prolongamento do prazo de concessões das
barragens. "Foi confirmado que a EDP teria direito a 1,35 mil milhões de
euros se entregasse as hídricas ao Estado. Sobre os valores da remunerações pós
2007 para a EDP, não foram fixadas em 2007, mas sim em 1995 e revistas em baixa
em 2004 para cumprir a lei. O que se faz em 2007, mantendo o espírito da neutralidade,
foram feitas alterações do valor inicial a receber pelos CMEC da EDP de 3.356
milhões de euros para 833 milhões, o montante inicial foi reduzido em 75 por
cento. Não me parece um benefício".
Já no domínio hídrico, o gestor explicou que o que estava em causa era o
fim dos contratos. Aí a EDP teve de entregar 2.115 milhões de euros, dos quais
759 milhões de euros adicionais, face ao que estava previsto nas regras de
1995.
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Esclarecido? Nem por isso...
Mas se "os processos eram os expetáveis numa economia de mercado" ("espetáveis"?!), se a Comissão Europeia arquivou os processos, e se não parece a Mexia que tenha havido um benefício, se mais se quer?... quem se atreve a pôr em causa tais pressupostos com pressuposições espúrias?
Só pode haver boa gestão e méritos pessoais e intransmissíveis (de Mexias, Pinhos & Cia., Lda.).
1 comentário:
A minha leitura é que pertencem todos à mesma corporação colegial!Bjo
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