08.08.2020
Comecei assim:
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Não há dúvida, o Partido Comunista é um partido
diferente.
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Não que eu tivesse dúvidas que o fosse, mas está
a tornar-se tão evidente que é preciso não perder esta oportunidade de o dizer.
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É partido que vai muito para além da sua
expressão eleitoral, apesar de também estar nessa frente de luta (política), e
não ser despicienda a sua participação.
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A actual campanha que a (des)propósito da Festa
do avante! ataca o Partido, atinge níveis que roçam a paranóia,
sendo de uma violência e desonestidade na manipulação da informação que é dada
aos cidadãos que chega a surpreender – e a decerto indignar – quem,
independentemente de posição política-partidária, paute as suas valorações por
critérios de ética e deontologia.
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Mas é preciso denunciar, pois as doses, se
excessivas, são edulcoradas e os títulos não dizem com os textos (e tantas
vezes só os títulos se vêem ou ouvem), nem as citações com o extenso do que é
citado.
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Três dias seguidos, 5ª, 6ª e Sábado, o expresso curto, que cá por casa se lê –
entre outras coisas!... – para se saber como vai o mundo, pôs a Festa
do avante! no título numa escolha de prioridades de informação que nem
Beirute perturbou!
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E em cada cavadela na leitura (coisa que poucos
fazem, ou têm tempo ou paciência para o fazer), minhoca!... qual delas a mais
infeliz ou repelente.
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Já procurei desmascarar algumas, mas a tarefa é
insana, diria mesmo impossível.
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Reflicto, lenta e tão profundamente quanto sou
capaz, e quase me assusto… porque confirmo que o inimigo do PCP é capaz de
tudo.
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E uso, com dificuldade para o meu estilo (de
estar na vida…), a expressão inimigo por não haver outra.
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O PCP é diferente.
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Porque adoptou, estatutariamente e na sua prática
como partido político, uma postura em que a luta política não se resume ao
mercado do voto, à conquista do poder político servindo-se de tudo, não
recuando perante nada (porque o fim justifica os meios) e, se hoje, a correlação
de forças obriga a que seja por via do voto do eleitor, torne-se o eleitor num
cliente enganado pela publicidade enganosa, em que se transformou a chamada
comunicação social (e Goebbels foi mestre).
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É o PCP intocável, imune, perfeito?
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Longe disso!
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Quando pareceu a alguns que o PCP, na correlação
de forças sociais de então, poderia atingir o poder político ou parte dele,
teve muitas aderências que, logo que viram que isso não iria acontecer ou que
seria mais difícil que as suas forças (convicções, objectivos) poderiam
suportar, desistiram, ou mudaram de campo, ou tentaram mudar o partido.
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Como grupo de humanos… é colectivo de humanos.
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E é o inimigo porque, na sua linha de conduta no
exercício da cidadania que é a convivência para transformar o mundo, não
desiste, e se mantém firme e, por isso, é o inimigo a abater por quem não o quer transformado, eterno com exploradores e explorados.
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A Festa do avante! é um sinal, é uma
prova de vida e de força… para além da política, apesar de tudo ser política
(mas isto tem a ver com a dialéctica).
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A Festa
do avante! incomoda porque demonstra que se é diferente e que se pode
ser diferente, e há muito deixou de ser SÓ
a festa de um partido político, ainda que diferente.
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Já uma vez conseguiram – nesta luta que não
começou em 1921, como não começou em 1917, como não começou em 1848 mas que tem
estes e outros marcos históricos – que não houvesse Festa do avante! (em
1987), mas a resposta foi o seu ressurgimento cada vez mais… Festa
do avante!, a provar que o PCP existia e existe – e diferente –, e que é realização que transcende
o partido porque é capaz de se adaptar às condições adversas e, sendo Festa,
também é dos que não são seus militantes mas nela se sentem cidadãos inteiros, vivos e
participantes.
5 comentários:
Trabalho para 500 "posts"!
Boa reflexão! Pena que poucos aproveitem...
Muito bom!O alvo,"Festa do Avante"já é velho.Este ano o inimigo(porque o é)tem um poderoso bode expiatório para marrar e aproveita-o bem.Bjo
O anticomunismo saiu em todo o seu explendor. Agora é a Festa do Avante, mas poderia ser por outro assunto. A comunicação social demonstra ódio, através da mentira, manipula através da imagem. Como é possível tal desrespeito. Mas até nesta batalha os comunistas são diferentes de todos. Com todo o civismo continuamos a remar este mar tão revolto.
Diferente! De outra classe!
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