"O concerto do Bruno Nogueira na sala fechada de 1.250 m2 do Campo Pequeno foi autorizado para 2.000 pessoas. O Palco 25 de Abril da Festa do Avante, com 16.000 m2 ao ar livre teve apenas autorização para 2.000 lugares sentados. O Palco 1º de Maio, com 5.000 m2 ao ar livre teve apenas autorização para 625 lugares sentados. A discriminação é evidente. E quem está a ser discriminado é o PCP." Manuel Gouveia
segunda-feira, agosto 31, 2020
FESTA DO AVANTE! - o que está em causa
NOTA DO
GABINETE DE IMPRENSA DO PCP
Defender a democracia
e os direitos dos trabalhadores e do povo
-
Realizar a Festa do «Avante!» em segurança
31 Agosto 2020
A realização da Festa do Avante! tem sido pretexto para uma
gigantesca operação reaccionária que mais que a Festa, visa atacar o PCP e
sobretudo abrir caminho à limitação do exercício de direitos e liberdades dos
trabalhadores e do povo, designadamente o direito de resistirem à liquidação
dos seus direitos como se viu com a campanha contra o 1.º de Maio.
Esta pulsão antidemocrática mal
disfarçada fica completamente à vista quando, ao mesmo tempo que tudo fazem
para impedir a realização da Festa, mentem insistindo na ideia que os festivais
estão proibidos e fingem não ver o que se passa, e bem, no País: dezenas de
festivais e espectáculos que se estão a realizar, ao ar livre ou em espaços
fechados como o Campo Pequeno; praias cheias, incluindo com turistas
estrangeiros; centros comerciais a funcionar; as actividades religiosas
retomadas, nomeadamente a peregrinação de Agosto em Fátima com muitos milhares
de participantes. Como fingem não ver o que se perspectiva em termos de
desenvolvimento das diversas actividades, a começar pelo início do ano lectivo
de forma presencial e posteriormente com provas de automobilismo e
motociclismo.
Esta operação não ilude que a Festa
do Avante!, importante realização política e cultural, está a
ser preparada com a garantia de medidas de prevenção e protecção sanitária que
salvaguardam o usufruto em condições de segurança e tranquilidade que preenchem
e ultrapassam as que existem em múltiplas actividades.
Na preparação da Festa do Avante!, na sua dimensão política e cultural,
procurou respeitar-se na multiplicidade de procedimentos organizativos o
conjunto de medidas no quadro das disposições legais em vigor, com base em
critérios de exigência conscientemente assumidas, como aliás se tem verificado
em todas as iniciativas que o PCP tem realizado. É isso que se tem procurado
fazer, quer na articulação necessária com as entidades de saúde quer,
sobretudo, pela particular exigência que o PCP colocou desde o início para
garantir as condições de prevenção e protecção indispensáveis.
Tem-se assistido a uma acção orquestrada
e articulada a vários níveis, e que envolve transformar as estruturas
administrativas sanitárias, a quem cabe pronunciar-se sobre questões de saúde,
em entidades que introduzam discriminações. Não podemos deixar de assinalar que
o Parecer da DGS contém em vários domínios graus de exigência maiores
relativamente à Festa do que tem estabelecido para outras iniciativas,
particularmente na capacidade e lotação de recintos e espaços fixados, que
contrastam seja com os espectáculos que se estão a realizar no País, seja com
as feiras do livro actualmente a decorrer em Lisboa e no Porto, seja com outras
iniciativas.
No seu conteúdo, o Parecer traduz a
tomada de conhecimento que na Festa do Avante! estão preenchidas condições de
segurança iguais ou superiores àquelas que se dispõem na frequência das praias,
nos numerosos espectáculos e festivais que se realizam pelo País ou
simplesmente nas idas a centros comerciais. Sem prejuízo do registo de
recomendações que se acolherão, em função da avaliação concreta do Plano de
Contingência apresentado pelo PCP (que ainda hoje será divulgado), este
preenche e respeita o conjunto de normas em vigor. Num quadro em que a garantia
de protecção sanitária deve respeitar simultaneamente os direitos, liberdades e
garantias constitucionalmente consagradas.
A
Festa do Avante!,
um acto responsável, organizado com a máxima exigência de protecção, que o PCP
não descura e promove, é um contributo para afirmar o bem-estar, a saúde e a
fruição da vida.
A dimensão da ofensiva contra o PCP exige
resposta. Uma resposta que deve ser assumida por cada um dos membros do Partido
e de todos aqueles que prezam os valores democráticos, desde logo marcando
presença na Festa e em particular no Comício de Domingo, fazendo dessa presença
uma afirmação de liberdade e um acto de resistência e luta em defesa dos
direitos dos trabalhadores e do povo.
Do quase-diário... na semana da Festa!
... lá estaremos, com todos os cuidados sanitários
recomendáveis (e por quem o deve fazer), e não
aqueles que outros nos recomendam em tamanha
solicitude e insistente preocupação com nosso
exclusivo endereço.
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sábado, agosto 29, 2020
Do quase-diário... nesta manhã de sábado
29.08.2020
Ontem (ou teria sido antes de ontem?) guardei um recorte do Expresso-curto que perorava assim:
(…) Com o PCP entretido na luta pela Festa, e cada vez mais afastado da ‘geringonça’, o Bloco de Esquerda vai fazendo política. (…).
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Lembrei-me desse recorte, esquecido no meio de muitos outros, ao ler ontem o avante!, que me dava conta da actividade do PCP alguma dela de mim conhecida… e recuperei-o de tal maneira ilustra a campanha de classe, sórdida e sem pingo de deontologia, montada sobre o alicerce do ataque à Festa.
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À Festa que é uma mostra do que somos e como somos, para e com os outros.
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Hoje, comecei por folhear o Público:
Na página 6, do editorial do director (com o título
O regresso do clima de fim de festa):
(…)O Bloco já fez saber (…) O PCP está em pousio
porque navega a inacreditável condescendência com que o Governo e os seus apêndices
assistem aos progressos da Festa do Avante!
(…)
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Na mesma página, nas Cartas ao Director, uma beneficiando da condescêndencia do dito director, que pelo uma (a minha) censurou, com o sugestivo título Costa e Marcelo enfraquecem o PCP (do escrevinhador da carta?), e de que respigo esta “pérola”:
“(…) É inadmissível que mais de 30 mil pessoas
visitem a festa anual dos revisionistas do PCP(…)” e logo contribui para a tese
em gestação de que a Festa é contributo para valorizar o Chega.
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Inacreditável e inadmissível!
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Mas logo na página 7, ainda no Espaço Público, a foto de Jerónimo de Sousa, com seta horizontal: “(…) para já, o PCP vai afirmando a sua autonomia e dando sinais de que quer vender cara a pele (com chamada para a página 11, onde se comenta editorial do avante!)
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Vá lá…
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Mas logo na página 13, a jornalista que escreve ao sábado e merece ser lida, São José Almeida, dá este sábado o seu contributo para a campanha, usando para A Semana Política, o título provocador de A superioridade imoral do PCP.
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Partindo às avessas (em pino, ou queda facial invertida) começa por considerar que tem sido o PCP que tem ocupado o espaço noticioso "insiste e insiste e insiste em realizar a Festa do Avante!, quando foi o PCP que recusou ocupar o espaço público dizendo, quando questionado o seu secretário-geral se se faria ou não a festa, “até lá não nos doa a cabeça”, e o Partido se preparou para ela para que, se fosse possível, se fizesse. Depois, com o argumento de qual foi a posição dos outros partidos – sublinhando... "menos o Chega"…- considera que o PCP deveria tê-los imitado esquecendo que o facto é que nunca outro partido conseguiu imitar o PCP ao fazer uma Festa como esta; depois, vai ao ponto de culpar o PCP pela imagem que quer fazer passar dele quando são outros, como ela neste artigo, que pretendem fazer passar uma imagem (façsa!) do PCP. Prossegue usando imagens como a de "unhas e dentes" quando o mais que arranhado e mordido tem sido o PCP, e não quis deixá-lo sem as suas unhadas e mordidelas. E por aí fora até à pensada e titulada estocada final de referir o artigo-livro de Álvaro Cunhal, numa inversão de valores que lhe terá dado gozo (bem imoral) de colocar no título.
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Assim comecei o dia!
Espero que melhore!
quinta-feira, agosto 20, 2020
Já disseram tudo, mas não se calam... e pouco ouvem!
- Edição Nº2438 - 20-8-2020
O Nuno Magalhães do CDS teve azar. Foi num debate com o nosso Miguel Tiago, na RTP3. O sorriso do Miguel enchia o ecrã enquanto lhe dizia: «já disseste tudo».
E de facto tinha dito. Perorava o rapaz do CDS sobre a luta pela democracia e os direitos humanos na Bielorrússia, quando se saiu com esta brilhante sentença: «Espero que o Ocidente (e a Rússia, já agora) escolham o sucessor de Lukashenko que...» quando o Miguel Tiago o interrompe «o Ocidente é que escolhe? Já disseste tudo...».
Teve azar o Magalhães. Tivesse dito aquilo a um «jornalista», e nada se teria passado. Tivesse-o dito num debate com um «oponente» do PS, do PSD ou do BE, e teria passado em claro, reflexo da velha irmandade eurocentrista e subordinada à NATO, que já destruiu a Líbia, a Síria ou a Ucrânia, e agora marcha unida na democrática ingerência contra a Bielorrússia.
O Magalhães até disse o que Macron ou Merkel já tinham dito, e que as televisões tinham difundido alegremente. Ou o que titulava o respeitabilíssimo Finantial Times: «Conversações de Merkel, Macron e Michel reconhecem o papel crucial da Rússia na decisão do destino do presidente bielorrusso Lukashenko». E disse-o num espaço informativo cheio de contradições que ninguém denunciou: onde os 70% do Marcelo são «naturais» e os 80% de Lukashenko «necessariamente suspeitos»; onde um Macron pode reprimir violentamente as manifestações em França e defender o direito de manifestação na Bielorrússia; onde os neo-nazis são combatentes pela liberdade.
Manuel Gouveia
quarta-feira, agosto 19, 2020
A imitar o cuco
Há coisas espantosas. Há, de repente, umas tréguas inesperadas. A entrevista da ministra veio ocupar espaços que estavam a ser preenchidos com a Festa do Ávante! (que tem espaços que cheguem e sobrem...). Dir-se-ia que há males (ou escorregadelas) que vêm por bem.
Assim, sentindo-me folgado, resolvi fazer de cuco a partir de lembrança recente mas muito bem-vinda, apesar da intenção de não falar mais do que se tem falado demais:
Depois daquela Festa*,
outras Festas se fizeram
e os espaços se alargaram mais e mais
Mas os gajos não gostaram,
se todos os anos falaram, falaram…
este ano exageraram, falaram demais.
Porque falaram
tanto duma coisa tão bela,
tão simples, tão
natural?
Nós não vamos
agredir a natureza,
nem parir um
vendaval!
E vamos até ao fim, apesar de tanto falarem.
Porque não fraquejamos
e não desistimos,
teremos a alegria de fazer a Festa
Os espaços mais ainda se alargarão,
mais ao ar livre viveremos,
cumpriremos as
regras que para todos são.
Faremos esta Festa** diferente das outras Festas
… e todas elas
iguais.
Não vamos agredir a
natureza,
nem parir vendavais!
__________________________________
*- de1976
**- de 2020
... uma coisa tão bela, tão simples, tão natural... e falaram, falaram, falaram
17.01.2012 | Produção e voz: Luís Gaspar
Depois daquela noite os teus seios incharam;
as tuas ancas alargaram-se;
e os teus parentes admiraram-se
e falaram, falaram…
Porque falaram duma coisa tão bela,
tão simples, tão natural?
Tu não parias uma estrela,
nem uma noite de vendaval…
Mas tudo terminou porque falaram.
Tu fraquejaste e tudo terminou.
– Os teus seios desincharam;
só a tristeza ficou.
Ficou a tristeza duma coisa tão bela,
tão simples, tão natural…
– Tu não parias uma estrela,
nem uma noite de vendaval…
Podcast: Download
Relato de um ocorrência...
No dia 15 de Agosto, sábado, corria os olhos pela imprensa publicada, e detive-os no Espaço Público, no editorial do director. O título «O PCP e a "estigmatização" da Festa do Avante!» chamou-me à leitura, apesar do cansaço que já provoca tanto falar, tanto falar de uma coisa tão bela, tão simples, tão natural... que não será "nem uma noite de vendaval" (Sidónio Muralha).
Pois... li mais este falar do mesmo numa campanha como raro se vê não gostei. O director do Público quis nela explicitamente participar e esmerou-se. Como sou filho de boa gente (atenção, isso não quer dizer que eu o seja... há tanto caso que degenera), senti-me. E, indignado, escrevi uma carta ao director.
Cumpri as regras todas que dizem como fazer, com telefone e tudo.
Fiquei à espera.
Esperei domingo, 2ª, 3ª, 4ª. ... o senhor director não publicou nem telefonou. Terá lido?
O que escrevi foi isto:
Carta ao director
terça-feira, agosto 18, 2020
A FESTA... por acaso
TRÊS
ENCONTROS DE ACASO (OU NÃO)
1
– Viva, camarada… ainda bem que te
encontro…
Pois…
faltei à última reunião…
Mas justificaste.
Pois…mas
esta história da Festa está a preocupar-me.
É natural. A campanha contra nós é
tremenda…
…
isso é verdade… mas tenho dúvidas…
Oh!, camarada!,… ter dúvidas é
natural… mas sobre a Festa?
resolvemos criar condições, como foi possível, para a realizar se fosse possível,
e é… logo, realizamo-la!
Pois…
mas a campanha é terrível…
E nós íamos desistir porque a campanha
é terrível?
Sei lá… tenho
dúvidas se politicamente não é negativo teimar…
… não é teimosia! A Festa é um
acontecimento cultural, artístico.
desportivo, político… há
condições para a fazer, faz-se.
E
se não houvesse condições, se estas não permitissem fazer a Festa,
se
a tivessem proibido?
Julgo que não a faríamos, as seríamos nós a decidir
e acho que não seria
motivo suficiente
para passarmos à clandestinidade…(:-)
Até
à Festa, pá… já tinha a EP como título de solidariedade.
2
- Olá, amigo… tenho aqui as EPsinhas
para ti…
Não,
obrigado. Este ano não vamos…
e
não acho bem que vocês façam a Festa!
Então porquê?
Pela
situação em que estamos. Está tudo do avesso,
há regras sanitárias para todos, nalguns casos mais exigentes,
há limitações de
proximidade e de lotações…
e vocês vêm
com a Festa… com 100 mil bilhetes…
Espera aí. Na verdade a situação é
lixada mas a vida não acabou.
Preparámos a Festa de 2020 nas condições de 2020, não nas de 2019.
Mais espaço, num total de 30 hectares,
nenhum recinto coberto, sem cidade internacional
como era,
tudo o já decidido pela DGS e o mais que venhamos a combinar
tendo em vista a segurança e a saúde públca.
Mesmo
assim. Acho arriscado, isto está complicado, bem basta…
E
tenho lido e ouvido coisas sobre vocês… 100.000 é demais…
Claro que tens ouvido e lido, a campanha é feroz. Mas
não faltam mentiras…
Os
100.000 não são bilhetes, é uma mão cheia de poeira para os olhos…
Eu sei, eu
sei!… vou pensar e falar lá em casa e com os amigos…
Fala, fala… a falar é que a gente se entende.
3
– Olá,
amigo… espere aí…
Claro que espero… não ia a
escapar-me.
Pois
não. Você não é dos que fogem… mas isto está de fugir…
Quem? Nós…?
Sim,
sobretudo vocês, os do Partido. Estão em maus lençóis…
Ah, sim?! Porquê?
Ora
porquê… por causa dessa Festa que vocês querem fazer,
como
todos os anos anteriores apesar da pandemia,
ignorando as condições em que estão todas as
organizações
e
actividades paralelas, todos os cidadãos…
por
quererem meter 100.000 pessoas num recinto e venderem bilhetes
Oh, meu amigo, alto aí…nós sempre nos entendemos
apesar de, ou assumindo,
ter opções partidárias diferentes…mas
agora tenho de lhe dizer,
com toda a franqueza, você ou está a
gozar comigo
ou está a ser gozado pelo seu partido,
que o leva a colaborar numa feroz
campanha de mentira e aldrabice,
a ser mentiroso e aldrabão ao jeito da
política que o seu partido faz.
Eh!,
pá… ofender não…
Não tenho nenhuma intenção, mas
repare que você é que começou a ofender,
ou não é ofensivo dizer
que vamos fazer igual aos anos anteriores
o que já dissemos e mostrámos que vai ser diferente?
dizer que ignorámos condições que estão presentes
desde o primeiro trabalho que fizemos de construção?
dizer que queremos esgotar uma
lotação com 100.000 bilhetes vendidos
quando a EP não é bilhete, é para 3 dias e nunca se
juntam todos?
A EP é um título de solidariedade!
quer mais…?
Não
se ofenda… tenha calma…
Eu tenho calma… mas às vezes vocês
exageram…
…
vá lá… venda-me um desses tais título de solidariedade!
Com todo o gosto, e aproveite e
passe pela Festa
… mas não se esqueça de levar máscara!
domingo, agosto 16, 2020
A "cenoura" da democracia e o "chicote" do fascismo
|
Dr. Jacques Pauwels : Le
soi-disant « national-socialisme » d’Hitler, en réalité pas du tout
une forme de socialisme, était la variante allemande du fascisme, et le
fascisme était une manifestation du capitalisme, la manière brutale et cruelle
dont le capitalisme s’est manifesté dans l’entre-deux-guerres en réponse à la
menace de changement révolutionnaire incarnée par le communisme, et à la crise
économique de la Grande Dépression. Dans
la mesure où Hitler a personnifié la variante allemande du fascisme, on peut en
effet le qualifier d’« instrument » du capitalisme. Cependant, comme je le mentionne dans mon livre, le
terme « instrument » est vraiment trop simpliste. Il serait plus
exact de définir Hitler comme une sorte d’« agent », un être humain
complexe avec un esprit propre, agissant au nom du capitalisme allemand mais
pas toujours en accord avec les souhaits des capitalistes, plutôt qu’un simple
« instrument » ou « outil » du capitalisme allemand. Cela
explique pourquoi les capitalistes allemands n’ont pas toujours été parfaitement
satisfaits des services d’Hitler. Mais l’avantage de cet arrangement était que,
après l’effondrement de l’Allemagne nazie, ils ont pu blâmer
l’« agent » pour tous les crimes qu’il avait commis en leur nom.
Le capitalisme n’a-t-il pas un besoin vital
du nazisme et du fascisme ?
Le capitalisme est un système socio-économique très flexible qui
est capable de fonctionner dans différents contextes politiques. C’est
certainement un mythe que le capitalisme, appelé par euphémisme « marchés
libres », est une sorte de jumeau siamois de la démocratie, en d’autres
termes, que l’environnement politique préféré du capitalisme est la démocratie.
L’histoire nous montre que le capitalisme a prospéré dans des systèmes très
autoritaires et a soutenu ces systèmes avec enthousiasme. En Allemagne, le capitalisme s’est extrêmement bien
comporté lorsque Bismarck a dirigé le Reich d’une main de fer. L’Allemagne est
restée capitaliste à 100% sous Hitler, et le capitalisme a prospéré sous
Hitler, avant et pendant la guerre, comme je l’ai démontré dans mon livre. Le
capitalisme est également capable et désireux de s’associer à la démocratie, en
particulier si des réformes démocratiques semblent nécessaires pour dissiper la
menace d’un changement révolutionnaire, par exemple après la Seconde Guerre
mondiale, lorsque des réformes politiques et sociales démocratiques (l’État
Providence) ont été introduites en Europe occidentale pour faire dérailler les
revendications beaucoup plus radicales, voire révolutionnaires, formulées par les
mouvements de résistance dans des pays comme l’Italie et la France. On pourrait
dire que, pour poursuivre ses objectifs de maximisation des profits, le
capitalisme est prêt à utiliser la « carotte » de la démocratie ainsi
que le « bâton » du fascisme et d’autres formes d’autoritarisme,
telles que les dictatures militaires.
La montée des groupes néonazis et fascistes à
travers le monde ne sert-elle pas le grand capital et l’oligarchie qui gouverne
le monde ?
Comme
mentionné précédemment, le fascisme est une manifestation du capitalisme. En
d’autres termes, c’est la façon dont le capitalisme, tel un caméléon, ajuste sa
couleur à un environnement social et politique changeant. Le fascisme
historique des années trente, personnifié par des personnages comme Mussolini
et Hitler, reflétait la réponse du capitalisme, en Italie et en Allemagne, à la
double menace du changement révolutionnaire à la russe et de la Grande
Dépression. Après la Seconde Guerre mondiale, lorsque le fascisme était
vraisemblablement mort et enterré, le capitalisme, en particulier le
capitalisme américain, s’est appuyé sur des systèmes néo-, quasi- ou
crypto-fascistes pour neutraliser des menaces similaires. Par exemple au Chili,
où Pinochet a été porté au pouvoir pour empêcher des réformes radicales et pour
permettre aux capitaux d’investissement américains de s’installer en toute
sécurité dans le pays. Aujourd’hui, des problèmes économiques et sociaux
toujours plus importants associés à des menaces révolutionnaires réelles ou
perçues, ont fait que le capitalisme a donné naissance, dans un certain nombre
de pays, à des partis et mouvements politiques fascistes ou, si vous préférez,
quasi ou néofascistes. Pour l’instant, le capitalisme n’a pas besoin d’amener
ces fascistes au pouvoir ; mais ils s’avèrent très utiles car, comme Hitler
avec son antisémitisme, ils détournent l’attention du public des défauts du
système capitaliste en rejetant la faute sur des boucs émissaires (de
préférence de couleur) tels que les musulmans, les réfugiés, les Chinois et les
Russes. L’écrivain allemand Bertolt Brecht nous a mis en garde de façon
poétique, faisant allusion au fascisme hitlérien et à la capacité intacte du
capitalisme à générer de nouvelles formes de fascisme :
* »Le monde a failli être dirigé par un tel monstre !
Heureusement, les
nations l’ont vaincu.
Mais ne nous réjouissons pas trop vite
Le ventre d’où il a surgi est encore fertile. »
(« La résistible
ascension d’Arturo Ui »)
L’Union européenne accuse l’URSS d’avoir
déclenché la 2e Guerre
mondiale. Qu’en pensez-vous ?
Blâmer l’URSS et, par conséquent, l’État russe qui lui a succédé,
pour la Seconde Guerre mondiale est une déclaration purement politique. Cela
constitue une distorsion monstrueuse et honteuse de l’histoire. Dans les années
30, l’Union soviétique a cherché pendant des années à établir une alliance
anti-hitlérienne avec la France et la Grande-Bretagne, mais elle a été rejetée
à maintes reprises. La raison à cela réside dans le fait que les hommes au
pouvoir à Londres et à Paris ne voulaient pas entrer en guerre aux côtés des
Soviétiques contre Hitler mais voulaient que Hitler utilise la puissance
militaire de l’Allemagne pour marcher vers l’est et détruire l’Union soviétique
pendant qu’ils regarderaient joyeusement depuis les coulisses. Hitler voulait
certainement la guerre, c’est pourquoi on lui reproche à juste titre d’avoir
déclenché la Seconde Guerre mondiale. Mais les dirigeants français et
britanniques méritent une part de responsabilité car ils ont encouragé Hitler
et l’ont soutenu avec leur politique d’« apaisement », par exemple en
lui offrant la Tchécoslovaquie sur un plateau d’argent dans le cadre du
tristement célèbre pacte qu’ils ont conclu avec lui à Munich en 1938.
En blâmant l’URSS, les politiciens et les médias
occidentaux ne cherchent-ils pas à dissimuler leur propre sale histoire de
collaboration avec Hitler et le nazisme ?
En effet, en
blâmant l’Union soviétique, les pays « occidentaux », ou du moins leurs
dirigeants, cherchent à détourner l’attention de leur propre rôle dans le
déclenchement de la Seconde Guerre mondiale. Par le biais de leur infâme
politique d’apaisement, les dirigeants britanniques et français ont encouragé
et facilité les plans de Hitler pour une « croisade » contre l’Union
soviétique. Et l’élite des entreprises et des finances des pays occidentaux, y
compris les États-Unis, a collaboré très étroitement – et de manière très
profitable – avec Hitler, comme je l’ai démontré dans mes livres « Big Business avec Hitler »
et « Le Mythe de la bonne
guerre ».
Dans vos ouvrages « Big Business
avec Hitler » et « Le Mythe de la Bonne Guerre : Les USA et la
Seconde Guerre mondiale » vous démontez le mythe de la
« libération » de l’Europe par les États-Unis alors que l’on sait que
c’est la victoire de Stalingrad par les Soviétiques qui a été le tournant de la
guerre. Dire que les États-Unis ont libéré l’Europe n’est-il pas un autre
mensonge historique ? Les États-Unis n’ont-ils pas tout simplement colonisé l’Europe ? Comment
expliquez-vous la dépendance de l’Europe vis-à-vis des États Unis et le fait
que les Européens suivent toujours la politique impérialiste des USA ?
L’OTAN n’est-elle pas devenue obsolète ?
Il est vrai que l’Union soviétique a apporté la plus grande
contribution, et de loin, à la victoire des Alliés. Si l’Armée rouge n’avait
pas réussi à arrêter le rouleau compresseur nazi devant Moscou en 1941 et à
remporter des victoires importantes à Stalingrad et ailleurs, Hitler aurait gagné
la guerre. Mais les nazis avaient la machine de guerre la plus puissante que le
monde ait jamais vue, et la vaincre nécessitait la contribution de toutes les
armées alliées et aussi des mouvements de résistance. On ne peut nier que
l’armée américaine a également apporté une contribution importante ; cependant,
les dirigeants américains ont profité de la présence de leur armée en Europe
occidentale pour établir leur hégémonie sur cette partie du monde. À bien des égards, ils n’ont pas vraiment
« libéré » les pays d’Europe occidentale. Aujourd’hui
encore, l’Allemagne n’est pas « libre » de demander aux troupes
américaines de quitter son territoire, et la Belgique et les Pays-Bas doivent
tolérer la présence à l’intérieur de leurs frontières de bombes atomiques
américaines. Le président français Charles de Gaulle n’était pas loin de la
vérité lorsqu’il a décrit la libération américaine de la France comme une
seconde « occupation », faisant suite à l’occupation allemande.
Contrairement aux Allemands et aux Belges, il a eu le culot d’exiger que les
troupes américaines quittent la France, et c’est l’une des raisons pour
lesquelles la CIA semble avoir été impliquée dans divers attentats contre sa
vie. Mais même de Gaulle n’a pu éviter d’adhérer à l’OTAN, qui n’est pas du
tout une alliance d’égaux, mais un club de « satellites » européens
des États-Unis, strictement contrôlé par le Pentagone, et fonctionnant comme un
département de vente et de relations publiques du « complexe
militaro-industriel » américain. L’OTAN a été créée à l’origine pour
défendre l’Europe occidentale contre une menace totalement fictive émanant de
l’Union soviétique et aurait donc dû être dissoute après l’effondrement de
l’« empire du mal ». Pour les
États-Unis, cependant, l’OTAN
est un instrument très utile et puissant pour contrôler l’Europe. Et en effet,
ce contrôle, cette hégémonie, a été établi par les États-Unis dans les mois qui
ont suivi le débarquement de leurs troupes en Normandie en 1944. Ironiquement,
cet exploit n’aurait pas été possible si l’Armée rouge n’avait pas porté des
coups mortels à l’Allemagne nazie bien plus tôt.
L’intervention
américaine en Europe pendant la deuxième guerre mondiale n’est-elle pas tout
simplement une guerre capitaliste ? Ne sert-elle pas en premier lieu
les intérêts de l’impérialisme US et son complexe militaro-industriel ?
La Seconde Guerre mondiale s’est résumée à deux guerres en une
seule. D’une part, il s’agissait bien d’une guerre « capitaliste »,
ou plutôt d’une guerre « impérialiste ». L’impérialisme était/est la
manifestation internationale, mondiale du capitalisme, impliquant la
concurrence et le conflit entre les principales puissances
capitalistes/impérialistes sur des territoires regorgeant de desiderata tels
que les matières premières (comme le pétrole) et la main-d’œuvre bon marché. La
Première Guerre mondiale était un conflit impérialiste, mais elle n’a pas réglé
les choses, alors les puissances impérialistes sont entrées en guerre une
seconde fois. Les États-Unis sortiraient de ce conflit comme le grand gagnant,
grâce, ironiquement, à la défaite écrasante de l’Union soviétique face à
l’autre candidat à la suprématie impérialiste, l’Allemagne nazie. En même
temps, la Seconde Guerre mondiale était aussi un conflit entre le
capitalisme-impérialisme et le socialisme, incarné par l’Union soviétique.
C’est une ironie de l’histoire que les deux types de conflits aient fusionné,
produisant des contradictions telles que l’alliance de facto de l’Union
soviétique socialiste, intrinsèquement anticapitaliste et anti-impérialiste,
avec deux puissances impérialistes antisocialistes, les États-Unis et la
Grande-Bretagne. La guerre a servi les intérêts de l’impérialisme américain en
ce qu’elle a permis aux États-Unis d’émerger comme le numéro un incontesté de l’impérialisme.
Mais l’issue de la guerre était imparfaite car elle signifiait aussi un
triomphe pour l’Union soviétique anti-impérialiste. C’est pourquoi,
immédiatement après la Seconde Guerre mondiale, Washington a commencé une
nouvelle guerre, la « Guerre froide », avec pour objectif rien de
moins que l’élimination de l’Union soviétique.
L’impérialisme US n’a jamais cessé une politique
de guerre et de coups d’État à travers le monde. Les guerres impérialistes qui
ont ravagé l’Irak, l’Afghanistan, la Libye, la Syrie, le Yémen, etc. ne
sont-elles pas symptomatiques de la barbarie de l’impérialisme US ?
Historiquement, l’impérialisme américain a poursuivi ses objectifs
de manière systématique, impitoyable et, pourrait-on ajouter, non seulement
ouvertement mais aussi furtivement, via la guerre ouverte, la guerre
économique, la déstabilisation, le sabotage et les tentatives d’assassinat.
Parmi les exemples de cette impitoyabilité, citons le bombardement inutile
d’Hiroshima, la guerre chimique contre les Vietnamiens, les tentatives
d’assassinat réussies ou non de dirigeants récalcitrants tels que Fidel Castro
et Lumumba, et des sanctions économiques qui coûtent la vie à des dizaines,
voire des centaines de milliers de femmes et d’enfants, comme l’a tristement
reconnu Madeline Albright dans une référence à l’Irak. Alors oui, les guerres
déclenchées par les États-Unis en Irak, en Afghanistan, en Libye, etc. sont
symptomatiques de cette impitoyabilité ou barbarie, comme vous l’appelez.
Interview réalisée par Mohsen Abdelmoumen
Qui est le Dr. Jacques Pauwels ?
Jacques R.
Pauwels est un historien, chercheur et écrivain, né à Gand, en Belgique. Il a émigré
au Canada en 1969 après des études d’histoire à l’université de Gand
et s’est installé près de la ville de Toronto. Il y a poursuivi des études
doctorales à la York University de Toronto, se spécialisant en
histoire sociale de l’Allemagne nazie, et a obtenu son doctorat en 1976.
Il est devenu professeur d’histoire dans plusieurs universités canadiennes,
dont l’université de Toronto et celle de Guelph. En 1995, il a obtenu un
doctorat en sciences politiques dans la spécialité de la
réglementation des investissements étrangers au Canada. Il est
conférencier dans diverses universités de l’Ontario, dont l’Université de
Toronto, Waterloo, Guelph et a publié de nombreux articles.
Il a écrit plusieurs ouvrages traduits en
plusieurs langues dont « Women,
Nazis, and Universities : Women University Students in Nazi
Germany, 1933-1945 », « Le mythe de la bonne guerre »,
« Les Etats-Unis et la Deuxième Guerre mondiale »,
« Big business avec
Hitler », « Les mythes de l’Histoire moderne », Le Paris
des sans-culottes.
Son site
internet met en ligne des conférences et des interviews auxquelles il
a participé, ainsi que ses nombreuses publications http://www.jacquespauwels.net
Published in
American Herald Tribune August 13, 2020