DECLARAÇÃO DE
JERÓNIMO DE SOUSA, SECRETÁRIO-GERAL DO PCP
Sobre a
reunião
do Comité
Central do PCP
de 12 de
Setembro de 2020
O Comité Central do PCP, no seguimento da decisão já tomada de apresentar uma candidatura própria às eleições presidenciais de 2021, concretiza agora as suas grandes linhas e objectivos e anuncia a candidatura de João Ferreira, membro do Comité Central, reafirmando que esta será a candidatura para dar voz ao projecto e valores de Abril, à defesa dos direitos dos trabalhadores e do povo e à afirmação da igualdade e justiça sociais e da soberania e independência nacionais.
As próximas eleições para Presidente da
República revestem-se da maior importância, pelo enquadramento nacional e
internacional em que decorrem e pelas funções e papel do Presidente da
República na vida nacional.
Eleições que constituem um importante
momento para a afirmação e defesa da Constituição da República Portuguesa, nas
quais o PCP intervirá de forma autónoma e independente, empenhando-se em
colocar na Presidência da República alguém comprometido, nas palavras e nos
actos, com a Lei fundamental do País e com o regime democrático e projecto de
desenvolvimento que dela emanam.
A política de direita levada a cabo
durante as últimas décadas por PS, PSD e CDS tem as consequências que são
conhecidas na situação do País, no agravamento das injustiças e desigualdades
sociais, no aprofundamento dos seus défices estruturais e agravamento da
dependência externa, na perda da soberania e no comprometimento do seu
desenvolvimento.
Um País que se tornou crescentemente
mais dependente, mais injusto, mais desigual, menos democrático, que exigia uma
intervenção – que tem faltado – firme, determinada, corajosa de quem exerça as
funções de Presidente da República.
Um País onde o trabalho foi
desvalorizado, os serviços públicos e as funções do Estado foram
inferiorizados, se acentuou a corrupção com o aprofundamento da submissão do
poder político ao poder económico.
Um País que viu ser destruída a sua
capacidade produtiva, cada vez mais na dependência do estrangeiro, fragilizando
a soberania e independência nacionais, agravadas por políticas de abdicação de
defesa dos interesses do País, tão visível no processo de integração
capitalista da União Europeia, de submissão ao Euro e aos ditames e imposições
dos centros de decisão do directório de potências.
O País foi atrelado aos interesses e
manobras do imperialismo dos EUA e dos seus aliados na NATO, de participação em
operações de ingerência e desestabilização contra povos soberanos.
Realidades e problemas que permaneceram
transversais às sucessivas Presidências da República dos últimos anos.
O mandato do actual Presidente da
República, Marcelo Rebelo de Sousa, para lá do seu activismo, é marcado pelo
seu empenhamento no processo de rearrumação de forças políticas posto em
marcha, para branquear o PSD, a política de direita e as suas
responsabilidades, reabilitá-los politicamente e reconduzi-lo para um papel de
cooperação intensa com o PS, que procura assegurar as condições para a chamada
política de “bloco central”, formal ou informalmente assumida, que marcou o
País nas últimas décadas, e está inserido nas opções essenciais da política de
direita a favor do grande capital e contrários aos trabalhadores, aos pequenos
e médios empresários e agricultores, aos jovens, às mulheres.
Valorizando, como sempre fez, a
importância do órgão de soberania Presidente da República, enquanto garante da
defesa e cumprimento da Constituição da República, o Comité Central do PCP
reafirma que a candidatura que agora acaba de decidir e torna pública é uma candidatura
que valoriza este órgão Presidente da República, seja pelo percurso de João
Ferreira que a protagoniza – de seriedade, integridade e entrega à causa
pública, bem patente na sua acção como dirigente associativo universitário e
nos diversos órgãos da Universidade de Lisboa em que participou, como
presidente da Associação de Bolseiros de Investigação Cientifica (ABIC), como
vereador da Câmara Municipal de Lisboa, com uma meritória actividade a favor da
população deste concelho e um profícuo, valioso e volumoso trabalho realizado
no Parlamento Europeu, que se distingue na defesa do interesse nacional e na
defesa dos direitos dos trabalhadores, dos pequenos e médios empresários e
agricultores, das mulheres, dos jovens, dos pensionistas e idosos, de todos os
atingidos pela política de direita, dos democratas, patriotas e dos amantes da
Paz –, seja também pelos valores que procurará imprimir em toda a batalha
eleitoral e que assumirá, sendo eleito, na Presidência da República.
Uma candidatura e um candidato
que estará agora onde sempre esteve e onde faltaram os Presidentes da
República: junto dos trabalhadores e do povo, nas suas lutas pelos seus
legítimos direitos, interesses e aspirações.
Uma candidatura que, sendo assumida pelo
PCP, será a candidatura de todos os democratas e patriotas, de todos os
trabalhadores, de todos os homens e mulheres que lutam por um Portugal mais
justo, soberano e desenvolvido.
Uma candidatura que apela a todos os que
tomam a defesa do projecto libertador e emancipador de Abril, para que com o
seu apoio à candidatura, assumam uma posição de compromisso com a Constituição
da República Portuguesa e com um Portugal com futuro.
1 comentário:
O nosso candidato,sem dúvida!E de muitos outros progressistas.Bjo
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