sábado, março 13, 2021

Reflexões lentas... de cadeira em cadeira


Ontem, foi dia marcado por importante evento destes tempos que vivemos.
Como idoso que sou (ah, pois claro....), fui incluído pela Junta de Freguesia na 2ª leva da 1ª dose de "avassinações".
Foi no Centro de Negócios (que agora será de Exposições... mas nunca deixará de ser de negócios) e a organização, se bem que com algumas pequenas falhas, foi satisfatória, com uma larga equipas de solícitos/as orientadores/as do alongado percurso, pessoal de comprovação e registo (1 de 2 gabinetes médico a rastrear), 2 de 4 cabinas de vacinação na concretização da picadela em braço nu mil e uma vezes vista na televisão (desta feita foi o meu), com atenção e cuidados (quase afectuosos), por fim, mais uma espera de 30 minutos para recuperação pós-pica.

Durante o longo percurso que muitos fizemos, sozinhos ou acompanhados, de cadeiras de rodas ou de cadeira-sem-rodas em cadeira-se-rodas, fui folheando páginas do O papel da violência na História (não mais do 2 ou 3 páginas) e observando e pensando…

A reflexão que me foi suscitada como muito impressiva foi a de que… estávamos em 2021, numa fase de surto epidérmico, nem melhor nem pior que outros por que a Humanidade já passou – aqui e no resto do mundo -, decerto não tão universais como este dado que os aviões e o turismo são recentes… e sobre as respostas que estão a ser dadas, hoje e aqui, em 2021.

A universalidade desta epidemia faz com que se agigantem diferenças, reflexo evidente das situações locais e da sua gritante diversidade. Não só entre situações em que os direitos dos cidadãos à saúde são privilegiados como sempre, e não só apenas quando ataca um vírus, e aqueloutras situações em que, por mais escamoteada que seja (porque tem de ser!), o que prevalece são os interesses do capital sobre os direitos dos cidadãos.

Mas, neste lado do universo, este em que nos encontramos, a prevalência, por via de uma ideologia de mercado, torna visíveis (para quem quiser, ou puder ver) os esforços para conciliar o inconciliável, sob uma capa – ou manto pouco diáfana – de uma democracia (apenas política, representativa, de faz-de-conta), em que há interesses a compatibilizar entre a saúde e a economia (reduzida esta, tal como a democracia, à sua expressão de mercado e financeira, alheia às necessidades, nos seus níveis de direitos do ser humano no tempo e no espaço de hoje e para hoje).

E, ainda neste lado do mundo, nesta situação tão clara (embora por necessidade disfarçada quanto possível) haja gradações, haja diferenças resultantes das locais correlações de forças sociais. Confesso que me deu ganas de falar aquelas "massas" - que eu integrava, inteira e solidariamente - mas, tenho a certeza, seria mal recebido, por incompreensão. Há todo um lastro que há que ter em conta, há - ao fim e ao resto, respeitos reciprocos que são essenciais à condição de humanos.

Não tive reacções físicas desagradáveis. À picadela...

4 comentários:

Maria João Brito de Sousa disse...

Que ela posteriormente reforçada, conforme é sabido, lhe confira a tão desejada imunidade!

Quanto ao resto, nem me atrevo a comentar...

Abraço!

Maria disse...

Sorte a tua!
Agora espero que a minha conterrânea seja 'convidada' a fazer o mesmo.
Abraços.

Olinda disse...

Tudo o que nos rodeia e afecta,a nós e aos outros,é motivo de reflexão.A Covid, as vacinas e o aproveitamento e respostas às mesmas, tem "muito pano"para mangas.O que importa,agora,é que tudo correu bem.Cuida-te.Bom fim de semana.

Monteiro disse...

Aqui da Amadora também me telefonaram, tudo tal e qual, e pedi que aguardassem porque não estava bem informado sobre o assunto e depois do que tenho vindo a saber, não, a mim desta maneira, ninguém me pica. Todas as seis empresas farmacêuticas ocidentais têm antecedentes de impropriedade (!) e quatro das seis foram condenadas - não acusadas ou suspeitas de - mas condenadas por crimes que vão desde a falsificação de pesquisas, a suborno de médicos, de reguladores, legisladores e mesmo de oficiais ou agentes da lei. Até o marketing de drogas para crianças funcionaram em condições não aprovadas pelos reguladores e com propaganda enganosa. Velho mas não tropo.