segunda-feira, agosto 31, 2020

Sem comentário... porque me quero comedir!

 "O concerto do Bruno Nogueira na sala fechada de 1.250 m2 do Campo Pequeno foi autorizado para 2.000 pessoas. O Palco 25 de Abril da Festa do Avante, com 16.000 m2 ao ar livre teve apenas autorização para 2.000 lugares sentados. O Palco 1º de Maio, com 5.000 m2 ao ar livre teve apenas autorização para 625 lugares sentados. A discriminação é evidente. E quem está a ser discriminado é o PCP." Manuel Gouveia

FESTA DO AVANTE! - o que está em causa

 

NOTA DO GABINETE DE IMPRENSA DO PCP

Defender a democracia 

e os direitos dos trabalhadores e do povo

- Realizar a Festa do «Avante!» em segurança

31 Agosto 2020

A realização da Festa do Avante! tem sido pretexto para uma gigantesca operação reaccionária que mais que a Festa, visa atacar o PCP e sobretudo abrir caminho à limitação do exercício de direitos e liberdades dos trabalhadores e do povo, designadamente o direito de resistirem à liquidação dos seus direitos como se viu com a campanha contra o 1.º de Maio.

Esta pulsão antidemocrática mal disfarçada fica completamente à vista quando, ao mesmo tempo que tudo fazem para impedir a realização da Festa, mentem insistindo na ideia que os festivais estão proibidos e fingem não ver o que se passa, e bem, no País: dezenas de festivais e espectáculos que se estão a realizar, ao ar livre ou em espaços fechados como o Campo Pequeno; praias cheias, incluindo com turistas estrangeiros; centros comerciais a funcionar; as actividades religiosas retomadas, nomeadamente a peregrinação de Agosto em Fátima com muitos milhares de participantes. Como fingem não ver o que se perspectiva em termos de desenvolvimento das diversas actividades, a começar pelo início do ano lectivo de forma presencial e posteriormente com provas de automobilismo e motociclismo.

Esta operação não ilude que a Festa do Avante!, importante realização política e cultural, está a ser preparada com a garantia de medidas de prevenção e protecção sanitária que salvaguardam o usufruto em condições de segurança e tranquilidade que preenchem e ultrapassam as que existem em múltiplas actividades.

Na preparação da Festa do Avante!, na sua dimensão política e cultural, procurou respeitar-se na multiplicidade de procedimentos organizativos o conjunto de medidas no quadro das disposições legais em vigor, com base em critérios de exigência conscientemente assumidas, como aliás se tem verificado em todas as iniciativas que o PCP tem realizado. É isso que se tem procurado fazer, quer na articulação necessária com as entidades de saúde quer, sobretudo, pela particular exigência que o PCP colocou desde o início para garantir as condições de prevenção e protecção indispensáveis.

Tem-se assistido a uma acção orquestrada e articulada a vários níveis, e que envolve transformar as estruturas administrativas sanitárias, a quem cabe pronunciar-se sobre questões de saúde, em entidades que introduzam discriminações. Não podemos deixar de assinalar que o Parecer da DGS contém em vários domínios graus de exigência maiores relativamente à Festa do que tem estabelecido para outras iniciativas, particularmente na capacidade e lotação de recintos e espaços fixados, que contrastam seja com os espectáculos que se estão a realizar no País, seja com as feiras do livro actualmente a decorrer em Lisboa e no Porto, seja com outras iniciativas.

No seu conteúdo, o Parecer traduz a tomada de conhecimento que na Festa do Avante! estão preenchidas condições de segurança iguais ou superiores àquelas que se dispõem na frequência das praias, nos numerosos espectáculos e festivais que se realizam pelo País ou simplesmente nas idas a centros comerciais. Sem prejuízo do registo de recomendações que se acolherão, em função da avaliação concreta do Plano de Contingência apresentado pelo PCP (que ainda hoje será divulgado), este preenche e respeita o conjunto de normas em vigor. Num quadro em que a garantia de protecção sanitária deve respeitar simultaneamente os direitos, liberdades e garantias constitucionalmente consagradas.

A Festa do Avante!, um acto responsável, organizado com a máxima exigência de protecção, que o PCP não descura e promove, é um contributo para afirmar o bem-estar, a saúde e a fruição da vida.

A dimensão da ofensiva contra o PCP exige resposta. Uma resposta que deve ser assumida por cada um dos membros do Partido e de todos aqueles que prezam os valores democráticos, desde logo marcando presença na Festa e em particular no Comício de Domingo, fazendo dessa presença uma afirmação de liberdade e um acto de resistência e luta em defesa dos direitos dos trabalhadores e do povo.

Do quase-diário... na semana da Festa!

                 ... lá estaremos, com todos os cuidados sanitários

                 recomendáveis (e por quem o deve fazer), e não

                 aqueles que outros nos recomendam em tamanha

                 solicitude e insistente preocupação com nosso

                 exclusivo endereço.

                                                   &-----&-----&


sábado, agosto 29, 2020

Do quase-diário... nesta manhã de sábado

29.08.2020

Ontem (ou teria sido antes de ontem?) guardei um recorte do Expresso-curto que perorava assim:

(…) Com o PCP entretido na luta pela Festa, e cada vez mais afastado da ‘geringonça’, o Bloco de Esquerda vai fazendo política. (…).

 &-----&-----&

 Lembrei-me desse recorte, esquecido no meio de muitos outros, ao ler ontem o avante!, que me dava conta da actividade do PCP alguma dela de mim conhecida… e recuperei-o de tal maneira ilustra a campanha de classe, sórdida e sem pingo de deontologia, montada sobre o alicerce do ataque à Festa.

&-----&-----&

À Festa que é uma mostra do que somos e como somos, para e com os outros.

&-----&-----&

 Entre ontem (e anteontem e trans-anteontens) e hoje muito me passou sob os olhos relativamente à Festa, despertando-me desde a tristeza pela ignorância manipulada até à indignação pela mentira e ódio instilados.

 &-----&-----&

 Hoje, comecei por folhear o Público:

Na página 6, do editorial do director (com o título O regresso do clima de fim de festa):

(…)O Bloco já fez saber (…) O PCP está em pousio porque navega a inacreditável condescendência com que o Governo e os seus apêndices assistem aos progressos da Festa do Avante! (…)

&-----&-----&

Na mesma página, nas Cartas ao Director, uma beneficiando da condescêndencia do dito director, que pelo uma (a minha) censurou, com o sugestivo título Costa e Marcelo enfraquecem o PCP (do escrevinhador da carta?), e de que respigo esta “pérola”:

“(…) É inadmissível que mais de 30 mil pessoas visitem a festa anual dos revisionistas do PCP(…)” e logo contribui para a tese em gestação de que a Festa é contributo para valorizar o Chega.

&-----&-----&

Inacreditável e inadmissível!

 &-----&-----&

 Mas logo na página 7, ainda no Espaço Público, a foto de Jerónimo de Sousa, com seta horizontal: “(…) para já, o PCP vai afirmando a sua autonomia e dando sinais de que quer vender cara a pele (com chamada para a página 11, onde se comenta editorial do avante!)

 &-----&-----&

 Vá lá…

 &-----&-----&

 Mas logo na página 13, a jornalista que escreve ao sábado e merece ser lida, São José Almeida, dá este sábado o seu contributo para a campanha, usando para A Semana Política, o título provocador de A superioridade imoral do PCP.

 &-----&-----&

 Partindo às avessas (em pino, ou queda facial invertida) começa por considerar que tem sido o PCP que tem ocupado o espaço noticioso "insiste e insiste e insiste em realizar a Festa do Avante!, quando foi o PCP que recusou ocupar o espaço público dizendo, quando questionado o seu secretário-geral se se faria ou não a festa, “até lá não nos doa a cabeça”, e o Partido se preparou para ela para que, se fosse possível, se fizesse. Depois, com o argumento de qual foi a posição dos outros partidos – sublinhando... "menos o Chega"…- considera que o PCP deveria tê-los imitado esquecendo que o facto é que nunca outro partido conseguiu imitar o PCP ao fazer uma Festa como esta; depois, vai ao ponto de culpar o PCP pela imagem que quer fazer passar dele quando são outros, como ela neste artigo, que pretendem fazer passar uma imagem (façsa!) do PCP. Prossegue usando imagens como a de "unhas e dentes" quando o mais que arranhado e mordido tem sido o PCP, e não quis deixá-lo sem as suas unhadas e mordidelas. E por aí fora até à pensada e titulada estocada final de referir o artigo-livro de Álvaro Cunhal, numa inversão de valores que lhe terá dado gozo (bem imoral) de colocar no título.

&-----&-----&

Assim comecei o dia!

 &-----&-----&

Espero que melhore! 



quinta-feira, agosto 20, 2020

Já disseram tudo, mas não se calam... e pouco ouvem!

  - Edição Nº2438  -  20-8-2020


O azar do Magalhães

O Nuno Magalhães do CDS teve azar. Foi num debate com o nosso Miguel Tiago, na RTP3. O sorriso do Miguel enchia o ecrã enquanto lhe dizia: «já disseste tudo».

E de facto tinha dito. Perorava o rapaz do CDS sobre a luta pela democracia e os direitos humanos na Bielorrússia, quando se saiu com esta brilhante sentença: «Espero que o Ocidente (e a Rússia, já agora) escolham o sucessor de Lukashenko que...» quando o Miguel Tiago o interrompe «o Ocidente é que escolhe? Já disseste tudo...».

Teve azar o Magalhães. Tivesse dito aquilo a um «jornalista», e nada se teria passado. Tivesse-o dito num debate com um «oponente» do PS, do PSD ou do BE, e teria passado em claro, reflexo da velha irmandade eurocentrista e subordinada à NATO, que já destruiu a Líbia, a Síria ou a Ucrânia, e agora marcha unida na democrática ingerência contra a Bielorrússia.

O Magalhães até disse o que Macron ou Merkel já tinham dito, e que as televisões tinham difundido alegremente. Ou o que titulava o respeitabilíssimo Finantial Times: «Conversações de Merkel, Macron e Michel reconhecem o papel crucial da Rússia na decisão do destino do presidente bielorrusso Lukashenko». E disse-o num espaço informativo cheio de contradições que ninguém denunciou: onde os 70% do Marcelo são «naturais» e os 80% de Lukashenko «necessariamente suspeitos»; onde um Macron pode reprimir violentamente as manifestações em França e defender o direito de manifestação na Bielorrússia; onde os neo-nazis são combatentes pela liberdade.

O azar do Magalhães foi ter apanhado um comunista pela frente. Que logo demonstrou a hipocrisia dos que dizem lutar pela democracia num país e simultaneamente tentam impor-lhe um governo escolhido pelo imperialismo através de um golpe que começa a ser um clássico. É aliás por isso que é tão raro apanhar um comunista num debate na televisão. O que só faz crescer o azar do Magalhães.

Manuel Gouveia

quarta-feira, agosto 19, 2020

A imitar o cuco

 Há coisas espantosas. Há, de repente, umas tréguas inesperadas. A entrevista da ministra veio ocupar espaços que estavam a ser preenchidos com a Festa do Ávante! (que tem espaços que cheguem e sobrem...). Dir-se-ia que há males (ou escorregadelas) que vêm por bem. 

Assim, sentindo-me folgado, resolvi fazer de cuco a partir de lembrança recente mas muito bem-vinda, apesar da intenção de não falar mais do que se tem falado demais:

Depois daquela Festa*,

outras Festas se fizeram

e os espaços se alargaram mais e mais

Mas os gajos não gostaram,

se todos os anos falaram, falaram… 

este ano exageraram, falaram demais.

Porque falaram tanto duma coisa tão bela,

tão simples, tão natural?

Nós não vamos agredir a natureza,

nem parir um vendaval!

E vamos até ao fim, apesar de tanto falarem.

Porque não fraquejamos e não desistimos,

teremos a alegria de fazer a Festa

Os espaços mais ainda se alargarão,

mais ao ar livre viveremos,

cumpriremos as regras que para todos são.

Faremos esta Festa** diferente das outras Festas

… e todas elas iguais.

Não vamos agredir a natureza,

nem parir vendavais!

__________________________________

*- de1976

**- de 2020


... uma coisa tão bela, tão simples, tão natural... e falaram, falaram, falaram

 Sidónio Muralha – “Romance”

17.01.2012 | Produção e voz: Luís Gaspar

Depois daquela noite os teus seios incharam;
as tuas ancas alargaram-se;
e os teus parentes admiraram-se
e falaram, falaram…
Porque falaram duma coisa tão bela,
tão simples, tão natural?
Tu não parias uma estrela,
nem uma noite de vendaval…
Mas tudo terminou porque falaram.
Tu fraquejaste e tudo terminou.
– Os teus seios desincharam;
só a tristeza ficou.
Ficou a tristeza duma coisa tão bela,
tão simples, tão natural…
– Tu não parias uma estrela,
nem uma noite de vendaval

Reprodutor de áudio

Relato de um ocorrência...

No dia 15 de Agosto, sábado, corria os olhos pela imprensa publicada, e detive-os no Espaço Público, no editorial do director. O título «O PCP e a "estigmatização" da Festa do Avante!» chamou-me à leitura, apesar do cansaço que já provoca tanto falar, tanto falar de uma coisa tão bela, tão simples, tão natural... que não será "nem uma noite de vendaval" (Sidónio Muralha).

Pois... li mais este falar do mesmo numa campanha como raro se vê não gostei. O director do Público quis nela explicitamente participar e esmerou-se. Como sou filho de boa gente (atenção, isso não quer dizer que eu o seja... há tanto caso que degenera), senti-me. E, indignado, escrevi uma carta ao director.

Cumpri as regras todas que dizem como fazer, com telefone e tudo.

Fiquei à espera.

Esperei domingo, 2ª, 3ª, 4ª. ... o senhor director não publicou nem telefonou. Terá lido?

O que escrevi foi isto:

Carta ao director

Dá-me V.Excia, director desse jornal, a permissão de vir, com a minha humildade militante, dizer que me sinto indignado com a arrogância e manifestação de ódio de V.Excia. bolsados no seu faz-de-editorial. Começa pelo título, ao colocar entre aspas o que vem demonstrar, logo abaixo, que existe e em desmesurada dimensão: estigmatização da Festa do avante! para atingir o inimigo de classe. Sim, porque não é V.Excia. que vai impedir que haja, entre os comuns mortais, alguns que tenham a concepção de que existem classes e de que a História da Humanidade se faz, século após século – durante os séculos em que elas existam –, da luta entre as classes. Não se trata de uma mania… mas de uma concepção adoptada e defendida por alguns dos nossos melhores, que tomo, humildemente, por mestres. Ora V.Excia., do alto dos seus critérios, começa logo por estigmatizar como estupidez aquilo com que não concorda. Não por aquilo que é e que vai ser, mas por aquilo que V.Ecia. diz que é e diz que vai ser. Assim se inscreve V.Excia, notoriamente, entre as vozes que formam o coro dos estigmatizadores. Não da Festa, mas do PCP, o inimigo de classe, o que lutou, mesmo quando foi a única força a fazê-lo, contra o que hoje avança passo e passo. Mão por cima, mão por baixo (de V.Excia e de muitos como V.Excias., os úteis servidores dos poderosos como monopolizadores da inteligência). 
A luta contra o fascismo, contra o racismo, pela Paz, não se faz com ditos e escritos de indignação e, ao mesmo tempo, estigmatizando quem também, e consequentemente, luta contra essas e outras causas derivadas de relações humanas que dividem os seres humanos na base social e agridem a natureza, de que somos todos parte, quando e porque dá lucro. 
Humilde quero ser – e pratico para o ser –, mas deixar-me humilhar pelo que penso e sou, não! 
Passe V.Excia. o melhor que puder, sem chamar estúpido e irresponsável a quem V.Excia. não entende, ou não quer, ou não pode, ou não convém entender. 


MERECIA ISTO CENSURA,
SENHOR DIRECTOR ??? 

terça-feira, agosto 18, 2020

A FESTA... por acaso

 

TRÊS ENCONTROS DE ACASO (OU NÃO)

 

1 –      Viva, camarada… ainda bem que te encontro…

            Pois… faltei à última reunião…

            Mas justificaste.

            Pois…mas esta história da Festa está a preocupar-me.

            É natural. A campanha contra nós é tremenda…

            … isso é verdade… mas tenho dúvidas…

            Oh!, camarada!,… ter dúvidas é natural… mas sobre a Festa?

resolvemos criar condições, como foi possível, para a realizar se fosse possível, 

e é… logo, realizamo-la!

            Pois… mas a campanha é terrível…

            E nós íamos desistir porque a campanha é terrível?

            Sei lá… tenho dúvidas se politicamente não é negativo teimar…

            … não é teimosia! A Festa é um acontecimento cultural, artístico.

                        desportivo, político… há condições para a fazer, faz-se.

            E se não houvesse condições, se estas não permitissem fazer a Festa,

se a tivessem proibido?

            Julgo que não a faríamos, as seríamos nós a decidir

                    e acho que não seria motivo suficiente

para passarmos à clandestinidade…(:-)

            Até à Festa, pá… já tinha a EP como título de solidariedade.


2 -       Olá, amigo… tenho aqui as EPsinhas para ti…

            Não, obrigado. Este ano não vamos…

e não acho bem que vocês façam a Festa!

            Então porquê?

            Pela situação em que estamos. Está tudo do avesso,

há regras sanitárias para todos, nalguns casos mais exigentes, 

há limitações de proximidade e de lotações…  

e vocês vêm com a Festa… com 100 mil bilhetes…

            Espera aí. Na verdade a situação é lixada mas a vida não acabou.

Preparámos a Festa de 2020 nas condições de 2020, não nas de 2019. 

Mais espaço, num total de 30 hectares,

nenhum recinto coberto, sem cidade internacional como era,

tudo o já decidido pela DGS e o mais que venhamos a combinar 

tendo em vista a segurança e a saúde públca.

            Mesmo assim. Acho arriscado, isto está complicado, bem basta…

                        E tenho lido e ouvido coisas sobre vocês… 100.000 é demais…

Claro que tens ouvido e lido, a campanha é feroz. Mas não faltam mentiras…

                        Os 100.000 não são bilhetes, é uma mão cheia de poeira para os olhos…

Eu sei, eu sei!… vou pensar e falar lá em casa e com os amigos…

Fala, fala… a falar é que a gente se entende.


3 –      Olá, amigo… espere aí…

            Claro que espero… não ia a escapar-me.

            Pois não. Você não é dos que fogem… mas isto está de fugir…

            Quem? Nós…?

            Sim, sobretudo vocês, os do Partido. Estão em maus lençóis…

            Ah, sim?! Porquê?

            Ora porquê… por causa dessa Festa que vocês querem fazer,

como todos os anos anteriores apesar da pandemia,

 ignorando as condições em que estão todas as organizações

e actividades paralelas, todos os cidadãos…

por quererem meter 100.000 pessoas num recinto e venderem bilhetes

Oh, meu amigo, alto aí…nós sempre nos entendemos apesar de, ou assumindo,

ter opções partidárias diferentes…mas agora tenho de lhe dizer,

com toda a franqueza, você ou está a gozar comigo

ou está a ser gozado pelo seu partido,

que o leva a colaborar numa feroz campanha de mentira e aldrabice,

a ser mentiroso e aldrabão ao jeito da política que o seu partido faz.

            Eh!, pá… ofender não…

            Não tenho nenhuma intenção, mas repare que você é que começou a ofender,

                        ou não é ofensivo dizer que vamos fazer igual aos anos anteriores

            o que já dissemos e mostrámos que vai ser diferente?

                        dizer que ignorámos condições que estão presentes 

                                desde o primeiro trabalho  que fizemos de construção?

                       dizer que queremos esgotar uma lotação com 100.000 bilhetes vendidos

                                    quando a EP não é bilhete, é para 3 dias e nunca se juntam todos?

                                   A EP é um título de solidariedade!

 quer mais…?

            Não se ofenda… tenha calma…

            Eu tenho calma… mas às vezes vocês exageram…

            … vá lá… venda-me um desses tais título de solidariedade!

            Com todo o gosto, e aproveite e passe pela Festa

… mas não se esqueça de levar máscara!

domingo, agosto 16, 2020

Porque hoje é domingo... Jacques Brel | j'arrive

A "cenoura" da democracia e o "chicote" do fascismo

 

Algérie Résistance

le blog de Mohsen Abdelmoumen



Dr.Jacques Pauwels: « Pour poursuivre ses objectifs de maximisation des profits, le capitalisme est prêt à utiliser la « carotte » de la démocratie ainsi que le « bâton » du fascisme »

 Mohsen Abdelmoumen :  Dans votre livre « Big Business avec Hitler », vous évoquez la collaboration de l’élite économique industrielle et financière mondiale avec Hitler. Hitler n’est-il pas un pur produit, un instrument, du système capitaliste ?

Dr. Jacques Pauwels : Le soi-disant « national-socialisme » d’Hitler, en réalité pas du tout une forme de socialisme, était la variante allemande du fascisme, et le fascisme était une manifestation du capitalisme, la manière brutale et cruelle dont le capitalisme s’est manifesté dans l’entre-deux-guerres en réponse à la menace de changement révolutionnaire incarnée par le communisme, et à la crise économique de la Grande Dépression. Dans la mesure où Hitler a personnifié la variante allemande du fascisme, on peut en effet le qualifier d’« instrument » du capitalisme. Cependant, comme je le mentionne dans mon livre, le terme « instrument » est vraiment trop simpliste. Il serait plus exact de définir Hitler comme une sorte d’« agent », un être humain complexe avec un esprit propre, agissant au nom du capitalisme allemand mais pas toujours en accord avec les souhaits des capitalistes, plutôt qu’un simple « instrument » ou « outil » du capitalisme allemand. Cela explique pourquoi les capitalistes allemands n’ont pas toujours été parfaitement satisfaits des services d’Hitler. Mais l’avantage de cet arrangement était que, après l’effondrement de l’Allemagne nazie, ils ont pu blâmer l’« agent » pour tous les crimes qu’il avait commis en leur nom.

Le capitalisme n’a-t-il pas un besoin vital du nazisme et du fascisme ?

Le capitalisme est un système socio-économique très flexible qui est capable de fonctionner dans différents contextes politiques. C’est certainement un mythe que le capitalisme, appelé par euphémisme « marchés libres », est une sorte de jumeau siamois de la démocratie, en d’autres termes, que l’environnement politique préféré du capitalisme est la démocratie. L’histoire nous montre que le capitalisme a prospéré dans des systèmes très autoritaires et a soutenu ces systèmes avec enthousiasme. En Allemagne, le capitalisme s’est extrêmement bien comporté lorsque Bismarck a dirigé le Reich d’une main de fer. L’Allemagne est restée capitaliste à 100% sous Hitler, et le capitalisme a prospéré sous Hitler, avant et pendant la guerre, comme je l’ai démontré dans mon livre. Le capitalisme est également capable et désireux de s’associer à la démocratie, en particulier si des réformes démocratiques semblent nécessaires pour dissiper la menace d’un changement révolutionnaire, par exemple après la Seconde Guerre mondiale, lorsque des réformes politiques et sociales démocratiques (l’État Providence) ont été introduites en Europe occidentale pour faire dérailler les revendications beaucoup plus radicales, voire révolutionnaires, formulées par les mouvements de résistance dans des pays comme l’Italie et la France. On pourrait dire que, pour poursuivre ses objectifs de maximisation des profits, le capitalisme est prêt à utiliser la « carotte » de la démocratie ainsi que le « bâton » du fascisme et d’autres formes d’autoritarisme, telles que les dictatures militaires.

La montée des groupes néonazis et fascistes à travers le monde ne sert-elle pas le grand capital et l’oligarchie qui gouverne le monde ?

Comme mentionné précédemment, le fascisme est une manifestation du capitalisme. En d’autres termes, c’est la façon dont le capitalisme, tel un caméléon, ajuste sa couleur à un environnement social et politique changeant. Le fascisme historique des années trente, personnifié par des personnages comme Mussolini et Hitler, reflétait la réponse du capitalisme, en Italie et en Allemagne, à la double menace du changement révolutionnaire à la russe et de la Grande Dépression. Après la Seconde Guerre mondiale, lorsque le fascisme était vraisemblablement mort et enterré, le capitalisme, en particulier le capitalisme américain, s’est appuyé sur des systèmes néo-, quasi- ou crypto-fascistes pour neutraliser des menaces similaires. Par exemple au Chili, où Pinochet a été porté au pouvoir pour empêcher des réformes radicales et pour permettre aux capitaux d’investissement américains de s’installer en toute sécurité dans le pays. Aujourd’hui, des problèmes économiques et sociaux toujours plus importants associés à des menaces révolutionnaires réelles ou perçues, ont fait que le capitalisme a donné naissance, dans un certain nombre de pays, à des partis et mouvements politiques fascistes ou, si vous préférez, quasi ou néofascistes. Pour l’instant, le capitalisme n’a pas besoin d’amener ces fascistes au pouvoir ; mais ils s’avèrent très utiles car, comme Hitler avec son antisémitisme, ils détournent l’attention du public des défauts du système capitaliste en rejetant la faute sur des boucs émissaires (de préférence de couleur) tels que les musulmans, les réfugiés, les Chinois et les Russes. L’écrivain allemand Bertolt Brecht nous a mis en garde de façon poétique, faisant allusion au fascisme hitlérien et à la capacité intacte du capitalisme à générer de nouvelles formes de fascisme :

* »Le monde a failli être dirigé par un tel monstre !

Heureusement, les nations l’ont vaincu.

Mais ne nous réjouissons pas trop vite

Le ventre d’où il a surgi est encore fertile. »

 La résistible ascension d’Arturo Ui »)                     

L’Union européenne accuse l’URSS d’avoir déclenché la 2e Guerre mondiale. Qu’en pensez-vous ?

Blâmer l’URSS et, par conséquent, l’État russe qui lui a succédé, pour la Seconde Guerre mondiale est une déclaration purement politique. Cela constitue une distorsion monstrueuse et honteuse de l’histoire. Dans les années 30, l’Union soviétique a cherché pendant des années à établir une alliance anti-hitlérienne avec la France et la Grande-Bretagne, mais elle a été rejetée à maintes reprises. La raison à cela réside dans le fait que les hommes au pouvoir à Londres et à Paris ne voulaient pas entrer en guerre aux côtés des Soviétiques contre Hitler mais voulaient que Hitler utilise la puissance militaire de l’Allemagne pour marcher vers l’est et détruire l’Union soviétique pendant qu’ils regarderaient joyeusement depuis les coulisses. Hitler voulait certainement la guerre, c’est pourquoi on lui reproche à juste titre d’avoir déclenché la Seconde Guerre mondiale. Mais les dirigeants français et britanniques méritent une part de responsabilité car ils ont encouragé Hitler et l’ont soutenu avec leur politique d’« apaisement », par exemple en lui offrant la Tchécoslovaquie sur un plateau d’argent dans le cadre du tristement célèbre pacte qu’ils ont conclu avec lui à Munich en 1938.

En blâmant l’URSS, les politiciens et les médias occidentaux ne cherchent-ils pas à dissimuler leur propre sale histoire de collaboration avec Hitler et le nazisme ?

En effet, en blâmant l’Union soviétique, les pays « occidentaux », ou du moins leurs dirigeants, cherchent à détourner l’attention de leur propre rôle dans le déclenchement de la Seconde Guerre mondiale. Par le biais de leur infâme politique d’apaisement, les dirigeants britanniques et français ont encouragé et facilité les plans de Hitler pour une « croisade » contre l’Union soviétique. Et l’élite des entreprises et des finances des pays occidentaux, y compris les États-Unis, a collaboré très étroitement – et de manière très profitable – avec Hitler, comme je l’ai démontré dans mes livres « Big Business avec Hitler » et « Le Mythe de la bonne guerre ».

Dans vos ouvrages « Big Business avec Hitler » et « Le Mythe de la Bonne Guerre : Les USA et la Seconde Guerre mondiale » vous démontez le mythe de la « libération » de l’Europe par les États-Unis alors que l’on sait que c’est la victoire de Stalingrad par les Soviétiques qui a été le tournant de la guerre. Dire que les États-Unis ont libéré l’Europe n’est-il pas un autre mensonge historique ? Les États-Unis n’ont-ils pas tout simplement colonisé l’Europe ? Comment expliquez-vous la dépendance de l’Europe vis-à-vis des États Unis et le fait que les Européens suivent toujours la politique impérialiste des USA ? L’OTAN n’est-elle pas devenue obsolète ?

Il est vrai que l’Union soviétique a apporté la plus grande contribution, et de loin, à la victoire des Alliés. Si l’Armée rouge n’avait pas réussi à arrêter le rouleau compresseur nazi devant Moscou en 1941 et à remporter des victoires importantes à Stalingrad et ailleurs, Hitler aurait gagné la guerre. Mais les nazis avaient la machine de guerre la plus puissante que le monde ait jamais vue, et la vaincre nécessitait la contribution de toutes les armées alliées et aussi des mouvements de résistance. On ne peut nier que l’armée américaine a également apporté une contribution importante ; cependant, les dirigeants américains ont profité de la présence de leur armée en Europe occidentale pour établir leur hégémonie sur cette partie du monde. À bien des égards, ils n’ont pas vraiment « libéré » les pays d’Europe occidentale. Aujourd’hui encore, l’Allemagne n’est pas « libre » de demander aux troupes américaines de quitter son territoire, et la Belgique et les Pays-Bas doivent tolérer la présence à l’intérieur de leurs frontières de bombes atomiques américaines. Le président français Charles de Gaulle n’était pas loin de la vérité lorsqu’il a décrit la libération américaine de la France comme une seconde « occupation », faisant suite à l’occupation allemande. Contrairement aux Allemands et aux Belges, il a eu le culot d’exiger que les troupes américaines quittent la France, et c’est l’une des raisons pour lesquelles la CIA semble avoir été impliquée dans divers attentats contre sa vie. Mais même de Gaulle n’a pu éviter d’adhérer à l’OTAN, qui n’est pas du tout une alliance d’égaux, mais un club de « satellites » européens des États-Unis, strictement contrôlé par le Pentagone, et fonctionnant comme un département de vente et de relations publiques du « complexe militaro-industriel » américain. L’OTAN a été créée à l’origine pour défendre l’Europe occidentale contre une menace totalement fictive émanant de l’Union soviétique et aurait donc dû être dissoute après l’effondrement de l’« empire du mal ». Pour les États-Unis, cependantl’OTAN est un instrument très utile et puissant pour contrôler l’Europe. Et en effet, ce contrôle, cette hégémonie, a été établi par les États-Unis dans les mois qui ont suivi le débarquement de leurs troupes en Normandie en 1944. Ironiquement, cet exploit n’aurait pas été possible si l’Armée rouge n’avait pas porté des coups mortels à l’Allemagne nazie bien plus tôt.

L’intervention américaine en Europe pendant la deuxième guerre mondiale n’est-elle pas tout simplement une guerre capitaliste ?  Ne sert-elle pas en premier lieu les intérêts de l’impérialisme US et son complexe militaro-industriel ?

La Seconde Guerre mondiale s’est résumée à deux guerres en une seule. D’une part, il s’agissait bien d’une guerre « capitaliste », ou plutôt d’une guerre « impérialiste ». L’impérialisme était/est la manifestation internationale, mondiale du capitalisme, impliquant la concurrence et le conflit entre les principales puissances capitalistes/impérialistes sur des territoires regorgeant de desiderata tels que les matières premières (comme le pétrole) et la main-d’œuvre bon marché. La Première Guerre mondiale était un conflit impérialiste, mais elle n’a pas réglé les choses, alors les puissances impérialistes sont entrées en guerre une seconde fois. Les États-Unis sortiraient de ce conflit comme le grand gagnant, grâce, ironiquement, à la défaite écrasante de l’Union soviétique face à l’autre candidat à la suprématie impérialiste, l’Allemagne nazie. En même temps, la Seconde Guerre mondiale était aussi un conflit entre le capitalisme-impérialisme et le socialisme, incarné par l’Union soviétique. C’est une ironie de l’histoire que les deux types de conflits aient fusionné, produisant des contradictions telles que l’alliance de facto de l’Union soviétique socialiste, intrinsèquement anticapitaliste et anti-impérialiste, avec deux puissances impérialistes antisocialistes, les États-Unis et la Grande-Bretagne. La guerre a servi les intérêts de l’impérialisme américain en ce qu’elle a permis aux États-Unis d’émerger comme le numéro un incontesté de l’impérialisme. Mais l’issue de la guerre était imparfaite car elle signifiait aussi un triomphe pour l’Union soviétique anti-impérialiste. C’est pourquoi, immédiatement après la Seconde Guerre mondiale, Washington a commencé une nouvelle guerre, la « Guerre froide », avec pour objectif rien de moins que l’élimination de l’Union soviétique.

L’impérialisme US n’a jamais cessé une politique de guerre et de coups d’État à travers le monde. Les guerres impérialistes qui ont ravagé l’Irak, l’Afghanistan, la Libye, la Syrie, le Yémen, etc. ne sont-elles pas symptomatiques de la barbarie de l’impérialisme US ?

Historiquement, l’impérialisme américain a poursuivi ses objectifs de manière systématique, impitoyable et, pourrait-on ajouter, non seulement ouvertement mais aussi furtivement, via la guerre ouverte, la guerre économique, la déstabilisation, le sabotage et les tentatives d’assassinat. Parmi les exemples de cette impitoyabilité, citons le bombardement inutile d’Hiroshima, la guerre chimique contre les Vietnamiens, les tentatives d’assassinat réussies ou non de dirigeants récalcitrants tels que Fidel Castro et Lumumba, et des sanctions économiques qui coûtent la vie à des dizaines, voire des centaines de milliers de femmes et d’enfants, comme l’a tristement reconnu Madeline Albright dans une référence à l’Irak. Alors oui, les guerres déclenchées par les États-Unis en Irak, en Afghanistan, en Libye, etc. sont symptomatiques de cette impitoyabilité ou barbarie, comme vous l’appelez.

Interview réalisée par Mohsen Abdelmoumen

 

Qui est le Dr. Jacques Pauwels ?

Jacques R. Pauwels est un historien, chercheur et écrivain, né à Gand, en Belgique. Il a émigré au Canada en 1969 après des études d’histoire à l’université de Gand et s’est installé près de la ville de Toronto. Il y a poursuivi des études doctorales à la York University de Toronto, se spécialisant en histoire sociale de l’Allemagne nazie, et a obtenu son doctorat en 1976. Il est devenu professeur d’histoire dans plusieurs universités canadiennes, dont l’université de Toronto et celle de Guelph. En 1995, il a obtenu un doctorat en sciences politiques dans la spécialité de la réglementation des investissements étrangers au Canada. Il est conférencier dans diverses universités de l’Ontario, dont l’Université de Toronto, Waterloo, Guelph et a publié de nombreux articles.

Il a écrit plusieurs ouvrages traduits en plusieurs langues dont « Women, Nazis, and Universities : Women University Students in Nazi Germany, 1933-1945 », « Le mythe de la bonne guerre », « Les Etats-Unis et la Deuxième Guerre mondiale », « Big business avec Hitler », « Les mythes de l’Histoire moderne », Le Paris des sans-culottes.

Son site internet met en ligne des conférences et des interviews auxquelles il a participé, ainsi que ses nombreuses publications http://www.jacquespauwels.net

Published in American Herald Tribune August 13, 2020