Acompanhámos, nos limites do possível e da capacidade de resistência do sistema neuro-vegetativo, muitos dos debates. Não tanto para avaliar os candidatos e as suas prestações mas para confrontar o serviço público de informação ao cidadão eleitor.
Acabados os 21 debates, tínhamos resolvido encerrar
esta etapa da nossa postura cidadã, com as reflexões lentas em que fomos publicando
os nossos reflectidos desabafos.
Ao começar esta semana de campanha, a nossa
disponibilidade nesta área (temos mais que nos ocupe) era outra, mas não
resistimos a olhar para os balanços que foram feitos, em particular nos meios Observador e Expresso, que levaram o seu “serviço” até à constituição de júris
de avaliação dos 7 candidatos.
É de arrepiar. Não há um pingo de seriedade. Não tem
limites o despudor da manipulação.
Anotam-se apenas exemplos chocantes, e não se diz
mais sobre “moderadores”…
O Expresso, na página Jornal Expresso de hoje, da responsabilidade de um director-adjunto:
Pelo mesmo motivo decidimos desta vez seguir todos os debates
das presidenciais (os 27), e dar notas aos principais - recorrendo a 17
comentadores do Expresso e da SIC, que têm dado notas a cada um. Na
quinta-feira, o balanço era este: Marcelo lidera, Ana Gomes segue-se, Mayan surpreende,
Marisa desilude. (No link
encontrará cada um dos textos para os debates, incluindo o quente e
muito seguido Marcelo-Ventura).(…)»
E,
nesta 2ª feira, com os 21 debates concluídos na 6ª, o que continua a contar o
sr. director-adjunto? Que
«… cumpridos os primeiros 9 debates de 15 debates entre os principais candidatos, Marcelo Rebelo de Sousa é o que recolhe melhores avaliações do painel de comentadores formado pelo Expresso e SIC…»
O outro veículo de informação, o Observador, também constituiu o seu júri privativo e fez o seu balanço. Sem cometer os erros e os erros expressos, sem ter eleito os principais entre os candidatos e os debates, publica as notas e quem venceu cada um dos debates, a que tivemos acesso depois de ter de ultrapassar invasiva publicidade (mercado oblige…)
As notas são merecedoras de quem as deu, De quem
achou que o debate entre João Ferreira e Ventura foi ganho por Ventura, como se
este pudesse ser vencedor numa “cena” daquelas; de um júri que num outro
debate, que se coloca nos antípodas do primeiro referido, por ter sido…
civilizado, João Ferreira teria empatado com Tiago Mayan, quando (para nós,
claro) houve esmagadora vitória ideológica (e não só).
No caso do Observador,
o que diríamos pecado original está na constituição de um júri de 6 elementos e
na sua selecção (e aceitação).
Haja seriedade! Um pingo que seja.
3 comentários:
Trata-se de uma guerra ideológica que nos mostram bem de que lado estão.Bjo
Mesmo com uma classe operária fragilizada pela destruição do tecido produtivo a luta de classes não deixa de estar acesa em consequência da crise geral do capitalismo e nesta luta a classe dominante tem todos os meios de manipulação ao seu serviço, a nós resta-nos o trabalho de formiga sem parar junto daqueles que estão na base da pirâmide social e que sofre todo o peso da superestrutura.
É isso mesmo! A luta (de classes) continua. Contínua!
Enviar um comentário