sexta-feira, abril 13, 2018

Ontem foi 5ª feira! (e apenas se adiou o que TEM DE se impedir)

do (quase) diário:


13.04.2018

Ontem foi 5ª. feira e todas as 5ªs. feiras há mercado em Ourém. Faz parte da minha rotina de referências, ainda que poucas vezes o frequente.

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Por exemplo(s): as crónicas Às 5ªs. … feira!, no Récord do ano de 1972; nas “aventuras” teatrais.

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Todas as 5ªs. feiras sai o avante! (desde Abril de 1974!). Faz parte das minhas obrigações militantes a compra e, sobretudo!, a leitura.

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assim me sinto informado…como serviço mínimo.

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Algumas “opiniões” transformam a informação, ainda que dura e preocupante, num gosto de leitura.

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Por isso, às vezes não resisto à inserção no diário, nesta série de Textos & Contextos.

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Por exemplo(s):

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·        Jorge Cadima 

Tudo cheira a provocação
para inventar pretextos para a guerra
À beira do desastre
A campanha do alegado envenenamento do espião Skripal começou a ruir. Logo deu lugar a nova campanha sobre um suposto ‘ataque com armas químicas do governo sírio’. São as patranhas do partido da guerra, que abrem caminho a novas agressões, guerras ou ‘mudanças de regime’. Vários ministros israelitas, com as mãos manchadas de muito sangue palestino, pedem abertamente um ataque militar dos EUA à Síria (Jerusalem Post, 8.4.18). Israel lança mísseis cruzeiro sobre aquele país soberano, cujo território dos Montes Golã ocupa há meio século. Trump ameaça, secundado por May e Macron. A parada é hoje perigosíssima. Há o perigo duma aventura catastrófica, dum confronto directo entre as maiores potências nucleares do planeta, provocado pelo desespero das velhas potências imperialistas perante a sua irresolúvel crise sistémica, a sua decadência e perda de hegemonia económica, política e militar, e o seu fracasso na Síria e noutras frentes.
A propaganda nunca precisou de ser racional, nem basear-se em factos. Não tem de explicar por que haveria o governo sírio de usar armas químicas às portas de Damasco, quando já libertou mais de 90% desse território e negociava a rendição do último reduto. Nem por que haveria Putin de querer assassinar um espião inglês que o governo russo libertou em 2010, usando uma arma química que poderia ser ligada à Rússia, em vez duma banal arma de fogo (que, além de menos identificável, seria mais eficaz: o espião e a filha estão afinal vivos). Ou por que, sem razão aparente, escolheria fazê-lo uns dias antes das eleições presidenciais russas nas quais era candidato, e três meses antes do Campeonato do Mundo de Futebol que o seu país irá acolher. Tudo cheira a provocação, montada por quem quer inventar pretextos para a guerra.
O historial de uso de armas químicas pelas potências imperialistas é longo e terrível. Inclui o uso de armas químicas pelos ingleses contra a Rússia bolchevique, no Verão de 1919, a mando de Winston Churchill (The Guardian, 1.9.13). E o uso em larga escala pelos EUA de armas químicas (como o Agente Laranja) nas suas genocidas guerras no Sudeste Asiático. Ainda hoje nascem crianças deformadas, como resultado dos seus efeitos. A actual histeria anglo-americano-israelita sobre o alegado uso de armas químicas é duma hipocrisia sem limites.
O verdadeiro ‘crime’ do povo e governo sírios foi terem resistido com êxito, e com a ajuda dos seus aliados da Rússia, Irão e Líbano, a mais uma guerra de agressão imperialista. É estarem a libertar a Síria e a derrotar os tenebrosos bandos de terroristas fundamentalistas que há muitos anos o imperialismo arma e financia, com a ajuda das mais bárbaras ditaduras do Médio Oriente (sempre sustentadas pelas ‘democracias ocidentais’) e do Estado sionista que massacra com impunidade o povo mártir da Palestina. Perante a derrota dos serventuários, os mandantes assanham os dentes.
Impõe-se a vigilância face ao perigo duma monumental provocação dos partidários da guerra, que encaram a Humanidade como o ministro da Defesa de Israel, Lieberman, vê os palestinos que massacra: «não há civis inocentes na Faixa de Gaza» (Times of Israel, 8.4.18).

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·        Anabela Fino 
Xosé
Todos os lugares e todos os dias têm histórias por contar, e por maioria de razões os locais e os tempos em que por força das circunstâncias se concentram gentes e atenções. Não é segredo que não raras vezes as histórias que passam à História carregam tantos silêncios, tantas omissões, tantos desígnios espúrios que em certas ocasiões se torna indispensável, para um correcto entendimento dos factos, raspar a patine do tempo e resgatar do olvido o que não pode nem deve ser esquecido. É o caso do conjunto formado pelo hotel Palestina, 7 de Abril de 2003 e José Couso, elementos que hoje pouco ou nada dirão à grande maioria das pessoas.
Em plena guerra do Iraque, no entanto, toda a gente sabia que o hotel Palestina acolhia os jornalistas internacionais que cobriam o conflito. Cadeias de televisão de todo o mundo divulgavam crónicas dos seus correspondentes feitas a partir das varandas do hotel transformado em quartel-general da imprensa, mostravam imagens colhidas através do telhado ou das janelas dos quartos, a exemplo do que sucedia com jornais e revistas. Era a guerra em directo como nunca antes tinha sido visto. É por isso que o sucedido no dia 7 de Abril de 2003 não só nunca devia ter ocorrido como continua a suscitar, 15 anos depois, a maior revolta: um tanque dos Estados Unidos atacou o edifício. Mais tarde a Associated Press citará militares norte-americanos que referem que estavam a ser alvejados por um atirador furtivo a partir do hotel e que conseguiram ver homens com binóculos no telhado do edifício a vigiar as movimentações dos soldados da coligação. Era mentira.
O «atirador furtivo» era José Couso, jornalista, e a «arma» dos disparos que não houve era uma câmara. Como então noticiou o Público (8.4.2003) «pouco depois do primeiro disparo foi declarado cessar-fogo na zona e que as tropas americanas decidiram não disparar sobre o hotel». Uma decisão tomada demasiado tarde. No local ficaram vários feridos e um morto, José Couso.
O inquérito do costume deu o que é costume: o Pentágono negou que as suas forças tenham cometido negligência e garantiu que os soldados norte-americanos agiram em defesa própria... Tiro de tanque contra uma câmara!
A família de Couso, que acusa Bush, Blair e Aznar – a troika da guerra às armas de destruição massiva que não existiam – do assassinato do jornalista, luta há 15 anos para que lhe seja feita justiça. Em vão. Após a reforma da lei da justiça universal em Espanha ter encerrado o processo e dos sucessivos governos terem imposto a lei do silêncio à morte matada do câmara e repórter fotográfico galego Xosé, o caso está agora em recurso no tribunal constitucional.
Década e meia depois, quando os novos senhores da guerra inventam novos cenários de ataques para servir as suas estratégias belicistas, o silêncio sobre o crime que vitimou José Couso continua a matar.

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 (...)

... como entendo dever 
 tentar divulgar!

2 comentários:

Justine disse...

Importante divulgar, para contrabalançar as campanhas de desinformação!!

Olinda disse...

Outra informação é necessária,pois a que chega,a quase toda a população é vilmente alterada pelo controlo hegemónico da comunicação social,transformando a verdade em mentira para servir os ignóbeis interesses do capitalismo.Bjo