quinta-feira, setembro 27, 2018

ENCONTRO PELA PAZ

 - Edição Nº2339  -  27-9-2018

Alargar a acção pela paz em Portugal e no mundo
SEGURANÇA Com a situação internacional «marcada por imensos riscos», o Conselho Português para a Paz e Cooperação apela à convergência de vontades em defesa da paz. Em Outubro, Loures recebe um Encontro pela Paz.


O apelo foi feito no Dia Internacional da Paz, que se assinala a 21 de Setembro. Em nota de imprensa divulgada nesse dia, o CPPC reafirmou o seu «compromisso de sempre, de agir com todos quantos, na sua acção quotidiana, defendem os valores da paz, do desarmamento, do respeito pela soberania dos Estados e dos povos e a solidariedade com todos os que, por esse mundo fora, se batem pelo respeito do direito a decidir livremente do seu próprio futuro e pelo progresso social».
«A actual situação internacional, marcada por imensos riscos para a paz e segurança mundial, coloca a necessidade de uma ampla convergência de vontades em defesa da paz, pelo desanuviamento das relações internacionais, pelo respeito da soberania dos povos e da independência dos Estados, conforme preconizado na Carta das Nações Unidas e no direito internacional», destaca o CPPC.
Encontro em Loures
A realização, a 20 de Outubro, no concelho de Loures, do Encontro pela Paz (no Pavilhão Paz e Amizade, entre as 10h30 e as 17h00), promovido por diversas organizações e movimentos, incluindo o CPPC, contribui para a ampliação do movimento da paz em Portugal e para o desenvolvimento de um amplo movimento da paz ao nível mundial.
«O que a história mostra é que os amantes da paz, os povos do mundo, mobilizados e unidos, podem travar o passo às forças da guerra», refere o CPPC

terça-feira, setembro 11, 2018

A Festa - ainda e sempre

Querem reduzir a Festa ao ritual dos regressos de férias da política. Procuram metê-la no "pacote das rentrés partidárias". Desde logo, há quem não faça férias de exercício de cidadania (na etimologia séria e exigente) e etiquetar a Festa de redutora "rentré" partiária é, como ironizou Jerónimo de Sousa na abertura da festa-2018, impossível. Ela, a Festa, não tem semelhanças com outras manifestações partidárias em que bem bronzeados dirigentes regressados das praias, ou em intervalo estival, fazem discursos "à maneira". Não tem semelhanças, por muito que algumas iniciativas ridiculamente a queiram arremedar.
A Festa é um acontecimento cultural, de concertos, exposições e espectáculos, de encontros e convívio, de debates e solidariedade, de esclarecimento e informação, de gastronomia e desporto, de internacionalismo e inclusão. Por isso, político. Sendo partidário. Desde 1976.
Todos os anos, muitas reflexões se me suscitam enquanto calcorreio as sempre melhoradas veredas do espaço aumentado e alindado. Com críticas a pedirem necessárias melhorias (por exemplo, o som... ou os sons sobrepondo-se, mormente na Festa do Livro). Este ano, tocou-me a impressionante variedade (e coexistência) etária. Tanto jovem e tanto velhote (como eu)! E o excelente espaço criança (e pais e avós...).
Idílica a perspectiva? Não! Talvez, e felizmente, esperançosa, optimista. Mas com pés assentes naquele chão.
A percorrer a cidade internacional na universalidade das referências, nalguns locais me perguntei se, neste momento histórico, aquele ou aqueloutro partido terá existência para além da Festa do Avante.
Vivemos um tempo incerto e perigoso, disse Jerónimo de Sousa entre muita outra cousa onde a comunicação social pescou à linha o que lhe serviria (e a quem ela serve) para o espaço a conceder à "rentré do PCP".


Uma frase guardei, reconfortado por me identificar com a "luta que abriu uma fissura no fosso das inevitabilidades". Luta que tem de continuar (e de se aprofundar) para sanear esse fosso/fossa em que tantos se perdem, atolados em falsas inevitabilidades.

VIVA A FESTA!  


   

11 de Setembro - CHILE

VICTOR JARA

Ainda (e sempre) A FESTA!

Não há festa como esta. Dá para tudo e para todos. E para todo o ano. Até a próxima. À de 2019.
E cada um terá a sua. Como a antena 2 da RDP teve a sua, que ganha o prémio da ausência ignomiosa, ao ignorar o Concerto em Louvor do Homem da noite de 6ª feira, com a Orquestra Sinfonietta de Lisboa e o Coro Sinfónico Lisboa Cantata, em que uma multidão (não exagero) ouviu Copland, Bernstein, Mendelssohn, Tchaikovsky e Beethoven. Era o que mais faltava, dar relevo a um acto realizado em celebração do II Centenário do Nascimento de Karl Marx (t'arrenego)...
Claro que também tive uma festa para mim. Adaptada às actuais condições, minhas e com os outros, diferente de cada uma das anteriores. Eu que, como dizia um amigo, "fui a todas...". Desde 1976.
Desta, da de há pouco, destaco - para já - uma vivência pessoal nova e uma observação política.
A vivência  começou por ser a contragosto, e por limitação individual. Senti necessidade de recuperar do vai-vem e das visitas a "todas as capelinhas" e a tantos camaradas que fazem a Festa (e de lembrar, como emoção e saudade, alguns que este ano já não vieram). E encontrei-me a descansar numa sombra com vista para o recinto onde se praticava desporto. Nunca o fizera. 
Foi tão bonito ver duas equipas de jovens "teenagers" a jogar futsal, uma vinda de Guimarães e outra não sei de onde! Com qualidade técnica e irrepreensível "fair play", com os árbitros (voluntários) a  fazerem cumprir as regras no vivo e leal confronto. Mas há um pormenor que me traz à escrita: nas duas equipas, que à primeira vista eram femininas (e assim se designava: futsal feminino), integrava-se um rapaz. Naturalmente. Como mais um/a (e até meteu um golo... saudado por todo/as, aliás como todos os outros golos). 
Senti-me tão bem na "cidade do desporto" que por lá me perdi mais que o tempo de recobro do fôlego, e visitei o matraquilhódromo (?), o espaço do xadrez e assisti (pela primeira vez) a jogos inclusivos de Boccia.
Ainda por lá passei, depois do comício, para ver um pouco de hóquei em patins. E sonhar. Com projectos oureenses,,,

o outro comentário fica para mais logo


segunda-feira, setembro 10, 2018

De regresso...


De regresso às rotinas quotidianas depois desta que se tornou a rotina anual de 3 dias de Festa, sonho e luta. com vivências que dão sempre para viver (e contar) o ano inteiro entre as Festas. Inesgotáveis. Em cada Festa há sempre algo para descobrir e sempre muito que fica por viver. Este ano foi o ano descoberta do desporto em Festa a compensar o tanto que ficou por viver ou reviver. 

Assim se constrói a vida transformada. Com gente de todas as idades e sentires.
Este ano, cumpri uma tarefa num momento de solidariedade. Que me emocionou pelo que lembrei e convivi. No espaço do Setúbal. Momento de solidariedade que abri, dizendo:


ÁFRICA É DOS SEUS POVOS

Caros companheiros,
É com alguma emoção que, em nome do PCP, vos reitero formalmente e neste momento de solidariedade, as boas vindas a esta Festa, na sua 42ª realização e que, por ser o que é e como é, é também a vossa Festa.

42 Festas, desde 1976!
Um tempo que, na nossa contemporânea idade, começa a ter dimensões históricas.
Este ano de 2018 assinalando 2 séculos. Do nascimento de Marx. E também os 100 anos de Mandela!
Como o ano passado, em 2017, se assinalou um século. Da revolução soviética.
Tal como estamos a aproximar-nos de meio século de tanto da História que muitos de nós ajudaram a escrever. E que tão mal escrita está por alguns escribas…

Um tempo na escala da história dos humanos que somos. Mas também, decerto, um tempo histórico à escala da Humanidade.
Na viragem da década de 60 para a de década 70 do século XX vivia-se a consciência da necessidade de uma Nova Ordem Económica Internacional pós-colonial, embora com forte reacção imperialista.

Se se vierem a colocar marcos ou balizas no recente processo histórico, eles bem podem vir a pôr-se nos anos de 1974 e 1975. Em resultado das nossas lutas, das lutas dos nossos povos.
Das lutas do povo português a resistir e a libertar-se do fascismo, das lutas dos vossos povos a resistirem e a libertarem-se do colonialismo e a encetarem caminhos cheios de escolhos e armadilhas, caminhos que se queriam de independência e soberania.

Há algumas datas de imprescindível referência para Portugal e para os novos países em África.

(Repito: à nossa escala humana e à escala temporal da Humanidade. Em 1974/75)

Com o PAIGC a antecipar-se na Guiné-Bissau ao nosso (de todos nós!) 25 de Abril de 1974 com o seu 24 de Setembro de 1973, cumprindo o inapagágel legado do tão nosso, tão de nós todos, Amílcar Cabral, assassinado nesse ano;
em Moçambique, a luta da FRELIMO e a data de 25 de Junho de 1975, depois de vencida a reacção mas, em 86, sem se ter sido capaz de impedir a estranha queda de avião que matou Samora e acompanhantes;
em Cabo Verde, ainda o PAIGC em 5 de Julho de 1975, e depois o PAICV;
uma semana depois, a 12 de Julho, S. Tomé e Príncipe  do seu MLSTP;
por último, e já com dificuldades acrescidas pela sua relevância económica e estratégica, o MPLA e Angola, no acto tristemente unilateral de 11 de Novembro de 1975.

No entanto, já antes, a 12 de Dezembro de 1974, a Assembleia Geral das Nações Unidas, por 120 votos a favor, 6 votos contra e 10 abstenções, aprovara uma Carta dos Direitos e Deveres Económicos dos Estados. Onde, nessa assembleia-geral, se afirmou ser (cito):

“… um instrumento efectivo para o estabelecimento de um novo sistema de relações económicas internacionais baseadas na equidade, na igualdade soberana e na interdependência dos interesses dos países desenvolvidos e dos países em desenvolvimento…”

Na votação dessa Carta não participaram, ainda, os vossos novos Estados em vias de criação, mas o papel dos partidos e movimentos pela independência dos seus povos está nela reflectido.

Foi há quase meio século – foi ontem!

Aqui, neste extremo da Europa, nesta porta para os caminhos do Sul, este Partido lutava, com outras forças, por um continente nas mãos dos povos, em segurança e cooperação, e também foi, este Partido, o único sempre solidário com os povos de África a lutarem pelo futuro nas suas mãos.

Passaram décadas
Em que muito se viveu. Com muitos passos atrás.
Em que aos avanços civilizacionais se seguiram provocadores e inevitados recuos.
Nas sempre novas condições concretas, a retoma dos caminhos de ontem está na ordem dos dias de hoje e na necessidade dos povos. E nas suas lutas!

Em Festa, em encontros e reencontros que ela proporciona, reafirma-se a solidariedade como intrínseca aos povos que queremos representar.
___________________________________

Depois de intervenções das delegações presentes, todas a contribuir indelevelmente para um ambiente amigo e fraterno, solidário!, ainda me coube encerrar. o que fiz num brevíssimo apontamento que, apesar disso, ainda deu para lembrar dois episódios: a fuga de Portugal de Agostinho Neto e Vasco Cabral em 1963, e o encontro  das delegações dos nossos povos enquanto a guerra colonial prosseguia, no Congresso Mundial das Forças de Paz de 1973, em Moscovo. 


sexta-feira, setembro 07, 2018

quarta-feira, setembro 05, 2018

terça-feira, setembro 04, 2018

Atenção ao Brasil - 4 - o teatro, sempre...

em 1973!


















(...)

por agora é tudo
... mas breve teremos de,
 decerto,
 voltar,
ATENÇÃO AO BRASIL!

segunda-feira, setembro 03, 2018

Atenção ao Brasil - 3 - a "futebolização" da comunicação

Ao passar as páginas do Atenção ao Brasil - que escrevi há 45 anos! - fui invadido por esta página... como por uma vertiginosa erva daninha ou por um daqueles insectos que fazem bagas pelo corpo todo:





































E se há 45 anos, no Brasil, o confronto com a "futebolização" me provocou esta reacção - que estendi até hoje e a este "post" - que dizer do que acabo de comprovar, com quase indiferença..., na "nossa" comunicação "social"?, de que acabei de apagar o "zapping" que me ofereceu a escolha do dia seguinte, ou o prolongamento ou o pé em riste e agora, aqui no computador, não sei como fugir das notações "informativas" em catadupa sobre as eleições no Sporting?
É esta a "futebolização" que nos impõem! 













Atenção ao Brasil - 2 (abertura em 1973)

... antes do (enquanto o, depois do) golpe no Chile!










(...)
ATENÇÃO AO BRASIL!
ANEXO
(Chile-Setembro 73)
(...)
e, agora (em 2018), a Venezuela?!

...há mais!

Atenção ao Brasil - 1

Somos inundados de "informação". Que bom seria que fosse informação! Há que procurá-la. Há que descobrir o trigo que pode estar escondido pelo joio que nos inunda. Há que informar-SE!
Por (e para) exemplo sobre a América do Centro e do Sul, sobre a das traseiras dos Estados Unidos da América do Norte. Por (e para) exemplo sobre o Brasil. O joio é muito e de variada espécie. Mas há basto trigo. Até porque a língua é a mesma...
Estávamos nestas elo(u)cubrações, quando da estante próxima (e muito esquecida) nos piscou o olho um livrito editado em 1973. 
Fomos folheá-lo como quem pede ajuda à própria e pequenina história. E recordámos que... antigamente (há 45 anos!) eram a censura e a apreensão de publicações o que, hoje, tem muito mais sofisticadas formas e meios de condicionar a comunicação.
Mas, mas continua a ser muito importante ter Atenção ao Brasil! Como em 1973, ou em 2008. E hoje.  

DOMINGO, AGOSTO 10, 2008

A Prelo Editora - 19

Algumas edições, como já aqui se disse, não se integravam em colecções. Por razões várias.
A deste livro talvez mereça ser contada. Se calhar, como todas. Mas esta foi vivida pelo (a)post(ador).
Sendo colaborador da "economia" do Diário de Lisboa, a direcção do jornal propôs que acompanhasse uma missão do Fundo de Fomento de Exportação ao Brasil, em Abril de 1973.
Eram oito dias, e tudo foi possível. Oito dias, repartidos por Rio de Janeiro e São Paulo. Vividos intensamente. Escrevendo muito, tendo de telefonar uma ou outra notícia, mandando o material mais "pesado" por correio. Nem nets, nem mails, nem "correio azul"...
No regresso, pouca coisa tinha sido publicada, e muita não tinha sequer chegado e não chegaria a chegar (e não por culpa dos CTT...). Além disso, algumas coisas mais "leves" (conversinhas) colocadas no Notícias da Amadora, e que neste sairam, mereceram comentários menosprezadores do género "foi este fulano ao Brasil para vir contar coisinhas destas, de japonesas de perna gorda..." .
Em reacção, quase em desafio, resolvi publicar tudo o que publicado não fora. Em livro. Neste:
As razões foram explicadas num preâmbulo (que terminava «Aqui está o que quero que esteja.»), e tinha mais quatro páginas de anexo que começava assim: «Já com todo o "material" entregue na tipografia, enquanto aguardávamos as provas deste livro, aconteceu o golpe militar, o "putch" chileno. Este acontecimento histórico é daqueles perante os quais as pessoas se definem. (...)». Por isso, sublinhei referências à "Escola Superior de Guerra" do Brasil, conhecida na América Latina pela "Sorbonne brasileira", e ao "plano Alfa" elaborado pelo Pentágono, e com o muito do que se observara e escrevera nesses oito dias mais jus fazia aquele título Atenção ao Brasil!
(a capa é de um jovem brasileiro, TÓPIN, que, então, trabalhava no DL... que será feito dele?)