domingo, agosto 02, 2020

Enchem-nos de PIBs sem dizerem nada...

do quase-diário:

Os números recentemente tornados públicos sobre a evolução dos PIBs, meros indicadores da realidade económica em permanente transformação, apenas vieram confirmar o que se tem vivido nestes dois trimestres de 2020, por todo o mundo.

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Importa sublinhar que o surto epidémico veio dar uma expressão brutal ao que se previa, à explosão de crise económica que se anunciava e se procurava adiar e esconder.

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 O que as percentagens de queda dos PIBs por tudo o mundo, nas suas expressões tão comentadas, vêm sublinhar é que, na União Europeia, mais caem os indicadores de países de baixos níveis de PIBs e menos caem os de mais altos PIBs, o que traduz um enorme agravamento das desigualdades entre os Estados-membros de uma União Europeia, que não reverterá essas posições relativas, apesar dos anúncios e campanhas de desinformação com encenações espectaculares de subsídios a prazo e carregados de condições e de empréstimos, também só para a segunda metade do próximo ano, agravando as dependências resultantes de um endividamento, verdadeiramente estratégico e baseado numa moeda artificialmente criada, em um Banco Central que anula soberanias suceptíveis de respostas nacionais, em uma UEM que chega a atingir o ridículo de se arvorar em árbitro ético por imposição de critérios e membros com aproveitamentos (até históricos) totalmente alheios a ética e a solidariedade.

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Com estes indicadores se comprova que Portugal, entre os na cauda dos PIBs dos Estados da U.E., mais longe ficará dos níveis médios e cimeiros que tão fraudulentamente foram sendo repetidamente prometidos aos portugueses. 

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E cabe perguntar, como se fosse a primeira vez!, onde está a coesão económica e social incluída no Acto Único, de 1986 - aquando da nossa adesão - para acompanhar o mercado interno que avançou para a moeda única aceleradamente e esmagando essa cláusula-objectivo moderadora das desigualdades inevitavelmente resultantes? 

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Releva-se, ainda, relativamente à tão significativa queda do PIB português, além da fragilização da vertente procura interna pelo ataque aos salários, pelos despedimentos, pelo crescente desemprego, a confirmação da previstas e prevenidas consequências negativas da excessiva importância dada, por sucessivos governos, ao turismo e à especulação bancário-imobiliária.     

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Ainda uma nota sobre o silêncio relativo aos indicadores dos países, também atingidos pela pandemia e num quadro de recessão planetária, mas fora do estrito funcionamento dos mercados e do capitalismo. Porque se não refere o escasso (mas crescimento) do PIB da China, de 1,6%?


4 comentários:

Olinda disse...

E porque é silenciado a queda do PIB norte americano em 33%,não havendo memória de tal até aos tempos presentes?Bjo.

Maria João Brito de Sousa disse...

Tanta coisa é silenciada...

Abraço!

samuel disse...

Mas pondo um arco-íris engraçadinho por cima... "Vamos ficar todos bem!"

Sérgio Ribeiro disse...

Coisas do arco da velha... que enchem a arca do velho!
Saudações gratas e amigas aos comenta dores