... e vamos lá ao suplemento Economia do Expresso, que de vez em quando me abalanço a folhear, nem sei se por
reconhecimento subliminar por não ter mudado para o cabeçalho Negócios como tantos seus confrades fizeram.
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E o facto é que, se o sentimento poderia ser inicialmente de reconhecimento, logo me reconheço defraudado, porque aquele suplemento deixou há muito de ter a página 5 que se podia e devia ler (onde escreves, oh!, Nicolau?), substituída por uma página a que um colaborador convidado bota palavra ao seu jeito que me não atrai, os colaboradores “de fora” que eram keyneseanos convictos com quem se aprendia alguma coisa na penúltima página desapareceram, e me afoga com informação e comentários sobre os negócios e a conjuntura “à Beça”, que bem dispenso.
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Mas esta semana, talvez por
ter saído um dia mais cedo e eu estar obrigatoriamente recolhido, atirei-me ao Expresso-Economia.
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Está a ser difícil de me
libertar, assim como quando nos queremos ver livres de qualquer coisa pegajosa que
se nos agarra.
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Lê-se, com olhos que querem
ver economia e encontram, apenas, negócio, números sobre trocas e baldrocas
de bancos como se fosse de um detergente, de uns enchidos, de uma qualquer
coisa e não elementos fundamentais de uma economia… mas que deixou de ser
economia para ser coisa de mercado de compra e venda, e que tanto justifica o
adjectivo de portuguesa como a Coca-cola ou o Toyota Yaris Hybrid.
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Assim se cumprem os desígnios
e as ordens de uma U.E. de haver poucos e grandes bancos transnacionais, depois
de um percurso português que passou por uma banca nacionalizada que poderia ser
elemento essencial de economia portuguesa logo abortada, que criou a rede notável
de MB (sim!, foi a banca nacionalizada), que foi substituída pela verdadeira
loucura de uma agência de qualquer banco em cada esquina com a devolução aos privados…
que tão grandes proveitos deles tiraram que rebentaram com tudo isto como se fossem
donos disto tudo.
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E a Caixa Geral de Depósitos
não aparece como um corpo estranho mas a entranhar no sistema de compra e venda
ao desbarato que sai caro aos que menos podem?
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Esta “economia” que exulta,
eufórica, com o negócio das vacinas… merece as aspas que a ornamentem?!
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Já lá vou…
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