quarta-feira, novembro 20, 2019

Bolívia - a par e passo (continuação)

"Informar não é uma liberdade para a imprensa, mas um dever"
A mesma quantia foi entregue a todos os outros comandantes militares a todos os outros comandantes militares e só de 500 mil dólares - os pobres… - aos altos dirigentes da polícia, tendo todos partido para os Estados-Unidos. Bruce Williamson tinha sido encarregado dos contactos e de coordenar as acções que levaram ao golpe de Estado, entre a amotinação da polícia e a inacção do exército..
A senadora auto-proclamada presidente, Janine Añez, apressou-se nomear outros comandantes em substituição dos foragidos, asssim evitando qualquer inquérito imediato das instâncias locais e internacionais. Como por acaso, a maioria deles são originários das províncias de Santa Cruz, Beni e Oriente que são, tradicionalmente, os lugares mais reaccionários e onde nasceu a maior parte dos golpes de Estado que ocorreram neste Pas depois da sua indepemdência. Os nomeados são:
-  Pablo Arturo Guerra Camacho, Comandante-chefe do Estado-maior das Forças Armadas

-  Iván Patricio Inchausti Rioja, Comandante do Exército 
-  Ciro Orlando Álvarez, Comandante da Força Aérea 
-  Moisés Orlando Mejía Heredia, Comandante da Marinha
Estes dão os responsáveis pela repressão actual e futura..

Constitucionalmente, seria a senadora Adriana Salvatierra que deveria assumir a presidência após a demissão de Evo Morales e do vice-presidente Álvaro García Linera, pressão e ameaças de morte, mas la polícia impediu-os de entrar no congresso que, na sequência, elegeu Janine Añez, sem que tenham sido aprovadas as demissões do presidente e do vice-presidente pela necessária maioria de 2/3. Os 26 senadores do MAS (Movimiento Al Socialismo) não puderam entrar e apenas os 10 senadores putschistes puderam exprimir-se.
Além disso, os jornalistas locais e estrangeiros que não apoiam o novo nouveau regime são considerados sediciosos e imediatamente presos. Em dois dias, as primeiras páginas dos jornais tiveram de se resignar a dar uma boa imagem do putsch. Jornalistas recalciterantes são insultados e agredidos por fanáticos evangelistas. Jornalistas de TeleSur e da televisão russae RT tiveram de se refugiar em El Alto, nas partes altas de La Paz e onde a população pobre é favorável a Morales.
600 médicos cubanos, que não faziam mais que prestar cuidados de saúde pública à população mais desmunida, foram intimados a abandonar imediatamente o território.
A população resiste heroicamente mas os mortos acumulam-se debaixo de uma feroz repressão contra a população ameríndia. Quer dizer, sob os altos valores democráticos e sociais dos novos detentores do poder no País…

Jean-Michel HUREAU
(tradução S.R.)

2 comentários:

Olinda disse...

Os erros pagam-se caro.Desde o princípio da eleição de Evo que a embaixada norteamericana conspira contra o seu governo e não era segredo da estreita relação da CIA com a oligarquia de Santa Cruz,que nunca aceitou que um índio fosse eleito Presidente.Evo deveria ter substituído as altas patentes militares por outros da sua confiança.No entanto,a força da população originária está determinada e esta,pode fazer reverter a situação.Estou atenta,embora muito consternada pela situação de horror criada na Bolívia.Bjo

Justine disse...

Tudo bem orquestrado! Conseguirão??